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Uma força tarefa composta de seis delegados, cerca de 20 agentes e pelo menos três escrivães foi criada hoje pelo governo do Maranhão para levantar os nomes de todos os pistoleiros em atividade no Estado e descobrir quem executou e quem encomendou o assassinato do jornalista Aldenísio Décio Leite de Sá, de 42 anos, ocorrido às 22:40h de segunda-feira, dia 23, no bar Estrela do Mar, na avenida Lutorânea, o principal local de lazer da população de São Luis. A força tarefa já descobriu que o pistoleiro tinha a cobertura de homens que estavam dentro de um carro que estava parado mais distante do bar. Imagens de câmeras de segurança de toda a avenida foram conseguidas rapidamente.

 

Décio, um dos mais populares jornalistas do Maranhão, havia chegado ao bar minutos antes para se encontrar com o assessor da Secretaria de Saúde do Estado, Fábio Câmara, seu candidato a vereador na capital. O profissional foi abatido com seis tiros, sendo dois na cabeça e quatro no tórax. Ele não teve a menor chance de defesa.

 

"Vamos descobrir"

Ao anunciar a criação da força tarefa com a missão específica de esclarecer o assassinato do jornalista, o Secretário de Segurança do Maranhão, Luis Mendes, garantiu que "vamos descobrir" quem matou Décio Sá e desmantelar de uma vez por todas a pistolagem no Maranhão. Deputados estão defendendo a realização de uma audiência pública para discutir a pistolagem.

 

Os jornalistas de São Luis, inconformados com a brutalidade sofrida pelo companheiro, não se conformam e querem a montagem de uma CPI -Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a pistolagem em todo o Estado do Maranhão. Entendem que existe gente poderosa acobertando os matadores de aluguel.

 

Durante o sepultamento do jornalista, que ocorreu no final da tarde desta terça-feira, no Cemitério Jardim da Paz, localizado na estrada de São José de Ribamar, houve brados de revolta e ataque à pistolagem.

 

Muito conhecidos pelo seu destemor e solidariedade com os companheiros ameaçados, os jornalistas de São Luis iniciaram também suas investigações. Todos os passos dados pelo colega assassinado nos últimos dez dias estão sendo reconstituídos e já existem nomes de pessoas que teriam interesse no desaparecimento do bravo profissional.

 

Empresários arrecadaram 100 mil reais para dar de recompensa a quem fornecer uma pista dos assassinos.


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