Antes mesmo de concluir a entrevista em uma loja de departamentos, Sandra Campos, 41 anos, percebeu que o emprego não seria seu. O motivo? O local não oferecia o mínimo de acessibilidade para ela que é cadeirante. “O banheiro não era adaptado e a área para acessar o refeitório tinha uma escada”, lamentou Sandra. No Brasil, de acordo com uma pesquisa recente feita pela Toyota Mobility Foundation, 92% das pessoas que utilizam cadeira de rodas passam ou já passaram por algum problema na vida profissional por conta do uso do equipamento.

cadeirante

A pesquisa ouviu 575 pessoas com deficiência motora – que fazem uso de cadeira de rodas ou outros dispositivos de mobilidade – no Brasil, Estados Unidos, Índia, Reino Unido e Japão. Os brasileiros reclamaram principalmente da necessidade de reduzir a diária por conta da dificuldade de deslocamento até o trabalho e da limitação das funções em que eles poderiam trabalhar.

O último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, estimou que 45,6 milhões de brasileiros, correspondendo a 23,9% da população, possui algum tipo de deficiência. Ou seja, se analisada por esse aspecto, a pesquisa realizada pela pesquisa Toyota Mobility Foundation mostra uma pequena porcentagem, indicando que o problema pode ser maior.

Para Ryan Klem, Diretor de Programas para a Toyota Mobility Foundation, “milhões de pessoas em todo o mundo são incapazes de trabalhar ou de ser tão produtivas devido aos seus atuais dispositivos de mobilidade. Há claras implicações sociais e econômicas que destacam a necessidade urgente de inovação no campo da tecnologia assistiva”, disse em nota.

Hoje vivendo com o auxílio do Benefício de Prestação Continuada (BPC), Sandra se encontrou na arte. Começou com o teatro, já fez trapézio, dança e agora está se aventurando no canto. “Me sinto muito feliz, cada dia eu descubro que posso fazer arte. Espero conseguir viver da arte”, conclui Sandra.

Roberto Paim – Ascom Educa Mais Brasil

O Instituto Federal do Piauí divulgou a relação de estudantes inscritos no Exame Nacional Desempenho de Estudantes (Enade). Em 2018, cinco cursos do IFPI serão avaliados: Administração, Design de Moda, Gastronomia, Gestão de Recursos Humanos e Processos Gerenciais.

O cadastro dos estudantes concluintes deve ser feito pelo próprio aluno, até o dia 21 de novembro, no endereço eletrônico http://enade.inep.gov.br/enade/#!/index (clicar em Primeiro acesso estudante). Antes de preencher o cadastro, os estudantes concluintes deverão tomar ciência do edital e seus anexos. O CPF do candidato é documento obrigatório para a efetivação do cadastro, bem como um número de telefone com DDD e um endereço de e-mail válidos.

Estudantes habilitados que forem concluintes de mais de um curso de graduação deverão indicar, no prazo previsto no edital, o curso para o recebimento da prova no local de aplicação. Na ausência de indicação de curso para o recebimento da prova no local de aplicação, no período estabelecido, essa indicação deverá ocorrer para fins de preenchimento do Questionário do Estudante, cabendo ao estudante escolher a prova equivalente ao curso de preenchimento do Questionário do Estudante no local de aplicação do Enade 2018.

O estudante deve verificar se o cadastro foi concluído com sucesso. A senha deve ser mantida sob sua guarda, sendo indispensável para o acompanhamento do processo de inscrição, para a consulta e a impressão do local de prova e para a obtenção dos resultados individuais via internet. A recuperação da senha é feita no Sistema Enade e encaminhada ao e-mail informado pelo estudante no momento do cadastro.

O exame será aplicado em 25 de novembro pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O IFPI preparou uma página eletrônica com mais informações sobre o Enade.

Ifpi

olimproboticaNos dias 01 e 02 de setembro, a Universidade Federal do Piauí será o palco de uma das mais tradicionais competições de robótica do Brasil, a Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). Desde seu lançamento em 2007, a OBR apresenta a impressionante marca de mais de 500 mil alunos participantes, além de mais de 3 mil professores, totalizando mais de 2 mil escolas representadas.

Nesta edição da competição, a Etapa Estadual do Piauí será representada pelo Prof. Dr. Rui Bertho Junior (CT - UFPI) e coordenada pelo Prof. Dr. Antonio Helson Mineiro Soares (CCN - UFPI) e conta com 74 equipes inscritas, representando escolas de ensino fundamental, médio e técnico das cidades de Angical do Piauí, Bom Jesus, Cocal, Esperantina, Floriano, Luís Correia, Parnaíba, Picos, Teresina e Valença do Piauí. Vale ressaltar que de acordo com os resultados alcançados as equipes podem avançar até a Etapa Nacional e concorrer à vaga na Etapa Internacional da Robocup 2019.

