Nick Newell retorna ao ringue nesta sexta-feira, no XFC 17, tentando sua sétima vitória consecutiva - e se possível, evitando ter o primeiro triunfo “apenas” por pontos. Depois de bater Denis Hernandez no mesmo evento com uma chave de calcanhar, em dezembro, agora ele enfrenta Chris Coggins (5 vitórias e uma derrota). O objetivo é manter o bom trabalho e seguir “embalado” para crescer ainda mais no MMA, em busca do UFC.
O que pode ser encarado como uma deficiência é apenas uma característica normal para Newell, apelidado de Notável. O lutador de 26 anos nasceu com o problema e dele tirou forças para se dedicar ainda mais aos seus objetivos, que só crescem com sua série de triunfos. A meta é clara: chegar ao UFC - se possível vencendo o The Ultimate Fighter, reality show da organização - e se tornar campeão do mundo.
“É claro que as pessoas olham para mim e alguns até fazem comentários. Mas tive a sorte de crescer em volta de ótimas pessoas. Minha mãe sempre me motivou a ser apenas um garoto, como todos os outros: ir para o quintal, fazer sujeira, praticar esportes... Nunca fui criado para ser diferente dos outros e nunca deixei falarem bobagens sobre mim”, diz o norte-americano da cidade de Milford, em Connecticut.
O preconceito existe, até hoje, mas não chega a tirar a motivação do lutador. “Muitas pessoas não querem ver o meu sucesso no MMA. Eu não entendo o motivo. Dizem: ‘ele não pode fazer isso, ou não pode fazer aquilo’... Mas estou fazendo e provando, não interessa o que se pense”, adiciona.
As primeiras tentativas de Newell no esporte foram jogando futebol e beisebol - “eu era ótimo no beisebol” -, mas ele se encontrou no wrestling, a luta olímpica, apesar de quase ter desistido no primeiro treino. No início, com 14 anos, tudo era encarado como brincadeira mas, ao perceber que podia vencer seus rivais, o garoto passou a lutar profissionalmente, entrando em campeonatos estaduais e capitaneando o time de sua universidade.
Nos ringues de MMA
Um dos fatores que fortaleceu esta vontade de ganhar de Newell foi uma derrota. Perder no wrestling, segundo ele, fez com que “decidisse” nunca mais passar por aquilo. E é isso o que o lutador tem feito desde a estreia no MMA, em junho de 2009.
Mesmo sem parte do braço, ele tem seis vitórias, com direito a cinco finalizações e um nocaute. A coleção de movimentos é extensa. Nas finalizações, por exemplo, soma uma chave de calcanhar, duas de braço e dois mata-leões.
“Nunca vi minha deficiência como um tipo de vantagem. Mas talvez eu seja um cara mais difícil de se ler, eu ataco em ângulos que ninguém mais ataca”, analisa. “Minha habilidade é misturar tudo, consigo colocar meus rivais para baixo e tenho poder para nocautear e finalizar. Mas nunca prestei muita atenção em como trabalho a minha deficiência. Só entro no ringue e faço meu trabalho.”
Uol