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imunologicoComo resultado, a célula entra em um processo de morte programada (um tipo de morte inflamatória chamado piroptose) e passa a liberar na circulação moléculas sinalizadoras (citocinas) que atraem para o local um verdadeiro exército de glóbulos brancos.

Desse modo, tem início uma resposta inflamatória que, em última instância, visa destruir a potencial ameaça ao organismo.

“A resposta a diversos patógenos envolve a ativação de inflamassoma e, na maioria das vezes, isso ajuda a barrar a infecção e proteger o organismo. Mas em alguns pacientes com covid-19 parece haver uma superativação do sistema de defesa e agora estamos tentando entender por que isso acontece”, conta Zamboni.

O envolvimento desse mecanismo imune na inflamação sistêmica que caracteriza a forma grave da covid-19 é algo que vem sendo estudado por cientistas de diversos países nos últimos meses.

Ogrupo de Ribeirão Preto foi o primeiro a demonstrar a ativação de um tipo específico de inflamassoma em resposta à infeção pelo SARS-CoV-2 em pacientes.

“Importante ressaltar que existe mais de um tipo de inflamassoma – o que varia é a proteína responsável por mediar a ativação do complexo proteico. Nós observamos nos pacientes com covid-19 a presença do inflamassoma mediado pela proteína NLRP3, um dos mais comuns e mais bem estudados. Mas é possível que outros tipos também participem da resposta ao SARS-CoV-2”, diz Zamboni.

Investigação
As conclusões apresentadas no artigo estão baseadas em três conjuntos de experimentos. O primeiro deles envolveu células imunes de doadores saudáveis, que foram infectadas com o novo coronavírus em laboratório. No experimento, foi usado apenas um tipo de leucócito denominado monócito.

“Administramos na cultura uma concentração viral considerada baixa, algo como um vírus para cada célula. Mesmo assim, 75% dos monócitos morreram após 24 horas, o que revela o potencial destruidor do vírus”, conta Zamboni.

A presença de lactato desidrogenase (LDH) no meio de cultura indicou aos pesquisadores que as células estavam morrendo por piroptose, uma vez que essa molécula é liberada quando a membrana celular é rompida e o conteúdo intracelular extravasa na circulação – fenômeno que caracteriza a morte inflamatória.

Já a presença das citocinas IL-18 (interleucina-18) e IL-1β (interleucina-1 beta) sugeriu que esse “suicídio celular em série” estava relacionado com a ativação do inflamassoma de NLRP3 – o que foi confirmado por meio de microscopia.

“Quando esse tipo de inflamassoma é ativado, as proteínas que formam o complexo – normalmente espalhadas pelo citoplasma – se agregam formando uma estrutura chamada puncta, que pode ser observada no microscópio. Quando isso acontece, é ativada uma enzima chamada caspase-1, responsável por ‘processar’ os peptídeos precursores das citocinas pró-inflamatórias, como IL-18 e IL-1β, deixando as moléculas em sua forma ‘madura’ e ativa”, explica o pesquisador.

O segundo conjunto de experimentos foi feito com amostras clínicas de 124 pacientes internados no Hospital de Clínicas da FMRP-USP entre os meses de abril e julho, com quadros moderados ou severos de covid-19. Os resultados foram comparados com dados de pessoas internadas por outros motivos, que serviram como controle.

Por meio de testes imunoenzimáticos (baseados na reação entre antígenos e anticorpos) e sondas moleculares, foi possível comprovar que os glóbulos brancos dos pacientes com covid-19 tinham, em média, quantidades muito maiores de IL-18 e da enzima caspase-1 em sua forma ativa.

No microscópio, os cientistas observaram que as punctas estavam presentes em maior quantidade nas células imunes dos infectados pelo SARS-CoV-2. E, por meio de análises estatísticas, os pesquisadores descobriram que, quanto mais sinais de ativação de inflamassoma o paciente apresentava no momento de admissão hospitalar, pior era sua evolução clínica e maior a probabilidade de morrer.

