Os jogos das semifinais do Campeonato Florianense de Futebol foram realizados na noite dessa terça-feira, 03, no Estádio Tiberão.
A representação dos Atletas do Futuro, de Barão de Grajaú-MA, venceu pelo placar de 3 x 0 CAF e, na sequência, o Princesa do Sul perdeu de virada para o Grêmio por 3 x 1.
Técnicos da nova geração do futebol brasileiro, Odair Hellmann e Rogério Ceni têm a oportunidade de chegar, pela primeira vez, a uma final de competição nacional. Um sonho pessoal que ajuda a mover Internacional e Cruzeiro na semifinal da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), no Beira-Rio.
Eliminadas da Copa Libertadores, as duas equipes chegam pressionadas por um título fora do eixo estadual em 2019. Retirado da competição continental pelo Flamengo nas quartas de final e vice do Campeonato Gaúcho, Odair Hellmann vai em busca do primeiro título da carreira e do trabalho com o Internacional.
Confirmar a vantagem adquirida no primeiro jogo, com a vitória por 1 a 0 no Mineirão, colocaria Odair Hellmann pela primeira vez em uma final da competição. A única em que ele esteve foi na do Gauchão deste ano. No Inter desde o final da Série B de 2017, o treinador tem 105 jogos no comando colorado. Até agora, 57 vitórias, 25 empates e 23 derrotas, com aproveitamento de pouco mais de 60%. Desde a década de 1970, o time gaúcho não tinha um trabalho tão longo com um treinador.
Se no primeiro jogo da semifinal, o encontro era com Mano Menezes, treinador que estava há mais de três anos à frente do Cruzeiro e que sucumbiu justamente após a derrota para o Colorado, desta vez o duelo é com um treinador jovem, que trouxe uma filosofia diferente à Raposa, de um jogo mais ofensivo, mas que ainda está conhecendo o grupo.
Rogério Ceni tem três partidas pelo Cruzeiro, todas pelo Campeonato Brasileiro. O treinador também busca o primeiro título nacional, mas, diferentemente do seu adversário de banco de reservas, já levantou troféus como treinador. E todos com o Fortaleza, seu ex-clube, onde conquistou a Série B de 2018, com duas rodadas de antecedência. Em 2019, conseguiu o título de campeão cearense, diante do Ceará, e também venceu a Copa do Nordeste, superando o Botafogo-PB na final.
Mas conquistar a Copa do Brasil teria um gostinho especial para Rogério Ceni, que foi multicampeão como jogador, mas só não conquistou este torneio.
Encontro como jogadores Poucos sabem, mas Odair Hellmann também foi jogador, assim como Rogério Ceni, mas sem tanto destaque. A carreira de Odair, que era volante, foi abreviada em 2009. O agora treinador atuou por Internacional, Fluminense, Remo, entre outras equipes, e jogou contra Rogério Ceni em 1998, em um jogo pelo Brasileiro, quando o São Paulo venceu por 3 a 0, no Beira-Rio.
Odair foi um dos sobreviventes do acidente com a delegação do Brasil de Pelotas, que vitimou fatalmente três membros da delegação. Por causa de uma lesão lombar, que o dificultava até na locomoção, ele decidiu encerrar a carreira e virar treinador.
- Eu era atleta e tive que encerrar minha carreira para começar uma nova etapa da minha vida, com 32 para 33 anos. Você não se prepara para isso. Foi uma tragédia. Dali, seis meses em que fiquei machucado, refleti muito, resolvi parar e começar uma nova etapa na minha carreira. Foi em outubro de 2009, quando iniciei nas avaliações técnicas da categoria de base do Inter... - relembrou Odair, em uma entrevista ao GloboEsporte.com em 2016, após fazer parte da comissão técnica de Rogério Micale, medalha de ouro da Olimpíada no Rio.
Por causa da vitória no primeiro jogo, Odair Hellmann joga por um empate na segunda partida. Rogério Ceni terá de busca qualquer vitória por um gol de diferença para levar a decisão para os pênaltis. Triunfo cruzeirense por dois gols, leva Ceni à final. Quem dos dois levará a melhor no Beira-Rio?
O Fluminense vive a semana mais conturbada de 2019. Após perder para o Avaí, lanterna do Campeonato Brasileiro, o temor sobre um possível rebaixamento se instaurou no clube e também nos torcedores, que na última segunda-feira, foram ao CT Pedro Antônio protestar pela má fase do time na competição.
O principal problema identificado pelos tricolores está na escolha de Oswaldo de Oliveira para a vaga de Fernando Diniz, tanto que Celso Barros, vice geral e homem forte do futebol, foi o alvo das críticas, justamente por ter sido o principal responsável pela demissão do antigo treinador.
