A data de início do conclave será definida nesta sexta-feira, 8, durante a reunião de cardeais que acontecerá à tarde, informou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi. O dia em que começará o processo de escolha do sucessor de Bento 16 será divulgado logo após as 19h no horário local (15h em Brasília).
Lombardi disse que acha mais provável que o conclave inicie a partir de segunda-feira, 11. "Se vocês me perguntarem quando possivelmente deve começar o conclave, responderei que no início da próxima semana -- [pode ser] segunda-feira, terça-feira, quarta-feira. Não acho que os cardeais vão decidir começar a eleição no sábado ou no domingo."
Tradicionalmente, o Vaticano determina que a eleição comece no período de 15 a 20 dias, depois do início da Sé Vacante --período em que o lugar do papa está vago. No entanto, a antecipação do processo foi viabilizada por um decreto publicado por Bento 16 antes de deixar o cargo.
A escolha do novo papa será realizada por 115 cardeais, todos já estão no Vaticano, inclusive os cinco brasileiros (dom Raymundo Damasceno Assis, 76; dom Odilo Scherer, 63; dom Geraldo Majella Agnelo, 79; dom Cláudio Hummes, 78; e João Braz de Aviz, 64).
São aptos a votar apenas os religiosos que têm menos de 80 anos. A participação, segundo o Vaticano, é obrigatória. Na congregação realizada nesta manhã, porém, os 153 cardeais presentes votaram por aceitar o pedido de ausência de dois eleitores que não poderão comparecer.
O cardeal indonésio, Julius Darmaatjadja, arcebispo emérito de Jacarta, havia comunicado que não poderia comparecer ao conclave por motivo de saúde. Já o cardeal Keith O'Brien, que renunciou ao cargo de arcebispo de St. Andrews e Edimburgo após ser acusado de "comportamento inadequado" nos anos 80, também manifestou que não irá participar do conclave. Ele admitiu que sua "conduta sexual" não foi sempre a que se esperava dele.
Segundo o porta-voz, não há nenhuma determinação que fixe um número de dias entre o fim das congregações e o início do conclave. Como exemplo, Lombardi observou que, em 2005, a última reunião entre os cardeais aconteceu no dia 14 de abril e o conclave teve início três dias depois.
Votação
Todos os eleitores ficarão confinados durante todo o conclave. Cada cardeal escreve o nome do candidato escolhido em uma cédula sob a frase "Escolho como sumo pontífice" e deposita seu voto em uma urna. Os nomes escritos nas cédulas são lidos em voz alta pelo camerlengo e seus três assistentes.
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