A missão da modalidade prática da OBR caracteriza-se por simular um ambiente real de desastre onde o resgate das vítimas precisa ser realizado por robôs completamente autônomos. Os robôs devem ser montados, programados, desenvolvidos e ajustados apenas pelos estudantes, organizados em equipes.

Toda a movimentação dos robôs é realizada em áreas delimitadas, representando o ambiente simulado de um desastre. O robô deve ser ágil para superar terrenos irregulares (redutores de velocidade); desviar de escombros (obstáculos) e subir montanhas (rampas) para conseguir salvar a(s) vítima(s) (bolas de isopor revestidas de papel alumínio ou pintadas de preto), transportando-a(s) para uma região segura (área de resgate).

O evento é gratuito, aberto ao público e, além das tradicionais provas de resgate, contará com uma exposição de trabalhos envolvendo conceitos de robótica e microcontroladores. Mais informações podem ser obtidas no site oficial da OBR (www.obr.org.br) e na página específica da Etapa Estadual do Piauí (www.obr.org.br/pi).

Etapa Estadual do Piauí

Local: Universidade Federal do Piauí – UFPI

Campus Universitário Ministro Petrônio Portella

Espaço Cultural Noé Mendes

Bairro Ininga – Teresina – PI -CEP: 64049-550

 

Ufpi

Você pode até não saber mas, desde 2012, com a Lei de Acesso à Informação (LAI), todo órgão público tem a obrigação de ceder ou facilitar o acesso às informações solicitadas pelos cidadãos, desde que elas não sejam sigilosas. A LAI tem como princípio básico promover a transparência na gestão pública, munindo os brasileiros com dados que auxiliam no combate à corrupção.

DE DADOS

Falecido no último domingo (12), Cláudio Weber Abramo foi pioneiro no jornalismo de dados no Brasil e exerceu papel fundamental para que a LAI fosse sancionada, criando projetos que pressionavam o governo a ser mais transparente. Abramo era vice-diretor da Transparência Brasil, entidade que tem como frente a luta anticorrupção.

“O papel do Cláudio era muito importante porque ele fazia essa ponte entre o dado bruto e o que é relevante. Ele criava ferramentas para que a gente conseguisse extrair valor das bases de dados”, comenta Daniel Bramatti, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Mas o que são dados?

Imagine que você receba a função de organizar uma caixa com diferentes canetas. Provavelmente, você estabelecerá critérios: cor, tamanho, tipo de escrita, se funciona ou não e por ai vai. No final, terá diferentes dados e poderá montar, por exemplo, uma planilha com informações mais organizadas sobre a caixa de canetas.

Ou seja, “dados são formas da gente representar uma informação. Esses dados podem estar estruturados ou não. Estruturados eles estariam se estivessem em uma planilha que fosse fácil de se fazer contas e manipulá-los”, explica o programador Álvaro Justen, membro da Escola de Dados, que promove capacitações sobre o manuseio de dados.

Com a Lei de Acesso à Informação, os órgãos públicos devem disponibilizar dados abertos para a população que, a partir disso, poderá cumprir o seu papel democrático de fiscalização dos bens públicos. “Quando o cidadão consegue determinadas informações, ele pode verificar se está tudo dentro dos conformes e, eventualmente, criar denúncias”, diz Álvaro que, em conjunto com outros programadores, criou o Brasil.IO, um repositório de dados públicos disponibilizados em formato acessível para a população.

E onde entra o jornalismo? O jornalismo de dados usa como matéria-prima os dados, principalmente públicos, extraído de grande bases (big data) ou mesmo de documentos, organizando essas informações em infográficos, por exemplo, com o intuito de ampliar a transparência pública. Na prática, o jornalismo de dados atua como intermediário entre a sociedade e os dados difíceis de compreensão.

Em ano de pleito eleitoral, a discussão e fortalecimento do jornalismo de dados é ainda mais importante. “Eu acredito que a partir do momento em que se torna as contas públicas mais abertas, a própria sociedade consegue se apropriar do que é a vida pública”, avalia o jornalista Yuri Almeida, mestre em Comunicação e Cultura pela (UFBA) e fundador do LabCaos, plataforma que une jornalismo e dados. “Me parece que é uma grande caixa preta a conta pública. Muitas vezes, a sociedade não consegue compreender esses montantes, ai o jornalismo de dados com uma narrativa consegue traduzir o que são esses dados”, finaliza Yuri.

Roberto Paim – Ascom Educa Mais Brasil