Instituições federais de educação superior de todo o país têm prazo de 3 a 18 de fevereiro de 2014 para preencher os dados do Censo da Educação Superior de 2013. O cronograma foi definido pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em portaria publicada nesta segunda-feira, 9. As instituições federais responderão ao Censo por meio de questionários on-line ou importação de dados pela internet. As demais seguirão o mesmo procedimento até 22 de março de 2014.
O Censo da Educação Superior reúne informações sobre os cursos de graduação presencial, a distância e sequenciais, tais como vagas ofertadas, matrículas, ingressantes e concluintes. A coleta inclui dados relativos a corpo docente e organização acadêmica. Os questionários on-line são preenchidos pelo representante legal ou pelo chamado pesquisador institucional.
Após o preenchimento dos dados, o Inep verifica a consistência dos dados coletados. O sistema do Censo é então reaberto para conferência e validação dos dados pelas instituições. Neste caso, as instituições federais procederão à conferência e à validação dos dados entre 31 de março e 30 de abril de 2014. As demais instituições, entre 12 de maio e 20 de junho.
O modelo do Censo da Educação Superior é definido pelo Decreto nº 6.425, de 4 de abril de 2008. O objetivo é oferecer à comunidade acadêmica e à sociedade informações detalhadas sobre a situação e as grandes tendências do setor.
A Portaria do Inep nº 699, de 6 de dezembro de 2013, que estabelece as etapas e atividades do Censo da Educação Superior 2013, foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 9.
No último sábado, 07, foi realizado o III Seminário de Iniciação Científica do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR/UFPI), no espaço Noé Mendes, em Teresina. Durante o evento, foram apresentados mais de 360 Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) de alunos de seis municípios (Batalha, Bom Jesus, Floriano, Parnaíba, Picos e Teresina).
Professora da rede estadual de ensino no município de Nazaré do Piauí, Paulina Martins Dantas apresentou seu trabalho final resgatando a história da Unidade Escolar João Leal, primeira escola do município, sob a orientação da Prof.ª Pedrina Nunes. A aluna destacou a importância do PARFOR: "Como é um curso de férias, deu mais oportunidade para nós, professores, e é muito interessante poder aprender mais e mais", destacou a concludente em História.
Nota Dez
Incomodada com a ausência de aulas de educação artística no centro de ensino público, CEFTI Raldir Cavalcante Bastos, localizada no bairro Renascença, em Teresina, a professora de Educação Física, Roselita Magalhães passou a trabalhar projetos de artes visuais dentro da escola. "O Parfor veio de encontro ao meu anseio. Eu não tinha formação acadêmica e tinha o desejo de melhorar a educação pública. Abracei o Parfor e ingressei no curso de Artes Visuais. Hoje, tenho mais capacidade e embasamento", declarou Roselita.
A aluna apresentou a defesa de seu TCC durante o III Seminário de Iniciação Científica e, após avaliação da banca examinadora, conquistou a nota máxima pelo projeto. O professor Ascânio Wanderley, integrante da banca examinadora, comentou sobre os trabalhos dos alunos do Parfor: "Os trabalhos são muito interessantes. Os alunos realmente escrevem sobre suas vivências e práticas. Percebemos que eles foram bem orientados", avaliou.
Avaliação do PARFOR/UFPI
"Formar professores para que eles atuem melhor e melhorar assim a aprendizagem dos alunos, esse é o propósito do Parfor", afirmou a coordenadora geral do Parfor/UFPI, Prof.ª Dr.ª Glória Ferro.
O evento contou com a presença maciça dos coordenadores e parceiros do programa que participaram do I Encontro Norte e Nordeste do PARFOR, sediado na UFPI, nos dias 05 e 06 de dezembro. Para Coordenadora Geral de Formação de Docentes da Educação Básica (CGDOC/CAPES), Prof.ª Dr.ª Izabel Lima Pessoa, o evento alcançou todas as expectativas. "Foi um momento muito bom de reflexão do Programa, que culminou com um espaço de divulgação do conhecimento produzido por esses alunos. Isso é extremamente importante, a divulgação científica, ou seja, isso matiza o que se quer com um programa de formação de qualidade", afirmou.
