O papa Francisco promulgou decreto que reconhece um segundo milagre por intercessão do falecido Paulo VI, que, por isso, será proclamado santo, informou hoje (7) o escritório de imprensa do Vaticano.
Apesar de nenhuma data ter sido informada, a canonização de papa Paulo VI poderia acontecer no fim de outubro em Roma, ao término do Sínodo dos Bispos sobre os Jovens, entre os dias 3 e 28, segundo adiantou o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin.
Paulo VI, que foi papa entre 1963 e 1978, criou o Sínodo dos Bispos, no Vaticano, a assembleia dos prelados dos cinco continentes.
As desigualdades salariais entre homens e mulheres ainda persistem no Brasil. Mesmo obtendo a maioria dos diplomas de curso superior no Brasil, a população feminina ainda ganha menos, ocupa menos cargos de chefia e passa mais tempo cuidando de pessoas ou de afazeres domésticos do que os homens. Esse é o quadro mostrado pelo estudo “Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na véspera do Dia Internacional da Mulher.
A pesquisa traz um conjunto de informações sobre as condições de vida das brasileiras com base em recomendações da ONU e agrupadas em cinco temas: estruturas econômicas e acesso a recursos; educação; saúde e serviços relacionados; vida pública e tomada de decisões; e direitos humanos de mulheres e crianças. A conclusão do órgão é que “o caminho a ser percorrido em direção à igualdade de gênero, ou seja, em um cenário onde homens e mulheres gozem dos mesmos direitos e oportunidades, ainda é longo”.
Entre a população com 25 anos ou mais, 16,9% das mulheres possuíam curso superior completo em 2016, contra 13,5% dos homens. Entretanto, mais qualificação não reflete em melhor posição no mercado de trabalho: o rendimento habitual médio mensal era de 1.764 reais para as mulheres e 2.306 reais para os profissionais do sexo masculino naquele ano. Elas também estão em desvantagem na tomada de decisões no trabalho: ocupavam apenas 37,8% das posições gerenciais. O tempo dedicado aos cuidados com filhos, idosos e com a casa também é bem discrepante: 18,1 horas semanais delas e 10,5 horas semanais deles.
A vantagem educacional das brasileiras pode ser explicada, em parte, por uma necessidade de se provar mais profissionalmente, já que as empresas têm resistência em contratá-las, reproduzindo a crença que mulheres em idade fértil ou mães custam mais e rendem menos que um homem. “Mas não é só isso, 40% das mulheres são chefes de família e têm buscado melhores oportunidades de colocação por esta via”, acredita Evelin Fomin, jornalista especialista em estudo de gênero, mídia e cultura e idealizadora do projeto SomosMuchas, uma plataforma de avaliação do ambiente de trabalho das empresas pelas mulheres.
É o caso da pedagoga Samanta Tobias, de 43 anos. Ela é a única da família de seis irmãos que fez faculdade. “Comecei o curso aos 22 anos e tive de parar no segundo ano, porque engravidei. Voltei somente quatro anos depois e me formei. Gosto de estudar, fiz duas graduações e quatro especializações, sempre com bolsa de estudos”, conta ela, que é mãe solteira e hoje se divide em dois empregos. Um de seus irmãos chegou a entrar em uma universidade, mas abandonou. “Eles tiveram filhos muito cedo, um deles com 16 anos. Estudar deixou de ser prioridade”, explica.
Ela sente que mesmo na área de educação, majoritariamente feminina, há mais diretores do sexo masculino, e que com o currículo que carrega poderia estar em cargos mais altos se fosse homem. “Eles não precisam ficar provando tanto, a figura masculina impõe mais respeito”, acredita.
“Algumas mudanças culturais do funcionamento estrutural que ocorre nos ambientes de trabalho, sobretudo os corporativos, têm grande dificuldade de absorver o ‘espírito do tempo’”, opina Fomin.
Isso também é percebido na representatividade política. Os números apontam que 10,5% dos assentos da Câmara dos Deputados são ocupados por mulheres, enquanto a média do mundo é 23,6%.
