• IMG_2987.png
  • prefeutura-de-barao.jpg
  • roma.png
  • vamol.jpg

frioA chegada de uma massa de ar polar baixou as temperaturas nos últimos dias, chegando a menos de 0°C no Sul do país. Mas, para cada pessoa, o frio se apresenta de uma maneira diferente.

De acordo com o fisiologista Everardo Carneiro, professor-titular de biologia estrutural e funcional da Unicamp, a percepção do frio está relacionada a condições genéticas, metabolismo, produção de hormônios, quantidade de gordura do corpo e receptores, que são terminações nervosas da pele que detectam a temperatura.

Os hormônios da tireoide (T3 e T4), que regulam o metabolismo do corpo, são um dos principais responsáveis por algumas pessoas sentirem mais frio que outras.

De acordo com Carneiro, os hormônios T3 e T4 “respondem” ao frio. Isso significa que a temperatura mais baixa aumenta sua quantidade. O aumento desses hormônios provoca o aumento do metabolismo, o que faz com que uma pessoa sinta menos frio.

Caso a pessoa tenha problemas na produção desses hormônios, como o hipotireoidismo – baixa produção do hormônio T4 e alta do hormônio tiroestimulante (TSH), que incentiva a produção dos hormônios T3 e T4 –, seu metabolismo será mais lento e,  consequentemente, sentirá mais frio.

O endocrinologista Rogério Siliciani, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que homens tendem a sentir menos frio que as mulheres porque têm maior massa muscular, o que reflete em um maior gasto energético, que é transformado em calor corporal.

O gasto energético também está relacionado à percepção de frio, independentemente do sexo. As pessoas que se movimentam mais também sentem menos frio do que as mais sedentárias, já que há uma produção maior de calor corporal. "Quanto mais parado for o indivíduo, mais sensação de frio ele tem", afirma Siciliani.

Quanto mais gordura subcutânea, maior será a resistência à perda de calor. A idade também pode influenciar na percepção do frio. Siciliani esclarece que bebês nascem com mais gordura marrom, que está relacionada ao maior gasto energético e maior geração de calor, e, ao longo da vida, a pessoa perde esse tecido adiposo. Já os idosos sentem mais frio pela diminuição da gordura marrom e por terem menos massa muscular.

"Outro motivo é o fato de no Brasil, por não ter predominância do tempo mais frio, as pessoas se agasalham inadequadamente. Pela falta de agasalho apropriado, as mãos, por exemplo, ficam mais geladas porque, para reter calor, o coração bombeia menos sangue para as extremidades", diz Carneiro.

Para evitar essa sensação, seria necessária uma proteção mais adequada. Carneiro explica que, assim como os pêlos, as roupas ajudam a manter a temperatura corporal. A roupa não fornece calor, mas sim mantém o calor produzido pelo próprio corpo.

 

R7

Foto: reprodução

sonoPor que dormimos? Essa pergunta não encontra uma resposta muito clara na ciência pois, em termos evolutivos, parece um contrassenso um animal ficar em repouso por tanto tempo, à mercê de predadores. Além disso, quando dorme, um ser humano obviamente não obtém comida e acaba praticamente não interagindo com o meio ambiente.

Mas um novo estudo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Columbia, de Nova York, e publicado nesta quinta-feira pela revista PLOS Biology, traz uma conclusão pertinente sobre a função do sono: dormir tem um efeito antioxidante no organismo.

Para chegar aos resultados, os cientistas utilizaram uma variedade mutante da drosófila, inseto mais conhecido como mosca-da-fruta, adaptada justamente para ter sono mais curto do que o normal - mantendo de modo intacto seus ritmos circadianos, no entanto. E encontraram novas evidências de como a falta de sono traz efeitos negativos para a saúde.

A conclusão principal foi que a privação do sono faz com que os animais tenham uma sensibilidade maior ao estresse oxidativo agudo - ou seja, uma noite bem dormida tem propriedades antioxidantes.

Para os pesquisadores, o entendimento da relação entre dormir e o estresse oxidativo pode ser um passo importante na compreensão de doenças humanas modernas - de distúrbios do sono a doenças neurodegenerativas.

"A maior parte dos animais dorme. Os seres humanos dormem quase um terço de suas vidas. E ainda hoje as funções fundamentais do sono permanecem desconhecidas", afirma a pesquisadora Vanessa Hill, do Departamento de Genética da Universidade de Columbia, uma das autoras do estudo. "Utilizamos a drosófila de sono curto para descobrir o papel do sono na resistência ao estresse oxidativo. E observamos que quanto mais aumentávamos o tempo de sono das moscas, maior era essa resistência."