Ranking divulgado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (Impa) mostra que as cidades do interior do Brasil, com menos de 10 mil habitantes, são as que tiveram melhor desempenho em nove anos da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).
Para chegar ao índice de desempenho, o Impa, organizador da Obmep, dividiu o total de pontos acumulados nas premiações durante os nove anos pelo número de alunos classificados para as segundas fases da competição. Assim, cada cidade recebeu uma nota (veja lista abaixo dos 20 melhores munícipios).
O resultado da última edição da Obmep foi divulgado em 30 de novembro. Seis mil estudantes em todo o país receberam medalhas. Professores, escolas e secretarias de educação também são premiados com base no desempenho dos respectivos alunos.
Na quarta-feira, a reportagem publicou sobre dez escolas públicas que têm resultados acima da média em matemática na Prova Brasil. Só uma delas é localizada em uma cidade considerada grande - Joinville (SC). Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2012, divulgados na terça-feira, 3, apontam que o Brasil melhorou no conhecimento da disciplina, mas ainda tem muito a avançar. O país ficou em 58º lugar entre 65 nações no ensino de matemática.
Dores do Turvo, cidade mineira com menos de 5 mil habitantes, encabeça a lista dos campeões da matemática. O município levou neste ano quatro medalhas de ouro, três de prata, sete de bronze e 19 menções honrosas. Dos 36 competidores classificados para a segunda fase, 33 foram premiados. Ao longo de nove anos, foram 166 prêmios, entre medalhas de ouro, prata, bronze e menção honrosa.
Em segundo lugar aparece Cocal dos Alves (PI), seguida por cinco municípios mineiros: Cachoeira de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carvalhos, Coimbra e Conceição dos Ouros. Entre as 50 cidades com melhor desempenho na Obmep, 34 são mineiras. Dos 500 ouros distribuídos na competição neste ano, os alunos de Minas Gerais arremataram 149.
Entre as 50 cidades melhores nas olimpíadas, uma é do Espírito Santo (Marechal Floriano); oito são do Rio Grande do Sul (Três Arroios, Selbach, Tupandi, Mato Leitão, Westfália, Salvador das Missões, Relvado e Imigrante); duas de Santa Catarina (São Bonifácio e Antônio Carlos) e quatro de São Paulo (Uchoa, Fartura, Américo de Campos e Rubinéia); além do Piauí, que foi representado por Cocal do Alves. Os demais estados não aparecem entre os 50 mais bem colocados.
Neste ano, municípios como Amambai (MS), Jales (SP), Massaranduba (SC) e Quixaba (PE) também garantiram boas premiações. A pernambucana Quixaba com 6 mil habitantes teve duas medalhas de ouro - no total, no estado levou oito. Cinco estados - Maranhão, Acre, Alagoas, Amapá, Roraima - terminaram a competição sem nenhuma premiação de primeiro lugar.
'Professor tem status social'
A Obmep é dividida em duas fases e contou neste ano com a participação de 18 milhões de alunos de mais de 47 mil escolas. Na primeira etapa, eles fizeram uma prova com 20 questões de múltipla escolha aplicada na própria escola. Cerca de 5% dos alunos de cada colégio com melhor desempenho se classificaram para a segunda etapa. Nesta fase, foram seis questões discursivas que envolviam cálculo e raciocínio.
O coordenador-geral da Obmep e diretor do Impa, Claudio Landim, diz que os resultados quase sempre estão atrelados ao trabalho de um professor (ou até mais de um) que incentiva a participação dos alunos e oferece treinamentos específicos. A figura deste docente, segundo ele, pode aparecer tanto em cidades pequenas interioranas, como nas capitais.
"A diferença é que um professor no interior do país tem um status social que não existe nas grandes cidades. Um professor com alunos medalhistas de olimpíadas é reconhecido. Todos os habitantes dali foram um dia alunos daquele professor. Há um reconhecimento, o que torna a carreira mais atrativa", diz Landim.