Internamente a troca de comando também não foi bem digerida, tendo em vista que o elenco estava muito fechado e adaptado, tanto ao Diniz, quanto ao estilo de jogo. De acordo com a apuração do LANCE!, o descontamento não é necessariamente com o Oswaldo de Oliveira, mas sim com a diretoria, que realizou a troca sem o consentimento dos atletas. Questionado sobre a mudança, Nenê afirmou que não adianta lamentar pelo que já passou.
Quem sou eu para falar sobre isso. O que aconteceu, já aconteceu. Mudou e a gente tem que estar confiante com o que temos e infelizmente é a realidade. Precisamos do apoio da torcida. Sem eles, vai dificultar ainda mais. Entendo perfeitamente a insatisfação. Todos nós estamos insatisfeitos, mas precisamos estar todos juntos neste momento.
A sintonia entre o grupo e Fernando Diniz era nítida também fora de campo. Após as derrotas, os jogadores sempre se posicionavam em defesa do técnico, afirmando que o Fluminense reverteria a incômoda situação. No entanto, a confiança deu lugar ao desespero e já começa a tomar contar do elenco. Wellington Nem cobrou atitude dos companheiros e admitiu preocupação.
- Não é vergonha pela partida, porque criamos e tivemos chances de vencer. A vergonha está na situação, de estar na parte de baixo, na zona de rebaixamento. Isso que é vergonha para todos. Agora é todo mundo se juntar, bater no peito, assumir a responsabilidade, todo mundo ser homem, porque aqui não tem moleque e tirar o Fluminense dessa situação. É um momento difícil e se todos se juntar, acho que podemos sair dessa. Se um abandonar o barco, a torcida ou o jogador, fica pior ainda.
Com 12 pontos e um jogo a menos, o Fluminense se encontra na antepenúltima posição. Para sair da zona de rebaixamento, o Tricolor precisa alcançar o Cruzeiro, que tem 18 pontos. Até o fim da competição são mais 22 rodadas. O próximo adversário é o Fortaleza, sábado no Castelão, para Muriel, a primeira decisão de muitas que estão por vir.
O planejamento é encarar cada jogo como uma decisão, com ainda mais seriedade, porque a nossa posição na tabela não condiz com o Fluminense. A gente tem um jogo a menos, muito difícil com o Palmeiras. O mais importante é focar no próximo jogo, porque eu não acredito que o caminho é ficar pensando em emendar uma sequência, mirando lá na frente. Então o jogo contra o Fortaleza é uma decisão, o primeiro passo para conseguirmos reverter essa situação na tabela.
O Fluminense vive uma situação dramática no Campeonato Brasileiro 2019. Embora tenha um jogo a menos, a equipe fez 12 pontos em 16 partidas e ocupa a 18ª colocação. Na luta contra o rebaixamento, o time está em um momento até pior que o vivido em 2013.
Naquela ocasião, depois de 16 partidas disputadas, o Tricolor já contava com 18 pontos, um a mais que o São Paulo, primeiro da zona de rebaixamento à época. O rendimento era de 37,5%.
Hoje, depois de 16 jogos, o aproveitamento é inferior. Com 12 pontos em 48 possíveis, o time tem média de 25% na busca por pontos.
Naquele ano, com os resultados obtidos em campo, o Fluminense seria rebaixado na última rodada do Brasileirão, com 46 pontos. No entanto, como Portuguesa e Flamengo foram punidos com a perda de pontos, o time das Laranjeiras terminou na elite do futebol brasileiro, com 46 pontos, dois a mais que a Lusa.
A campanha de 2019, pior até que a de 2013, faz com que o Flu se veja obrigado a melhorar o rendimento. Os matemáticos costumam dizer que é necessário fazer 45 pontos para garantir a manutenção na elite do futebol nacional. Desta forma, o Flu teria que fazer 33 pontos em 66 disputados até o fim do torneio. Ou seja, seria necessário um aproveitamento de 50% na reta final do torneio, algo bem inferior do que o time tem conseguido até o momento.
Um dos principais nomes do elenco por conta das experiências passadas, Wellington Nem cobra os companheiros e até a torcida:
"Agora é todo mundo se juntar, bater no peito, assumir a responsabilidade, ser homem - não tem moleque - e tirar o Fluminense dessa situação. Só assim vamos sair. Se desanimar, baixar a cabeça, fica pior a situação. Se estamos trabalhando, temos que trabalhar o dobro para poder sair dessa situação que o Fluminense não merece. Vou trabalhar, botar a cara, para tirar o Fluminense dessa situação. E peço apoio da torcida. Se todos nos juntarmos, podemos sair dessa. Se um abandonar o barco - torcida ou jogador -, fica pior ainda", comentou.