Os Conselho Regional de Medicina do Piauí resolveu fazer a interdição ética de parte da Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina, após registrar aumento na mortalidade neonatal. A interdição começa a valer a partir da meia noite desta quarta-feira, 21, e prevê o atendimento somente dos casos de alta complexidade pelos próximos 60 dias. Os casos de média e baixa complexidade serão encaminhados para hospitais do município tanto na Capital, quanto no interior.
A informação foi repassada pelo vice-presidente do CRM-PI, o médico Dagoberto da Silveira. De acordo com ele, o número de mortes de recém-nascidos na Evangelina Rosa dobrou somente de setembro a outubro. “Em setembro, nós tivemos 14 mortes e em outubro esse número subiu para 29. Então vemos que a unidade não tem condições de atender à população com o mínimo de dignidade que ela merece. Por isso, decidimos, em plenária, aprovar a interdição ética parcial da maternidade”, explica.
Dagoberto cita, dentre os problemas encontrados na MDER, a falta de insumos, falta de equipamentos médicos como cateteres e sondas, falta de medicamentos, inclusive os de uso anestésico. O vice-presidente do CRM lembra ainda que em junho deste ano, a MDER e a Secretaria de Estado da Saúde já haviam sido notificadas sobre o risco de interdição ética diante dos quadros de infecção hospitalar registrados em parturientes.
“Temos ainda o problema da superlotação da maternidade, que esperamos resolver com esse encaminhamento dos casos de baixa e média complexidade para a rede municipal. É uma situação vexatória e que não pode continuar assim”, finaliza Dagoberto.
A Maternidade Dona Evangelina Rosa foi procurada para se pronunciar sobre a interdição ética parcial, mas nenhum representante foi encontrado para comentar o caso.
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