A Federação de Futebol do Piauí negou, no início da tarde desta sexta-feira, 14, que os ingressos para o primeiro Rivengo do ano estivessem esgotados. Segundo a entidade, foram vendidos 1.100 bilhetes antecipadamente dos cerca de 5 mil disponibilizados para o confronto entre Flamengo-PI x River-PI, pela quarta rodada do Campeonato Piauiense. A partida acontece nesse sábado, 15, às 18:00h, no Estádio Lindolfo Monteiro, em Teresina (PI).
Os torcedores ainda podem adquirir as entradas. Os valores dos ingressos continuam os mesmos: R$ 10 para geral, R$ 20 para arquibancada e R$ 30 para cadeira. Estudante tem direito a meia entrada em todos os setores.
O primeiro Rivengo não terá apenas futebol. Uma hora antes de a bola rolar no gramado do Lindolfo Monteiro, a banda Papanicolau dá pontapé do projeto ‘Futebol Legal é Com Banda Legal’. Os portões do Lindolfinho estarão abertos a partir das 15h. Com uma vitória e um empate, a Raposa está na quinta colocação. Enquanto isso, o Galo segue invicto e na liderança do Campeonato Piauiense.
As ofensas racistas ao meia Tinga na derrota de 2 a 1 do Cruzeiro para o Real Garcilaso, na quarta-feira, pela primeira rodada da fase de grupos da Libertadores, não foram incluídas na súmula pelo árbitro venezuelano José Argote. Essa foi a informação que a Conmebol repassou durante a última tarde ao presidente do Tribunal Disciplinar da entidade, o brasileiro Caio César Rocha.
A instauração do inquérito contra o representante peruano deve ser feita mesmo sem o relato, no entanto.
"Não vi a súmula e nem vou participar do julgamento, mas a notificação que chegou da Conmebol foi de que a arbitragem não descreveu o caso de racismo na súmula. Nessa situação, contudo, o próprio vídeo com as imagens pode ser suficiente. Não sei se de repente o juiz não percebeu os gritos durante o jogo", afirma Caio César.
Ele não poderá atuar no processo devido à presença de um time brasileiro no episódio. A análise da punição ficará a cargo do uruguaio Adrián Leiza, vice-presidente do órgão. Ele será auxiliado pelo boliviano Alberto Lozada, o colombiano Orlando Morales e o chileno Carlos Tapia.
Uma comitiva formada pelo diretor Alexandre Mattos e pelo supervisor Benecy Queiroz seria mandada até a sede da Conmebol nesta sexta-feira para relatar os problemas enfrentados na passagem por Huancayo, no Peru, mas foi descartada pelo Cruzeiro após a repercussão mundial do incidente e o envio de uma representação através da CBF. A delegação celeste retornou a Belo Horizonte somente nessa quinta-feira à noite. O presidente Gilvan de Pinho Tavares, que não viajou, passou boa parte da tarde em reunião.
Mesmo que o clube não denuncie o comportamento dos torcedores do Garcilaso, o próprio tribunal pode fazê-lo por conta própria.
"Não há um processo ainda. Provavelmente, ele será instaurado por se tratar de um fato público e notório. Serão verificadas as penas passíveis de aplicação, notificar as partes, dar um prazo para que se manifestem - em torno de 72 horas - e depois das respostas, não havendo prova a ser produzida, como creio não ser o caso - o vídeo serve -, a data (do encontro) será marcada", explica o pernambucano Caio César Rocha.
O caso deverá ser julgado em até duas semanas.
A exemplo do que aconteceu no episódio Oruro envolvendo o Corinthians em 2013, o Tribunal Disciplinar da Conmebol deliberará o assunto através de videoconferência.
A princípio, os atuais campeões brasileiros não irão fazer pressão por uma punição mais pesada ao Real Garcilaso. Na Toca da Raposa, a análise é de que a resposta tem de vir nas quatro linhas e o marketing da equipe pode ser envolvido no processo para trazer o torcedor ainda mais para o seu lado. O uniforme do clube para a Libertadores foi lançado em clima de guerra, com os atletas chegando ao local da apresentação num caminhão das Forças Armadas do Exército.
Ao longo da quinta-feira, houve a pressão por parte do Governo do Brasil para uma pena mais severa aos peruanos, com manifestação da presidente Dilma Rousseff através de sua conta no Twitter e ligação do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, para o mandatário da Conmebol, Eugênio Figueiredo. Existe internamente na entidade que rege o futebol sul-americano a cobrança por uma resposta dura.
A reportagem tentou contato com o uruguaio Adrián Leiza durante a quinta-feira, mas não teve as suas ligações atendidas.