O terceiro e último grupo de experimentos foi feito com amostras de tecido pulmonar de cinco pessoas que morreram após contrair o SARS-CoV-2, obtidas durante um procedimento de autópsia minimamente invasiva. As análises revelaram a presença de leucócitos infectados pelo vírus e, no interior dessas células, foi possível visualizar a presença das punctas características do inflamassoma de NLRP3.

Próximos passos
Os ensaios realizados até o momento contaram com apoio da FAPESP por meio de um Projeto Temático e de um Auxílio à Pesquisa Regular concedidos a Zamboni, que também integra a equipe do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da FAPESP sediado na FMRP-USP.

O grupo composto por mais de 40 pesquisadores tenta agora descobrir se outros tipos de inflamassoma estão envolvidos na resposta ao novo coronavírus e por que o patógeno ativa tão intensamente esse tipo de mecanismo imunológico.

“Estamos fazendo novos experimentos nos quais comparamos a ativação do inflamassoma em resposta ao SARS-CoV-2 e a outros vírus, como o causador da gripe H1N1”, conta Zamboni.

Em outra frente, os cientistas testam o uso de um fármaco capaz de inibir o inflamassoma de NLRP3 em pacientes com a forma grave da COVID-19. Resultados preliminares promissores já foram divulgados na plataforma medRxiv (leia mais em: agencia.fapesp.br/33890).

“Procuramos também outras drogas inibidoras do inflamassoma de NLRP3 que possam ser testadas em um ensaio clínico. À medida que desvendarmos os mecanismos de ativação do inflamassoma na COVID-19, poderemos identificar drogas capazes de reduzir o processo inflamatório de forma mais eficiente”, diz Zamboni.

 

Agência Fapesp

Foto: Divulgação/National Institute of Allergy and Infectious Diseases

covidvacnaO vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, afirmou nesta segunda-feira que o cronograma estimado pela fundação prevê a produção de doses da vacina da Astrazeneca contra a Covid-19 em dezembro e janeiro, e a disponibilização do imunizante em março, após submissão a órgãos de vigilância sanitária.


O Ministério da Saúde tem um acordo com a farmacêutica para adquirir doses da vacina e para a produção dela no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

"Temos um cronograma que vai ser cumprido, a gente sempre diz que pode adiantar um pouquinho, pode atrasar um pouquinho", disse Krieger à GloboNews.

"Estamos desde o início... prevendo o início da produção da Fiocruz em dezembro, janeiro, a submissão do registro, já a partir de março temos essas doses", afirmou.

"A boa notícia é que nós teremos um pouquinho a mais de doses, cerca de 30% de cidadãos a mais poderão ser vacinados", comemorou.

Segundo anúncio da Astrazeneca nesta segunda, a vacina, desenvolvida em conjunto com a Universidade de Oxford, foi 90% eficaz na prevenção da Covid-19 quando administrada em meia dose e, pelo menos um mês depois, uma dose integral, de acordo com dados do estudo clínico em estágio avançado realizado no Reino Unido e no Brasil. A farmacêutica britânica disse ainda que a eficácia ocorreu sem nenhum efeito colateral grave.

Krieger explicou que em dezembro será assinado novo contrato que prevê a transferência de tecnologia. Segundo ele, dados sobre o estudo com a vacina no país têm sido apresentados em "pacotes" à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, em janeiro, deve ser apresentado o último deles.

O vice-presidente da Fiocruz disse ainda que há uma expectativa de resposta da Anvisa em 20 dias após essa última submissão de dados.

Krieger enumerou vantagens da vacina, como o seu custo "muito acessível", as condições de transporte e armazenamento e o fato de ela funcionar "bem" entre a população idosa.

"Então nós temos que ter bastante otimismo", disse.