Estresse prejudica o sono

Mas a análise não para por aí. Os pesquisadores descobriram que se trata de uma relação de mão dupla, ou seja, o estresse oxidativo também interfere no sono. "Quando reduzimos o estresse oxidativo em neurônios das drosófilas selvagens, observamos que elas reduziam seu tempo de sono", explica Hill, indicando, portanto, que a necessidade do sono é decorrente do estresse oxidativo. "Isso sugere que o estresse oxidativo tem um papel regulador do sono."

É uma relação intrigante: o estresse oxidativo desencandeia o sono, que então age como antioxidante tanto para o corpo como para o cérebro.

Estresse oxidativo é uma condição de quando o organismo apresenta um desequilíbrio entre a produção de reativos de oxigênio e sua remoção - por meio de sistemas enzimáticos ou não enzimáticos.

Em tese, todo organismo vivo precisa de um equilíbrio entre suas células. Perturbações desse sistema podem provocar a produção de peróxidos e radicais livres, o que acaba danificando os componentes celulares. De acordo com os pesquisadores de Columbia, esse estresse oxidativo, resultado do excesso de radicais livres, pode levar a uma disfunção orgânica. "Se a função do sono é defender-se do estresse oxidativo, o aumento do sono deve aumentar a resistência ao estresse oxidativo", afirma Hill.

A atual pesquisa, portanto, mostra que sono tem propriedades antioxidantes, evitando justamente esses danos. Nos seres humanos, o estresse oxidativo é apontado como fator de predisposição a um espectro de doenças como Alzheimer, Parkinson, Huntington e aterosclerose.

Obesidade e falta de sono

Em linhas gerais, o estudo indica que, se há uma correlação entre os distúrbios do sono e tais doenças, a perda de sono pode tornar os indivíduos mais sensíveis ao estresse oxidativo e, consequentemente, às patologias. E o inverso também seria verdadeiro: o rompimento patológico da resposta antioxidante levaria à perda do sono. Um ciclo vicioso.

"Em geral, mudanças nos hábitos de sono estão sempre relacionadas a mudanças no comportamento metabólico do armazenamento de energia", pontua Hill. "Em humanos e ratos, por exemplo, observamos que fatores como a obesidade estão relacionados com a perda de sono."

As drosófilas utilizadas no estudo foram acondicionadas em tubos plásticos e monitoradas por computadores durante todo um ciclo de vida.

Sono ruim

De acordo com um levantamento realizado pela empresa Philips no início deste ano, 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionados ao sono. A mesma pesquisa foi realizados em outros 12 países - a média da América Latina é de 75%, com os mexicanos em pior situação (88%) e os argentinos, em melhor (64%).

Os principais problemas relatados são insônia, ronco, apneia (respiração que para e volta durante o sono) e a narcolepsia (sono súbito e inconsolável). Segundo a pesquisa, as causas apontadas para a dificuldade de dormir são preocupações financeiras, uso de tecnologias como o celular na cama e estresse decorrente de questões de trabalho.

De acordo com o Instituto do Sono, de São Paulo, ter horários regulares para dormir é um primeiro passo para conseguir ter uma boa noite de sono. Os médicos especialistas da instituição também aconselham que as pessoas se deitem somente na hora de dormir, justamente para não levar distrações para a cama. Álcool e café próximo ao horário de dormir são desaconselhados. Também é recomendável jantar moderadamente, e sempre no mesmo horário.

 

BBCBrasil

Getty Images / BBC BRASIL

Todo mundo, em algum momento, já sentiu aquela coceira incômoda, às vezes, insuportável, na pele. Isso pode ser motivo de alerta, principalmente quando persiste por mais de seis semanas ou é recorrente. A coceira pode estar associada a doenças sistêmicas, precisando de diagnóstico e tratamento. Veja a seguir quais são os problemas mais comuns que podem estar ligados à coceira.coceira

Ressecamento da pele (xerose): a xerose ou ressecamento da pele pode ser encontrada em qualquer parte do corpo, principalmente nas pernas, braços e mãos. Banhos quentes demorados, com esponja e muito sabonete, sol, vento, frio, poluição e produtos químicos são os fatores externos que mais causam a xerose. A idade é outro fator que influencia o grau de ressecamento da pele. Por isso, idosos, crianças e mulheres na menopausa tendem a ter a pele mais seca. Para evitar a xerose, é preciso tomar banhos mornos, sem esponja e com pouco sabonete, usar filtro solar e hidratantes, evitar a exposição solar prolongada e usar luvas apropriadas durante a manipulação de produtos químicos.

