Para ela, as pessoas negras do país podem e devem participar da criação das políticas públicas, compreendendo o contexto social, histórico e político brasileiro sobre um olhar crítico da realidade. A pesquisadora também disse que essa maior participação é essencial para a mudança estrutural que o país precisa para garantir espaço, voz e reparação histórica para esta população.
“O sociólogo Florestan Fernandes, juntamente com o movimento negro, trouxe à tona o mito da democracia racial, que vendia a percepção de que a população negra estava equiparada à branca em todos os setores da sociedade, coabitando sem preconceitos ou discriminações, e que a culpa por não alcançar melhores resultados profissionais, atribuindo a ela o estereótipo de incapacidade técnica para assumir novas posições no mercado de trabalho”, disse.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) citados pelo Observatório da Presença Negra no Serviço Público, a população negra no Brasil corresponde a 55% do total de habitantes. Segundo o observatório, apesar de serem a maioria da população, negros e negras são sub-representados em posições de destaque e decisão na administração pública.
O objetivo do observatório é o de monitorar o preenchimento de vagas em cargos públicos por pessoas negras. Segundo as apurações da entidade, os servidores públicos federais negros correspondem a 41% do total de funcionários, que é de 584.241, sendo que os negros somam 240.348.
Os dados mostram ainda que os negros ocupam aproximadamente 51% dos cargos públicos de nível médio e 33% dos cargos de nível superior. Quando analisados a remuneração e o tempo de serviço, em média, os servidores públicos negros ganham 21% a menos que os brancos e têm 8% a mais de tempo de serviço.
A qualidade das pesquisas desenvolvidas na Universidade Estadual do Piauí (UESPI) ganhou mais um reconhecimento e incentivo nacional. A instituição teve mais dois pesquisadores contemplados, este ano, para receber bolsas de produtividade científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Este tipo de bolsa visa incentivar o aumento da produção científica, tecnológica e inovação de qualidade, além de selecionar projetos de pesquisa que sejam propostos considerando o rigor e o método científico, bem como outros conceitos fundamentais para a produção do conhecimento. Foram contemplados com as bolsas os docentes Gladstone de Alencar Alves, professor do Curso de Física; e Reginaldo Silva Santos, professor do Curso de Química, ambos de Teresina.
O professor Gustavo Gusmão, Diretor do Departamento de Pesquisa da PROP, esclareceu que estas bolsas são concedidas anualmente para pesquisadores de todas as áreas do conhecimento e são uma forma de reconhecimento e distinção dos pesquisadores que apresentaram nos últimos anos uma destacada contribuição científica refletida. Para ele, esses resultados representam o avanço do ensino e pesquisa da UESPI.
“As bolsas trazem impactos muito significativos, pois, além do reconhecimento do mérito científico, elas proporcionam uma ajuda financeira também para o docente pesquisador, permitindo assim, eles se dedicarem mais tempo e terem recursos para suas investigações e pesquisas. E isso não apenas eleva a qualidade das pesquisas individuais, mas também contribui para o fortalecimento do corpo docente da instituição”, comenta o professor.
Segundo ele, o reconhecimento das pesquisas é também uma forma da instituição estimular a participação dos docentes nesses editais de bolsa de produtividade. O programa leva em consideração, entre outros pontos, o fator de impacto ou Qualis das produções científicas do participante; contribuição da área específica à geração de conhecimento, formação de recursos humanos de excelência e os setores considerados prioritários e estratégicos para o país.
“Essa valorização da pesquisa, reflete diretamente na qualidade do ensino ofertado, atraindo assim estudantes interessados em participar de um ambiente acadêmico cada vez mais dinâmico e inovador. Além disso, as bolsas não só fortalecem as pesquisas nas instituições, mas também contribuem para a solução de desafios locais e globais por meio do avanço do conhecimento científico, reconhecendo os méritos dos docentes e estimulando a formação de uma comunidade acadêmica inovadora”, pontua o professor.
