namibiaUm dos mais comentados textos do recente teatro baiano, Namíbia, Não!, dirigido por Lázaro Ramos, é mostrado pela primeira vez ao público paulistano neste fim de semana. A primeira apresentação foi neste sábado, 14, e, após a sessão deste domingo, 15, a peça, em curtíssima temporada, já se despede da cidade.

A produção foi uma das duas selecionadas, ao lado de Licht + Licht, a se apresentar na mostra do Festival de Curitiba no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, fruto da parceria do Itaú Cultural com o evento paranaense.

Assinada pelo baiano Aldri Anunciação, que também atua na obra, a dramaturgia do espetáculo é calcada em uma bem construída reflexão sobre o papel do negro na sociedade brasileira.

O conflito desenvolvido ao longo da encenação surge com um decreto governamental promulgado em 2016, que obriga todos os cidadãos brasileiros “de melanina acentuada” – em uma ótima brincadeira aos termos politicamente corretos vigentes – a retornarem a seus países africanos de origem.

Ao receber a notícia, dois primos negros, o aspirante a um cargo no Itamaraty Antonio (Aldri Anunciação) e o estudante de direito André (Flávio Bauraqui), decidem manter-se encarcerados no apartamento onde vivem para evitar a “deportação” obrigatória caso pisem na rua. Tal aprisionamento provoca nos dois reflexões e mudanças de postura diante da situação.

O cenário cria o interior do apartamento clean onde vive a dupla de primos, todo em cores brancas, em um funcional e belo trabalho de cenografia assinado por Rodrigo Frota.

Despido de qualquer referência à moda afro, os modernos e bem cortados figurinos de Diana Moreira servem para dar aos personagens um ar futurista, não deixando de acentuar a subjugação deles aos padrões estéticos ocidentais como forma de sobrevivência e ascensão social. Apesar disso, as roupas são pretas, contrastando com o ambiente branco onde vivem, numa simbologia do discurso da montagem.

Apesar de provocar risadas na plateia em alguns momentos mais espirituosos, o discurso do texto é forte e preciso. Questiona o tempo todo o papel de marginalidade dado ao negro na sociedade brasileira, lembrando desde a violência dos navios negreiros e dos chicotes nas fazendas Brasil afora até o total desamparo social vindo com a Lei Áurea de 1888, que deixou o negro em um lugar marginal dentro da sociedade brasileira.

O espetáculo tem boas contribuições de vídeos e áudios, gravados por uma turma tarimbada que vai de Wagner Moura a Suely Franco e Luis Miranda. Num inventivo recurso da direção, as vozes e os vídeos contracenam com os personagens e ajudam a conduzir a história.

Contudo, a direção de Lázaro Ramos, apesar dos aspectos positivos já mencionados, peca em deixar os atores investirem na caricatura em muitos momentos, fazendo uso de um registro teatral mais infantilizado como forma de sublinhar os momentos mais dramáticos. Bem conduzida e amarrada no começo, a dramaturgia também se perde na parte final do espetáculo, sobretudo com o falso fim, que na verdade se revela ao público como a porta de entrada para a parte mais confusa da peça.

Mesmo diante dessas escorregadas, a obra tem o mérito inquestionável de levar ao espectador uma discussão corajosa e tão necessária em nossa sociedade, que está muito longe de uma utópica igualdade racial e social. Sociedade esta que deixa o negro, muitas vezes, em um lugar desfavorável. Namíbia, Não! exacerba tal situação para levantar o debate.
R7
fontenelleA atriz piauiense Antônia Fontenelle, mulher de Marcos Paulo, comentou com amigos que não quer ver o Pânico na frente...

Ela virou motivo de chacota na mão do programa.

E já avisou que da próxima vez vai fazer barraco (coisa comum à sua personalidade).

Antônia se irritou profundamente porque os humoristas a abordaram na porta de uma festa, no Rio, e começaram a tirar onda da cara dela.

Prateado ficou falando com aquela vozinha fininha, tipo a da Xuxa, que o relógio que ela estava usando, que o salão de beleza etc. haviam sido pagos pelo Marcos Paulo.

