A agressão sofrida por um pesquisador e um supervisor de pesquisas, do Instituto Piauiense de Opinião Pública - Amostragem, ontem (25), em São João do Piauí, 516 quilômetros de Teresina, foi denunciada hoje na tribuna da Assembleia Legislativa pela deputada Rejane Dias (PT/imagem). A parlamentar cobrou providências urgentes do secretário de Segurança do Estado, Robert Rios, para evitar que incidentes mais graves possam acontecer na região, onde a disputa está acirrada e os ânimos exaltados.

 

Rejane Dias solicitou o enviou imediato de mais policiais para o município. Ela defende que se garanta a integridade física e o direito dos cidadãos de São João do Piauí de expressarem suas opiniões e suas vontades políticas. Segundo a deputada está sendo praticado terrorismo político no município e a população está se sentindo acuado em manifestar sua preferência eleitoral.

 

"Pior que a agressão cometida contra esses trabalhadores foi a certeza da impunidade demonstrada pelos agressores, que estavam em um carro plotado (adesivado) com a propaganda de um  candidato a prefeito. Além de tomarem a mochila com os questionários da pesquisa, e de quebrarem a prancheta do pesquisador, ainda mandaram que as vítimas fossem à polícia denunciar o crime, como se tivessem certeza da impunidade", ressaltou a parlamentae.  Segundo ela as pessoas precisam ter direito de expressar sua vontade e não se serem violentadas, como foram o  trabalhadores do Amostragem. A deputada teme que o mesmo ocorra com os cidadãos sanjoanenses.

 

Os deputados Antonio Uchôa (PDT), João de Deus (PT) e Gessivaldo Isaías (PRB) pediram a palavra para lamentar as agressões e exigir do Ministério Público Eleitoral e da Polícia Federal uma fiscalização rigorosa da atuação dos institutos de pesquisas, muitos criados para atender a interesses de partidos e/ou grupos políticos, que manipulam dados para favorecê-los. "Estamos acompanhando diariamente a divulgação de pesquisas que não condizem com a realidade, que influenciam decisivamente no resultado das eleições. A justiça eleitoral precisa ser mais vigilante para coibir essas práticas", defendeu Uchôa.

 

 

"Mesmo em situações em que se percebe claramente que houve a manipulação de dados, não se justifica a agressão. Não se pode fazer justiça com as próprias mãos, como esses valentões em São João do Piauí. Se há manipulação de pesquisa, que o candidato ou coligação denuncie o instituto à Justiça Eleitoral", sugeriu João de Deus.

 

"A manipulação não dá direito à violência. Vivemos num país democrático, onde a sociedade não mais admite esse tipo de intimidação", completou Gessivaldo Isaías.

 

Rejane Dias lamentou a "frouxidão" da Justiça Eleitoral com a manipulação dos resultados de pesquisa, mas também denunciou que o sinal da TV's em São João do Piauí  é  retirado do ar toda vez que as emissoras vão divulgar resultado de pesquisa desfavorável ao candidato apoiado pela atual administração. "Como é uma concessão pública da prefeitura, o sinal cai quando há uma divulgação de resultado de pesquisa desfavorável", afirmou a deputada.

 

Surdos -  Rejane finalizou o discurso lembrado que hoje (26) é Dia Nacional da Pessoa Surda e elogiou as mudanças promovidas pelo Ministério da Educação em relação a ensino especial, como a inserção do aluno surdo no ensino regular.

 

ALEPI

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