Fred, enfim, vai estar de volta e Luiz Felipe Scolari, técnico da seleção brasileira, pode ficar tranquilo. Pelo menos é o que garante o treinador do Fluminense, Renato Gaúcho. Após a realização de um treino com bola parada na manhã desta sexta-feira, nas Laranjeiras, Renato confirmou que o camisa 9 tricolor está recuperado de um edema na coxa direita e vai entrar em campo neste sábado, contra o Boavista, pelo Campeonato Carioca.
"Falei com o pessoal da seleção que ele está bem, magrinho, no mesmo peso da Copa das Confederações e com uma cabeça muito boa. Fred tem muita vontade de jogar. Falei que tinha recuperado o Fred em todos os sentidos e que vamos entregá-lo 100%. Só falta entrar em campo e fazer o que sabe, jogar e marcar gols", disse Renato Gaúcho.
Fred está fora de ação desde o dia 29 de janeiro e também acabou vetado do Fla-Flu do último fim de semana. A expectativa era de que ele pudesse jogar o clássico, mas diante de queixas de dores na coxa direita e a constatação do edema, o departamento médico preferiu poupá-lo.
Houve especulações de que o prazo de recuperação do atacante seria de dois meses, e não duas semanas, mas isto acabou não se concretizando. Renato Gaúcho garantiu que a semana inteira de preparação foi fundamental não só para Fred como para todo o elenco tricolor.
"Ter uma semana cheia é sempre importante se você precisa recuperar alguém. E está tudo ok, parte física, tática, fisioterapia. Principalmente com o Fred. Ele com certeza vai estar em campo amanhã", disse Renato.
A reação do Governo Federal às injúrias raciais que atingiram o volante Tinga, do Cruzeiro, no jogo com o Real Garcilaso, pela Libertadores, na quarta-feira, não ficou restrita à manifestação, via twitter, da presidente Dilma Rousseff. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que telefonou para o presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, Eugenio Figueredo Aguerra, e exigiu medidas enérgicas para combater atitudes preconceituosas e racistas.
"No ano que o mundo inteiro se une para disseminar uma mensagem contra o preconceito durante a Copa do Mundo do Brasil, é inconcebível o comportamento que vimos em Huancayo. Tinga tem todo o nosso apoio na luta contra o racismo, que, esperamos, será combatido com firmeza pela Conmebol", afirmou o ministro, ao condenar o comportamento racista dos torcedores peruanos.
Depois de entrar no lugar de Dagoberto no decorrer da segunda etapa, aos 19 min, o volante Tinga foi constantemente vaiado pelos torcedores locais, que emitiram sons imitando macaco a cada vez que o jogador encostava na bola. Essa manifestação racista foi se agravando e aumentando o tom com o decorrer da partida.
No início da manhã a presidente da República, Dilma Rousseff, se solidarizou com o fato e publicou mensagens de apoio a Tinga. "Foi lamentável o episódio de racismo contra o jogador Tinga, do Cruzeiro, no jogo de ontem, no Peru. Ao sair do jogo, Tinga disse que trocaria seus títulos por um mundo c/ igualdade entre as raças. Por isso, hoje o Brasil inteiro está #FechadoComOTinga", escreveu em seu perfil do Twitter.
Ao longo desta quinta-feira, desportistas, autoridades, pessoas públicas e anônimas, independente de clubes ou nacionalidade, manifestaram apoio a Tinga, das mais diferentes maneiras, muitos utilizando as redes sociais.
A Confederação Brasileira de Futebol e presidente da Fifa, Joseph Blater, também utilizaram a rede social para se manifestarem. "Por um mundo sem racismo, sem preconceito e sem desrespeito #SomosIguais #FechadoComOTinga", escreveu a CBF, que também divulgou uma nota oficial em seu site.
"Faço coro com @dilmabr ao condenar o episódio de racismo envolvendo Tinga, do @_OficialCEC. A FIFA é contra todo ato de discriminação", endossou Blatter, que também postou um link divulgando a resolução da entidade contra qualquer tipo de discriminação.
Peruanos são reincidentes em atos racistas
Não foi a primeira vez que um jogador brasileiro sofreu com insultos racistas em território peruano. Em 2011, durante uma partida entre Brasil e Bolívia pelo Sul-Americano sub-20, uma pequena parte da torcida presente ao estádio 25 de Noviembre, em Moquegua, hostilizou o atacante Diego Maurício.
Depois de entrar no segundo tempo da partida, o jogador da seleção brasileira passou a ser ofendido por torcedores, que imitavam, assim como ocorreu com Tinga, sons de macaco. Depois do jogo, o atacante lamentou o incidente.