O Ministério da Educação (MEC) divulgou hoje (28) o edital de adesão das instituições públicas de educação superior ao primeiro processo seletivo de 2022 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O prazo é de 8 a 12 de novembro e a adesão deve ser feita por meio do sistema de gestão do Sisu.
É de exclusiva responsabilidade da instituição participante descrever, no documento de adesão, as condições específicas de concorrência às vagas por ela ofertadas. Aquelas que precisarem retificar informações sobre a adesão terão de 15 a 19 de novembro para enviar os novos documentos ao MEC, também por meio do site do Sisu.
O edital de adesão ao Sisu prevê ainda que seja disponibilizado, pelas instituições, o acesso virtual para que os estudantes selecionados pelo programa possam encaminhar a documentação exigida e efetuar suas matrículas de forma remota, caso não possam realizar os procedimentos necessários de forma presencial.
Cabe a elas, ainda, divulgar, tanto em suas páginas na internet como em locais de grande circulação de estudantes, as condições específicas de concorrência às vagas ofertadas no âmbito do Sisu, conforme seus documentos de adesão, bem como editais próprios e a sistemática adotada para a convocação dos candidatos.
O Sisu é o sistema informatizado do MEC para acesso de estudantes a um curso de graduação em universidades públicas do país, sejam elas federais, estaduais ou municipais. As vagas são abertas semestralmente e, para participar, é preciso ter garantido um bom desempenho nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não ter zerado a redação.
Para a seleção dos candidatos, serão exigidos, exclusivamente, os resultados obtidos pelos estudantes no Enem de 2021, que será aplicado nos próximos dias 21 e 28 de novembro. Após a divulgação da data do resultado do Enem 2021, o MEC publicará o edital com o prazo de inscrição e demais procedimentos para o Sisu do primeiro semestre de 2022.
Historinha foi lida em vídeo pelas gêmeas de 12 anos do Projeto Pretinhas Leitoras
Após sofrer um acidente na adolescência, o mineiro Victor Ramos decidiu que queria ser enfermeiro. Aos 24 anos e com o sonho bem encaminhado, o estudante de enfermagem teve sua história contada no livro “Quando eu crescer eu quero ser...”. Em comemoração ao mês das crianças, o livro sobre o sonho de Victor ganhou vida na voz das irmãs gêmeas Eduarda e Helena, de 12 anos, criadoras do projeto Pretinhas Leitoras, que narraram a história em um vídeo.
Hoje cursando o terceiro período da faculdade, Victor relembra que o desejo pela graduação de Enfermagem se deu por conta do bom atendimento que teve na época do acidente. Graças aos cuidados que recebeu da equipe de enfermagem, decidiu que trabalharia na área da saúde para também poder ajudar outras pessoas. “Foi graças ao atendimento humanizado que recebi no hospital que resolvi cursar uma faculdade”, destaca. Hoje, com 24 anos, ele é estudante do terceiro período do curso.
Morador de Astolfo Dultra, uma cidade de Minas Gerais, Victor não tinha dinheiro para pagar a faculdade, por isso contou com a bolsa de estudo do Educa Mais Brasil e, assim, se matriculou na Unipac. Atualmente, trabalha em um hospital na cidade de Rodeiro, município mineiro. Nessa pandemia, atua na linha de frente contra o coronavírus. “Para mim, enfermagem sempre foi a melhor escolha. Com a pandemia pude ver ainda mais o quanto somos essenciais na vida das pessoas. Mesmo que o mundo esteja em colapso, precisamos estar lá, dando força e lutando contra as doenças. Sem dúvida, escolheria enfermagem de novo, eu gosto de mais do que faço”, conclui.
Foi o Educa que resolveu transformar toda essa boa história e vontade do Victor, que se sentiu lisonjeado com o convite para que seu exemplo de vida virasse o primeiro livro digital do projeto “Quando eu crescer eu quero ser...”, idealizado pelo Educa Mais Brasil. “Fico muito feliz em compartilhar minha história. Que isso possa motivar outras pessoas a estudar e ter paixão na profissão que exercem”, deseja. Você poderá acompanhar na íntegra essa e outras histórias, reais e inspiradoras, nas redes sociais do Educa Mais Brasil.
Pretinhas leitoras
O projeto Pretinhas Leitoras foi oficializado em 2018, mas antes as gêmeas Eduarda e Helena Ferreira já realizavam rodas de conversa de incentivo à leitura. Em 2015, quanto tinham 9 anos, as irmãs nascidas no Morro da Providência (RJ) tiveram a ideia de compartilhar dicas para se manter em casa com segurança, já que o entorno da sua comunidade não era um local seguro por causa da violência urbana. “Eu me preocupava com as crianças que iam para a escola e os adultos que iam para o trabalho, tinha receio de que fossem vítimas da violência na rua”, destaca Helena.
Inicialmente, elas criaram o projeto com o nome de Rodas de Leitura, para que mais crianças tivessem uma distração em casa. E a leitura possibilitou esse objetivo. No canal do Youtube, com quase 30 mil inscritos, leitura e racismo são temas principais das Pretinhas Leitoras. As gêmeas carregam o slogan: “Por uma educação antirracista”.
Apesar da fama no Instagram, Helena e Eduarda apostam na educação como a melhor saída para superar os obstáculos. Filhas da professora Elen Ferreira, as irmãs são caprichosas com os estudos e já escolheram a carreira que pretendem trilhar. Helena quer ser juíza e Eduarda sonha em ser veterinária. Enquanto a faculdade não chega, elas gostam de dar exemplo positivo para outras crianças nas redes sociais. “Se eu for professora quando eu crescer, vou ensinar tudo para as crianças crescerem com sabedoria, vou ensinar sobre igualdade de direitos sociais e classes, que estou começando a entender o que é”, afirma Helena, entusiasmada.
Apaixonadas pela leitura, as gêmeas consideram sua maior conquista o lançamento do livro Fa-vê-Las, Infâncias e Territórios em Registros, que foi escrito em produção coletiva com 100 crianças de cinco comunidades do Rio de Janeiro. Fruto da parceria do projeto Pretinhas Leitoras com o Instituto Entre o Céu e a Favela, em breve, 1500 exemplares estarão disponíveis em escolas e bibliotecas cariocas. “Fomos criando expectativas e indo além. Fomos juntando crianças e vendo que elas queriam escrever um livro, se transformar em autoras também. Isso é uma grande vitória para a gente”, celebra Eduarda.