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sarah copy copyOs judocas Sarah Menezes (piauiense) e Felipe Kitadai, (paulista), após conquistarem medalhas de ouro e bronze respectivamente, no sábado, 28, tiveram um domingo de intensa maratona. Torceram pelos colegas da Seleção e enfrentaram um batalhão de jornalistas na Casa Brasil, espaço do país em Londres.

O dia de “celebridades”, com direito a prato de brigadeiro como recompensa, é só um dos indícios de que as vidas da piauiense e do paulista nunca mais serão as mesmas depois da passagem vitoriosa pela Inglaterra

 “Para muita gente, as Olimpíadas são o ponto final. Para mim, está sendo o início. Em 2016, vai ser melhor”, avisou Felipe Kitadai, bronze no peso-ligeiro.

 

A pequena judoca, que já é famosa no Piauí, agora ganhou o mundo. Mas é  em sua terra natal, que pretende comemorar a primeira medalha de ouro da história do judô feminino brasileiro. Até mesmo para retribuir todo o apoio que recebeu desde que começou no esporte, já que permaneceu em Teresina mesmo após alcançar o sucesso. Decisão até certo ponto ousada e certamente diferente da maioria, que costuma treinar em grandes centros.

 

“Espero uma festa gigante. A maior que tiver, e bem merecida. Com o tempo, consegui montar no Piauí a mesma estrutura que tenho na seleção. Em tudo que eu preciso, eles também me ajudam. Por isso, nunca saí da minha cidade. Sou muito nova e tenho ao menos mais dois ciclos para continuar brilhando”,disse.

 

Os agradecimentos, porém, não ficaram restritos aos piauienses. Sarah dividiu a alegria com todo o Brasil, e deixou claro que tinha a exata noção da importância do judô para as pretensões do país no quadro de medalha.

 

“Não só o Piauí, mas todo o país estava torcendo. Era um dia muito importante. O judô está nas Olimpíadas como carro-chefe. Tínhamos esse peso e conseguimos carregar com muita alegria. ”

 

Nesse domingo, o dia não foi tão bom para o judô brasileiro. Depois das duas medalhas logo na estreia, Érika Miranda e Leandro Cunha foram eliminados ainda na primeira luta da categoria meio-leve. Rafaela Silva e Bruno Mendonça puxam a fila nesta segunda-feira.

 

Globo Esporte

Única equipe representante do Piauí no Campeonato Brasileiro da Série D, o Comercial Atlético Clube, de Campo Maior, não faz boa campanha na competição.

Até o momento, o time piauiense fez 3 jogos e somou apenas 1 ponto. Confira os jogos realizados e os que ainda restam para o Comercial.

 

JOGOS REALIZADOS:

 

Comercial 1x1 Araguaína-TO

 

Sampaio Correa-MA 4x0 Comercial

 

Comercial 0x2 Mixto-MT

 

PRÓXIMOS JOGOS:

 

Santos-AP x Comercial

 

Mixto-MT x Comercial

 

Comercial x Santos-AP

 

Comercial x Sampaio Correa-MA


acessepiauí

 

A brasileira Rafaela Silva precisou de mais de uma hora para se recompor após sua polêmica desclassificação contra a húngara rafaelasilva3072012Hedvig Karakas, nas oitavas de final da categoria peso-leve (até 57kg) do judô nas Olimpíadas de Londres 2012, nesta segunda-feira. Quando enfim saiu do vestiário para falar com a imprensa internacional, ainda mostrava olhos vermelhos. A valentia e tranquilidade, porém, desmoronaram novamente quando a carioca falou dos amigos e familiares que assistiram às suas lutas no Rio de Janeiro, no Instituto Reação, onde ela foi revelada para o esporte.

 

- Queria agradecer o carinho de todos. Infelizmente, eu não consegui, mas é página virada - disse Rafaela Silva, antes de se retirar novamente aos prantos.

 

A judoca admitiu que cometeu um erro ao tentar o kata-otochi, técnica cuja forma clássica foi banida do esporte em 2010, quando a Federação Internacional de Judô (FIJ) mudou as regras para resgatar o judô tradicional e evitar que a modalidade se assemelhasse à luta livre e greco-romana. Segundo Ney Wilson, coordenador-técnico da Confederação Brasileira de Judô, o golpe foi adaptado para ser aplicado sem as mãos após a alteração no regulamento.

 

 - Senti que ela estava descendo e meti a mão. Se eu meti a mão, o erro é meu. Infelizmente, cometi um erro. Agora é levantar a cabeça e pensar em 2016. Estou muito triste, estava treinando muito, mas essa é minha primeira participação em Olimpíadas e vou usar como experiência - afirmou Rafaela.