Cenário é pior para as negras e pardas
A publicação do IBGE afirma que “no Brasil, não é apenas o sexo tem impacto significativo nas estatísticas, mas também cor ou raça, ser portador de deficiência, morar em áreas urbanas ou rurais reforçam desigualdades”. Alguns números exemplificam esse cenário: a taxa de fecundidade adolescente (de 15 a 19 anos) quase dobra na região Norte (85,1%) em relação ao Sudeste (45,4%). E ainda entre os índices de escolaridade, 23,5% das brancas têm formação superior e somente 10,4% das negras e pardas.
Durante uma semana, estudantes, professores, movimentos sociais e a comunidade discutiram temáticas relacionadas a educação no campo, durante o I Festival de Educação do Campo (FESTCAMP) promovido pelo Curso de Licenciatura em Educação do Campo/Ciências da Natureza, do Campus Amílcar Ferreira Sobral, em Floriano.
O evento teve como objetivo gerar espaço para ampliação das pesquisas e discussões sobre os aspectos sócio-históricos, culturais, econômicos e político pedagógicos intrínsecos à formação do educador do campo, visando tanto o fortalecimento da construção dos laços identitários dos acadêmicos no âmbito do curso, quanto nas relações dialéticas com as suas raízes.
O FESTCAMP mira a reflexão acerca da formação inicial e continuada com a interconexão entre etnia, cultura e identidade, associada com a abordagem sobre os eixos da agricultura familiar, desenvolvimento sustentável e sistema de produção e trabalho no campo, no contexto da formação acadêmica do estudante da Educação no Campo.
Eixos esses, imprescindíveis para provocar a sua percepção sobre a relevância da diversidade e suas implicações no conjunto das relações sócio históricas e culturais, estabelecidas consigo mesmo e com seus pares. Enfim, a principal finalidade do evento concentra-se na necessidade de atentar para as articulações entre conhecimentos e saberes apreendidos no Tempo Universidade e no Tempo Comunidade, visando a sua transposição dialética para a práxis na realidade em que se insere.
A Profa. Me. Mônica Dias, uma das coordenadoras, avaliou o evento de forma positiva. “Muito proveitoso e fundamentado, onde todos os sujeitos que participam e fazem a Licenciatura em Educação no Campo com muito compromisso, desde a direção, coordenação do curso, professores e alunos, os movimentos sociais da cidade de Floriano e da Secretaria de Educação de Floriano", afirmou.
O I FESTCAMP teve como tema "Ressignificando os saberes na Educação do Campo" e foi realizado entre os dias 26 de fevereiro e 2 de março, onde foram realizadas discussões, palestras e mesa-redonda com a comunidade.
Mais da metade das brasileiras (56%) já se sentiu em algum momento em desvantagem por conta do gênero e (32%) já sofreu violência física ou sexual
O portal especialista em saúde e maternidade, Trocando Fraldas, realizou uma pesquisa nacional com 14 mil usuárias. O estudo aponta que 4 em cada 9 mulheres desconhecem a origem do movimento a favor dos direitos femininos, o que inclui o significado da data 8 de março, dia internacional da mulher.
O que chamou atenção é que embora as mulheres mais jovens, entre os 18 e 24 anos, defendam e consideram importante os direitos femininos, foram as que mais apresentaram falta de informação histórica sobre o assunto.
Outro dado preocupante é que mais da metade das brasileiras (56%) já se sentiu em algum momento em desvantagem por conta do gênero, independente da idade, região em que mora ou situação maternal.
Existem interpretações distintas do feminismo de acordo com a idade. As adolescentes e jovens receberam as informações pela mídia e meios de comunicação que usam de situações cotidianas para validar essa importância e quase nunca informam sobre a origem histórica.
No estudo, as mulheres que se consideram feministas possuem idade entre 40 a 44 anos e apontaram maior conhecimento histórico e a importância sobre a luta.
Para saber sobre os direitos femininos havia pesquisa e busca pela informação com qualidade. Hoje possuímos informação em quantidade e muitas que deturpam o significado do feminismo e a sua importância para não só as mulheres, como para os homens.
E toda informação que possuímos sobre os direitos femininos estão nos deixando realmente mais informados e engajados na causa?
A informação só faz a diferença se tivermos antes o conhecimento. A internet e o acesso rápido traz a falsa sensação de que somos bem informados, mas estudos como esse mostram que não.