Quem são os novos bolsistas
O docente Reginaldo Silva Santos, um dos classificados no Programa de Bolsas do CNPq, desenvolve estudos com materiais semicondutores e outros materiais com foco em questões ambientais e faz parte do GreenTec (Grupo de Estudos em Energias Renováveis e Tecnologias em Catálise).
Para ele, ter sido classificado com uma bolsa de produção científica representa um passo importante no desenvolvimento das pesquisas já realizadas na UESPI. Ele ressalta que esse reconhecimento fortalece a produção científica voltada para o desenvolvimento tecnológico e de inovação e contribui para enriquecimento do ensino da Universidade.
“É uma conquista relevante, como pesquisador, e também para nossa instituição pelo reconhecimento alcançado, isso nos dá uma sensação muito boa e prova que nossos trabalhos desenvolvidos por nossos grupos de estudos e pesquisa estão tendo relevância dentro da comunidade”, destaca o professor.
O docente destaca ainda que a bolsa é um aspecto simbólico do reconhecimento ao mérito profissional de um cientista. “Agora é trabalhar para continuar avançando nas pesquisas e fortalecendo nosso grupo GreenTec da UESPI. Penso que o Estado e a UESPI também ganham mais visibilidade com as conquistas de cada docente desta instituição”, pontua.
Já o docente Gladstone de Alencar Alves, nos últimos cinco anos, teve 18 trabalhos publicados em revistas de referência na área científica, todos feitos em colaboração com outros professores do Curso de Física do Campus Poeta Torquato Neto. Suas pesquisas tratam de propagações epidêmicas em estruturas geométricas e também modelos de opinião aplicados também a essas estruturas, como redes regulares, redes aleatórias e redes complexas.
Além da Bolsa de Produtividade, o professor foi aprovado com uma taxa de bancada, esse recurso tem como finalidade auxiliar em qualquer atividade (acadêmica, de pesquisa e do projeto). De forma geral, pode ser utilizado na compra de material bibliográfico, material perecível de laboratório, reagentes e insumos de pesquisa.
Para o professor, o feito reconhece as notáveis contribuições científicas da UESPI a nível nacional. “Estamos muito felizes por alcançar esse feito. Basicamente, trabalhamos para isso, agora, participamos de um grupo seleto de professores pesquisadores, onde há participação de quase todos os professores pesquisadores do Brasil. Você vê seu nome ali num grupo seleto, além de ser importante para a questão individual, você também coloca o nome da instituição em destaque”, destaca o professor.
A Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG), torna público o processo de seleção de monitores remunerados e não remunerados para o Curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEDOC) do Centro de Ciências da Educação (CCE), Campus Ministro Petrônio Portella, cidade de Teresina, relativo ao período letivo de 2023.2/2024
A comunicação institucional desempenha um papel crucial na construção da reputação e no estabelecimento de relações com o público. A abordagem humanizada não apenas reflete os valores essenciais da organização, mas também deve atender às expectativas crescentes das pessoas que têm contato e buscam por uma educação pública plena, de qualidade e humanizada. Desta forma, o Centro de Educação Aberta e a Distância da UFPI (CEAD/UFPI) realiza o II Seminário de Comunicação Híbrida: IES mais humanizadas. O evento acontece nos dias 24 e 25 de janeiro, no turno da manhã, no auditório do CCE/UFPI, no formato híbrido (presencial e remoto).
De acordo com a Coordenadora de Comunicação do CEAD/UFPI, Prof.ª Socorro Andrade, o seminário busca desenvolver competências nas equipes de comunicação para criar estratégias que valorizem a participação ativa da comunidade na sua totalidade, além das relações técnicas inerentes das suas estruturas organizacionais.
“Este projeto se justifica a partir da necessidade de alinhar as práticas de comunicação com as demandas tecnológicas contemporâneas e suas telas, criando espaços para diálogos significativos, fortalecendo a identidade institucional e aproximando a comunidade acadêmica da sociedade civil. Ao fomentar a humanização da comunicação, esperamos contribuir para o desenvolvimento de uma educação mais responsável em meio a sociedades cada vez mais conectadas”, explica Andrade.