 

O desespero de Rafaela Silva era tamanho após sua eliminação, que a jovem de 19 anos, aposta para os Jogos do Rio de Janeiro em 2016, precisou do apoio de todos para sair do vestiário. Ney Wilson deixou de acompanhar a luta de Bruno Mendonça contra o holandês Dex Elmont para ajudar e recebeu a companhia de Geraldo Bernardes, que revelou a atleta carioca.

 

- A dor maior é porque a derrota é exclusivamente dela. Ela está sofrendo muito. Ela sabe que errou - lamentou Ney Wilson.

 

 No Rio de Janeiro, choro e orgulho

Na Cidade de Deus, comunidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro, a família de Rafaela acompanhou à campanha inteira no Instituto Reação, projeto social do ex-judoca Flávio Canto que revelou a atleta. Sua irmã, Raquel, também não conteve as lágrimas ao comentar a desclassificação contra a húngara.

 

- Foi um azar. Acho que ela foi afobada, tinha que esperar desequilibrar antes de ter catado a perna. Eu estou triste porque ela não trouxe a medalha, mas só de estar lá é um orgulho para nossa família - afirmou Raquel, em entrevista.

Quando saiu do Brasil rumo a Londres, a pequena Sarah Menezes carregava expectativas desproporcionais para seu tamanho. sarahouro2872012Lutadora mais leve da seleção de judô, a peso-ligeiro, de apenas 1,52m e 48kg, era a grande esperança de primeira final olímpica do Brasil entre mulheres na história da modalidade. A piauiense, porém, foi além: com a vitória neste sábado sobre a romena Alina Dumitru, campeã dos Jogos de Pequim 2008, Sarah entrou para a história como a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro no judô nas Olimpíadas.

 

A luta começou com muito estudo. As duas mediam a distância na briga por pegada. Sarah foi a primeira a tentar uma entrada, bem defendida por Dumitru, que aparentava sentir o braço direito. A romena começou a girar mais para tentar evitar que a brasileira a atacasse. Com pouco menos de quatro minutos restando, Sarah quase conseguiu uma queda. Dumitru defendeu, mas a brasileira atacou no solo, chegando perto de encaixar uma chave de braço. Uma vez que percebeu que o caminho era por ali, a piauiense atacou novamente o braço, e conseguiu um shido (advertência) contra a romena.

 

Ciente que poderia perder a luta com nova advertência, Dumitru passou a ser mais incisiva e foi com tudo para um golpe de quadril, que quase entrou. A romena assustou com uma técnica de pé, mas Sarah contragolpeou e conseguiu um yuko, abrindo 1 a 0 de vantagem. Os últimos 18s pareciam que seriam de tensão, mas Sarah atacou e conseguiu um wazari para assegurar o ouro. Ela ainda foi para o estrangulamento antes de o cronômetro zerar. Um wazari e um yuko a zero para Sarah Menezes, primeira judoca campeã olímpica do Brasil.

 

Ouro carregado de significados especiais

O ouro de Sarah foi carregado de significados diversos. Foi o primeiro ouro do Brasil em Londres 2012, logo no primeiro dia oficial de disputas; o primeiro ouro do judô em 20 anos, desde que Rogério Sampaio, atleta peso-meio-leve, foi campeão olímpico em Barcelona 1992; e a 16ª medalha do judô em Olimpíadas, tornando a modalidade, provisoriamente, na mais vencedora entre todas as do Brasil na história dos Jogos, superando a vela, que acumula 15 medalhas.

 

Não foi uma surpresa e sim o resultado de um processo de crescimento em público. Aos 18 anos, Sarah Menezes foi campeã mundial júnior, em Amsterdã, na Holanda, e se tornou automaticamente a grande esperança da modalidade. Naquele mesmo ano, estreou em Olimpíadas, em Pequim 2008, e caiu logo na primeira luta. Em 2009, conquistou o bicampeonato júnior, foi eleita Atleta do Ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e iniciou sua escalada entre os adultos. Em 2010, foi medalha de bronze no Mundial de Tóquio; dois anos depois, chegou à prata no Mundial de Paris. Durante os quatro anos do ciclo olímpico, colecionou ouros em etapas de Grand Slam, Grand Prix e Copa do Mundo, sem jamais deixar os treinamentos em Teresina, no Piauí, sua casa, onde serve de ídolo para milhares de crianças e é tema até de forró.

 

Em Londres, a adversária mais temida era a japonesa Tomoko Fukumi, primeira colocada do ranking mundial, a qual jamais havia derrotado em quatro combates. A algoz, todavia, caiu pelo caminho para a romena Alina Dumitru. Campeã em Pequim 2008, Dumitru merecia respeito, mas era um confronto mais favorável: de cinco duelos entre as duas, Sarah havia vencido três, justamente os três mais recentes. A superioridade da piauiense ficou clara no tatame de Londres.


Globoesporte