Impacto no ensino
Além de descobrir e incentivar talentos em escolas públicas, um dos objetivos da Obmep é impactar a qualidade do ensino da matemática. "Acredito que no médio prazo, mudando a metodologia de ensino na matemática, introduzindo a resolução de problemas na sala de aula, poderia haver um impacto no desempenho no Pisa."
Com esta proposta, a Obmep vai expandir para todo o país um programa chamado Programa Oficinas de Formação (PROF), que já ocorre em São Paulo. Trata-se de uma oficina dividida em quatro módulos, de seis meses cada, para treinar professores de matemática. "Queremos estimular o uso do material da Obmep em sala de aula, já que muitos professores não percebem a conexão entre os problemas [no sentido de exercícios] e o currículo da matemática. Vamos começar pequenos, mas a longo prazo queremos treinar pelo menos 3 mil professores ao ano." Os docentes serão selecionados pelas secretarias de educação locais.
Veja lista dos vinte melhores municípios:
1) Dores do Turvo (MG) - 35 pontos - 4.462 habitantes (*)
2) Cocal dos Alves (PI) - 32 pontos - 5.572 habitantes
3) Cachoeira de Minas (MG) - 29 pontos - 11.034 habitantes
4) Coronel Xavier Chaves (MG) - 26 pontos - 3.301 habitantes
5) Carvalhos (MG) - 26 pontos - 4.556 habitantes
6) Coimbra (MG) - 24 pontos - 7.054 habitantes
7) Conceição dos Ouros (MG) - 24 pontos - 10.388 habitantes
8) Três Arroios (RS) - 23 pontos - 2.855 habitantes
9) Santo Antônio do Rio Abaixo (MG) - 22 pontos - 1.777 habitantes
10) Pimenta (MG) - 22 pontos - 8.236 habitantes
11) Tocos do Moji (MG) - 22 pontos - 3.950 habitantes
12) Juruaia (MG) - 21 pontos - 9.238 habitantes
13) Senador Firmino (MG) - 20,9 pontos - 7.230 habitantes
14) Selbach (RS) - 20,7 pontos - 4.929 habitantes
15) Capitólio (MG) - 20,5 pontos - 8.183 habitantes
16) Tupandi (RS) - 19,6 pontos - 3.924 habitantes
17) São Bonifácio (SC) - 19,5 pontos - 3.008 habitantes
18) Mato Leitão (RS) - 19,1 pontos - 3.865 habitantes
Dos 8.184 cursos de graduação nas áreas de ciências sociais, humanas e tecnológicas avaliados pelo Ministério da Educação em 2012, apenas 98 receberam a nota máxima no Conceito Preliminar de Curso (CPC), em uma escala que vai de 1 a 5. Mais da metade dos cursos que receberam a nota máxima ficam em instituições privadas. São Paulo concentra o maior número de cursos com a maior nota.
O CPC avalia o rendimento dos estudantes, a infraestrutura da instituição, a organização didático-pedagógica e o corpo docente. São considerados satisfatórios os cursos com conceito 3 ou mais. Foram avaliados 8.184 cursos e, desses, cerca de 1.800 não tiveram essa nota atribuída na avaliação, que foi divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na edição de hoje, 6, do Diário Oficial da União.
Segundo o Inep, os conceitos 4 e 5 foram apresentados na maioria por instituições públicas, 33,7% do total. As particulares somaram 21,5%. O Inep aponta que, na comparação com os resultados gerais da última avaliação, de 2009, houve melhora em todas as faixas. Os conceitos satisfatórios (3, 4 e 5), que totalizavam 51,5% em 2009, somaram 71,6% em 2012. Os conceitos insatisfatórios (1 e 2) caíram de 27% para 12%. Os cursos sem conceito, que não atenderam aos critérios mínimos de participação no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), diminuíram de 21,6% para 16,3%.
Os cursos avaliados são de 1.762 instituições. Neste ciclo, foram avaliados os cursos de humanidades: administração, ciências contábeis, ciências econômicas, design, comunicação social, direito, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo e turismo. Os cursos superiores de tecnologia das áreas de gestão comercial, gestão de recursos humanos, gestão financeira, logística, marketing e processos gerenciais também foram avaliados.