E cantava uma musiquinha, que irritou mais ainda a moça.

Quando eles se encontrarem de novo, o bicho vai pegar...
Fonte: R7
A 17ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), encerrada na sexta-feira, 13, foi a oportunidade para os conselheiros conhecerem o orçamento do Ministério da Cultura para este ano. Segundo o secretário-executivo Vitor Ortiz, o MinC terá em 2012 um dos maiores orçamentos da sua história.

Vários números da planilha apresentada ao Conselho merecem destaque, a exemplo das Praças dos Esportes e da Cultura, que receberão investimentos de R$ 300 milhões. Vitor Ortiz também ressaltou os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, que chegarão perto de R$ 500 milhões.

Outro aspecto enfatizado foi o esforço do MinC para incluir no Programa de Aceleração do Crescimento – que vem desenvolvendo a infraestrutura do País e cujos recursos não são contingenciáveis – o PAC das Cidades Históricas, que beneficiará 125 cidades com sítios históricos ou bens tombados.

Os recursos do Cultura Viva também estão assegurados e recuperam seu melhor patamar, atingido em 2008, quando o programa foi lançado. Para este ano, o Ministério já tem autorização para executar R$ 798 milhões em vários setores. Mais: em investimentos reais ao longo dos próximos meses, o montante previsto é de R$ 1,64 bilhão.

Parcerias

Outro aspecto debatido foram os R$ 140 milhões da parceria do MinC com o Ministério da Educação. São recursos novos, oriundos do MEC para investimento em cultura nas escolas. Este ano, 5 mil unidades de ensino receberão R$ 20 mil cada para escolher em que tipo de atividade cultural vão aplicar a verba. A própria escola decide com qual modalidade artística quer trabalhar.

A Rio+20 também entrou na pauta da reunião. Os conselheiros analisaram a participação do MinC no processo e a importância de se estimular o debate sobre como a cultura pode atuar como um canal para a sustentabilidade.

Vitor Ortiz destacou, ainda, que a aprovação da PEC 416 (que institui o Sistema Nacional de Cultura) é uma das prioridades da pauta legislativa do MinC em 2012: “Precisamos somar esforços para sua aprovação”, sentenciou.

Toda essa discussão é parte da estratégia de fortalecimento do Conselho no ambiente do MinC. Representa a determinação da MinistraAna de Hollandade respaldar no âmbito popular as decisões que vêm sendo tomadas.

Em 2011, a participação do CNPC foi importante para a aprovação das metas do Plano Nacional de Cultura. A parceria com o MinC para formulação e fomento das políticas culturais foi destacada pelo secretário de Articulação Institucional e secretário-geral do CNPC, João Roberto Peixe. “O protagonismo assumido por este Conselho no processo de definição das metas do PNC demonstra o papel de destaque que tem junto ao Ministério”.


AsCom/MinC
saraceniMorreu no início da tarde deste sábado, 14, aos 79 anos, o cineasta Paulo César Saraceni. Um dos primeiros cineastas do país a obter reconhecimento internacional, ele estava internado há oito meses, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral.

Um dos fundadores do Cinema Novo, Saraceni conquistou sete prêmios em festivais europeus com seu curta-metragem de estreia, Arraial do Cabo (1959). Carioca de 1933, antes de ingressar na carreira de cineasta chegou a tentar uma carreira esportiva: nos anos 1950, jogou no time juvenil do Fluminense, além de praticar natação e pólo aquático.

Descendente de imigrantes italianos, ganhou uma bolsa para estudar no Centro Experimental de Cinematografia, em Roma, logo após a repercussão de Arraial do Cabo. De 1961 a 1962, realizou uma série de contatos com cineastas italianos, entre eles Bernardo Bertolucci e Guido Cosulich.

De volta ao Brasil, dirigiu Porto das Caixas (1962), sua primeira adaptação para as telas de romances do escritor Lúcio Cardoso, seguida de A Casa Assassinada (1970). Em 1996, dirigiu o documentário Bahia de Todos os Sambas, marcando sua estreia no gênero.


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