A Aliança Mundial para o Desenvolvimento de Medicamentos contra a Tuberculose (TB Alliance), financiada por vários governos e fundações, disse que a nova combinação de medicamentos promete avanços na luta contra a doença, responsável por 1,4 milhões de mortes ao ano, a maioria na África.
O novo tratamento poderia ser particularmente útil para as 650.000 pessoas em todo o mundo que sofrem de tuberculose multirresistente (MDR-TB), uma cifra com expectativa de aumento.
"Este novo coquetel antituberculose poderá abrir o caminho para um enfoque inovador e mais eficaz para combater a doença mediante a eliminação da distinção entre a infecção tradicional (TB) e suas múltiplas formas multirresistentes (MDR-TB)" aos antibióticos, disse Mel Spigelman, diretor-geral da TB Alliance.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 8,8 milhões de pessoas sofreram desta doença pulmonar contagiosa no mundo em 2010 e 1,4 milhão morreram.
Atualmente, as pessoas que sofrem de tuberculose precisam ingerir uma série de medicamentos diários durante seis meses, enquanto os que têm MDR-TB devem tomar uma injeção diária nos primeiros seis meses antes de ingerir uma dúzia de pílulas ou mais diárias durante um mínimo de 18 meses.
A TB Alliance, sediada em Nova York, explicou que muitos pacientes não completam o tratamento porque não toleram os efeitos colaterais ou não conseguem segui-lo por ser longo demais. Isto leva a formas da doença resistentes aos medicamentos, inclusive a um tipo de tuberculose amplamente resistente a remédios conhecido como XDR-TB.
O novo tratamento, chamado "Nova Combinação 2" (NC-002), é composto de três agentes: o antibiótico experimental PA-824 e outros dois bactericidas que já são usados contra a tuberculose, a moxifloxacina e a pirazinamida.
Segundo os cientistas, o novo coquetel poderá curar doentes de TB normal e TB resistente em quatro meses contra os atuais seis e 24 meses necessários, respectivamente. O custo do tratamento também será reduzido. Os novos testes serão feitos em oito locais de Brasil, África do Sul e Tanzânia.
A TB Alliance opera com recursos da Fundação de Bill e Melinda Gates, a agência governamental Irish Aid, o Departamento do Reino Unido para o Desenvolvimento Internacional, a Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional e a agência reguladora de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos (FDA, Food and Drugs Administration).
AFP