Oliveira Canindé perdeu as contas de quantas vezes assistiu ao vídeo “melhores momentos de Fluminense 2 x 5 América-RN pela Copa do Brasil”. Está salvo para sempre, favoritado, na playlist do técnico. Um saltitante treinador à beira do gramado do Maracanã, às vezes com capa de chuva, outras vezes não, que gritou como nunca ao gol de Rodrigo Pimpão, nos acréscimos, que eliminou o time carioca na edição 2014 da competição. Nesta terça-feira, novamente Flu e Oliveira Canindé irão se encontrar. Desta vez, na abertura da Copa do Brasil 2019, às 21h30 (horário de Brasília). Em Teresina, no estádio Albertão, Oliveira – já com cabelos mais brancos – vai comandar o River-PI, adversário do Tricolor na primeira fase. Será que a façanha será repetida? Adeptos a desafios, um corajoso Oliveira garante: o confronto de logo mais não será fácil para o Fluminense.
- Já vi diversas vezes as imagens desse jogo - antecipou Canindé. Assista como foi a reação do técnico ao relembrar o dia que eliminou o Flu no vídeo acima.
- Às vezes, você está sozinho e olha para o computador e acompanha tudo o que aconteceu. E você olha para frente e sonha... As coisas acontecem para quem sonha e acredita. Eu sonho e acredito muito. Gosto de trabalhar com quem sonha. Faço que isso aconteça com minha dedicação, com meus estudos - disse.
No CT do River-PI, o técnico assistiu – de novo – aos melhores momentos da classificação histórica do América-RN. Riu, resenhou e relembrou o dia que eliminou o badalado Fluminense de Fred, Conca, Diego Cavalieri, Rafael Sobis, Walter, Jean e Cícero e colocou o modesto América-RN nas oitavas de final da Copa do Brasil. Inimaginável?
- Olha... A história conta que o poder de superação, quando você acredita, o impossível acontece. Ninguém acreditava, é uma coisa que felizmente aconteceu. Particularmente, é muito prazeroso assistir, rever esses lances. Sabemos que esses momentos são raríssimos na sua vida, é aproveitar o que você tiver que aproveitar. Não podemos ver o adversário como se estivesse lá em cima e a gente embaixo, mas sim como se os dois estivessem no mesmo nível, aí desenvolvemos aquilo que queremos, com responsabilidade, sem temer e ficar com receio tão forte ele seja – detalhou Canindé, completando o que mudou no perfil cinco anos depois do confronto.
- A experiência, um pouco mais ressabiado, tem o ditado que diz que a cautela, a precaução, te traz ousadia, a gente tem que ter ousadia para algumas situações. Tem que ousar, buscar, fazer teu grupo acreditar e fazer da melhor maneira. Tudo isso é possível? É. Se acreditar vai ser ainda mais possível do que você pode imaginar - ensinou o treinador.
A classificação era uma missão cascuda. Na ida, em Natal, o Tricolor havia vencido por 3 a 0 o América-RN. Na volta, no Maracanã, o Tricolor foi para o intervalo com vitória por 2 a 1. Max, Alfredo, duas vezes, e Rodrigo Pimpão riscaram o impossível, tornando a ida do Mecão de Oliveira Canindé às oitavas da Copa do Brasil umas das histórias marcantes da Copa do Brasil. Os comandados de Oliveira fizeram a festa na casa alheia, deixando o Maracanã em silêncio.
- O lance mais marcante é a partida em si. Importante acreditar que era possível. Ninguém acreditava, mas sabíamos como deveríamos fazer. Cheguei a falar para o grupo, se empatarmos com eles, a torcida não aceita. (...) Sabíamos que poderia acontecer, parece que as coisas saíram de um roteiro, fizemos as mudanças em cima do trabalhado e as coisas saíram bem. Claro que você não vai ao Maracanã para golear o Fluminense, ninguém vai. Mas acontece... - relembrou o treinador.
E de repente... Vem o Flu novamente.
- Vamos nos confrontar de novo, e vemos o que pode ser feito mais uma vez. Sabemos que a nossa necessidade é uma, e a do Fluminense é outra completamente diferente, mas sabemos o que podemos acontecer é fazer o nosso acreditar, procurar tirar do nosso grupo o melhor possível para sermos competitivos e qualificados a ponto de se fazer história mais uma vez.
GE PI
Foto: Kleiton Martins/TV Clube e Reprodução/TV Globo
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