 

Reuters

Foto; Reuters/DIEGO VARA

 

A Coordenação de Imunização de Floriano anunciou que a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação, com foco na atualização das cadernetas de crianças e adolescentes e na vacinação de crianças contra a poliomielite foi prorrogada até dia 30 de novembro. A recomendação é do Ministério da Saúde.

O objetivo da campanha é vacinar pessoas dentro do público-alvo e conscientizar a população sobre a importância da vacina para a proteção contra diversas doenças. “Nossas Unidades de Saúde estão abastecidas para receber a população alvo, mas os pais e responsáveis não podem esquecer de levar a caderneta de vacinação ou documento com foto”, disse Pollyane Pires, coordenadora de Imunização de Floriano.

O público-alvo da campanha contra poliomielite são crianças de 1 ano a menores de 5 anos, que devem receber a Vacina Oral de Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses da Vacina Inativada de Poliomielite (VIP), do esquema básico de vacinação. Crianças menores de 1 ano (de 29 dias até 11 meses) deverão ser vacinadas seletivamente com a VIP, conforme as indicações do calendário nacional de vacinação.

Crianças e adolescentes menores de 15 anos não vacinados ou com esquemas incompletos também devem comparecer aos postos de vacinação. A meta do Ministério da Saúde é alcançar, pelo menos, 95% do público-alvo.

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ASCOM

No país há mais de 50 mil biomédicos registrados em seis conselhos regionais

biomedicoEntre os profissionais da área de saúde que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus está o biomédico, que hoje (20) comemora o dia dedicado à profissão. No Brasil, temos nomes como Jaqueline Goes de Jesus e Claudio Tavares Sacchi, que foram responsáveis pela equipe que mapeou o genoma do novo coronavírus no país e possibilitou o sequenciamento do vírus em tempo recorde, 48h, enquanto que no resto do mundo o tempo médio para o procedimento ser realizado é de 15 dias. 

Por ter diversas vertentes de atuação, como a virologia, microbiologia e parasitologia, os biomédicos podem, também, atuar com a saúde pública. O mercado de trabalho vem aumentando para esses profissionais, principalmente os de patologia clínica, porque a demanda vem crescendo na área de análises clínicas. “No cenário atual, diversos profissionais da área estão à frente das pesquisas para a vacina e tenho certeza que o resultado será positivo. O mercado está promissor”, revela o biomédico patologista e docente, Paulo Costa, 30. Formado há sete anos, Costa tem MBA em Gestão da Saúde Pública.

Ele destaca, ainda, a importância no investimento em especializações para a melhoria da atuação profissional. “Não me vejo em outra profissão, tenho amor pelo que faço e acredito que para ser reconhecido como profissional, primeiro você precisa amar o que faz e se capacitar cada dia mais. Com o passar do tempo, novas tecnologias, novas descobertas fazem com que as especializações sejam necessárias para o profissional se destacar no mercado de trabalho”, conclui.

Dia Nacional do Biomédico

biomedicopauloA data é comemorada no Brasil desde 2006 quando foi instituída através do Decreto de Lei nº 11.339. De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), os seis conselhos regionais da classe já somam cerca de 50 mil profissionais registrados e, pelo menos, 11 mil estudantes matriculados nos mais de 220 cursos espalhados no país.

Além de atuar também na área da genética, reprodução humana e interpretação de resultados de exames clínicos para diagnóstico, o biomédico é responsável pelo estudo dos microrganismos que causam doenças e através de pesquisas, buscam formas de tratamento, como por exemplo, vacinas e medicamentos. 

A Biomedicina é uma área científica que tem como base a Biologia e a Medicina. Desenvolvida para compreender as causas, sintomas e consequências das doenças, lida com detecção de anomalias em amostras de sangue, de alimentos, de plantas, de tecido animal ou humano e demais materiais biológicos que possam ser analisados em laboratório.

Fonte: Agência Educa Mais Brasil