Dermatite atópica: esse é um dos tipos mais comuns de alergia da pele. Não-contagiosa, genética e crônica, caracteriza-se por pele seca e coceira intensa. Geralmente ocorre em pessoas com histórico pessoal ou familiar de asma, rinite ou mesmo de eczema atópico. Provoca lesões avermelhadas, descamativas, escoriadas e, muitas vezes, com crostas principalmente nas dobras do cotovelo, atrás dos joelhos e pescoço. O contato com materiais ásperos, exposição à poluição, ar-condicionado, fumaça, poeira, fragrâncias ou corantes adicionados a loções ou sabonetes, detergentes e produtos de limpeza em geral, roupas de lã e de tecido sintético, baixa umidade do ar, frio intenso, calor e transpiração, infecções, estresse emocional e certos alimentos são fatores de risco para o desencadeamento da coceira. Hidratar a pele com hidratantes específicos, se proteger do sol e evitar fatores de risco são a base do tratamento.

Sarna (escabiose): é uma parasitose causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei. A fecundação do ácaro ocorre na superfície da pele. Após o macho morrer, a fêmea penetra na pele, cava um túnel por 30 dias e deposita os ovos. Quando eles eclodem, liberam larvas que voltam à superfície da pele para completar o ciclo. O contágio se dá pelo contato entre pessoas, por contato direto com pessoa ou roupas e outros objetos contaminados. O principal sintoma é a coceira, que é sentido principalmente à noite. As principais lesões na pele são os túneis e, nas suas extremidades, pequenas vesículas. As lesões aparecem geralmente entre os dedos das mãos, nas axilas, nos punhos, na palma da mão, auréolas e genitais. O tratamento é individualizado para cada paciente.

Urticária: irritação da pele caracterizada por placas avermelhadas ou vergões que parecem picada de inseto e duram até 24 horas. Desaparecem e depois retornam em outras áreas, deixando a sensação de que estão se movimentando pelo corpo. A doença gera coceira intensa e pode surgir em tamanhos e locais variados. A urticária pode ser crônica ou aguda. A aguda desaparece em pouco tempo, e, ao identificar os possíveis gatilhos, como uso de medicamentos ou alimentação, recomenda-se ao paciente que evite a exposição a tais agentes. Em determinados casos, o médico especialista pode solicitar exames de sangue e da pele para confirmar os fatores que desencadeiam a urticária aguda. O diagnóstico da classificação entre a aguda ou crônica é determinado pela duração, sendo a duração da crônica maior do que seis semanas. A urticária, quando crônica, normalmente é multifatorial e pode estar associada a doenças sistêmicas e doenças autoimunes.

Dermatite de contato: reação inflamatória na pele decorrente da exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia. Existem dois tipos de dermatite de contato: a irritativa, causada por substâncias ácidas ou alcalinas, como sabonetes; e a alérgica, que surge após repetidas exposições a um produto ou substância. As dermatites de contato podem ocorrer tanto no ambiente doméstico como nas atividades de lazer e no trabalho. O diagnóstico pode ser feito pelo teste alérgico de contato. A partir da substância testada, pode ser sugerida a causa da dermatite de contato e iniciar o tratamento mais indicado para cada paciente.

Caspa (dermatite seborreica): inflamação na pele que causa descamação, vermelhidão, oleosidade e coceira em algumas áreas onde a pele é oleosa ou gordurosa, como couro cabeludo, sobrancelhas, pálpebras, vincos do nariz, lábios, atrás das orelhas e tórax. Trata-se de uma doença de caráter crônico, com períodos de melhora e piora dos sintomas. Não é contagiosa nem causada por falta de higiene. Ansiedade, baixa temperatura, situações de fadiga, consumo de álcool, medicamentos e deficiência de alguns nutrientes podem ser fatores de risco para o surgimento e manutenção das lesões. O tratamento envolve lavagens mais frequentes para diminuir a oleosidade da pele e a utilização de xampus específicos.

Piolho (pediculose): conhecida popularmente como piolho, mais comum em crianças, a pediculose é uma doença parasitária causada por insetos sugadores de sangue que vivem e se reproduzem na superfície da pele e dos pelos. É importante a família saber que as crianças não devem ir de cabelo molhado para a escola, porque a umidade e a aglomeração de indivíduos favorecem a infestação do piolho. Portanto, o ideal é que os cabelos sejam lavados ao final do dia. As crianças de cabelos compridos devem ir à escola com os cabelos presos. É importante orientar os pequenos para não compartilharem objetos de uso pessoal como escovas de cabelo, pentes, tiaras e bonés.

Prurido Gravídico: durante a gravidez podem ocorrer dermatoses específicas da gestação que causam coceira intensa. Normalmente ocorre na primeira gravidez e no último trimestre. A mais frequente se manifesta com pápulas nas estrias abdominais poupando a região ao redor do umbigo.

 

R7

obesoUm estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), com dados do Sistema de Informações Hospitalares e Datasus, mostrou que houve um aumento de 215% na realização de cirurgias bariátricas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2008 e 2017.

Segundo a SBCBM, o Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias bariátricas no mundo. O primeiro é os Estados Unidos.

O crescimento anual de procedimentos é de 13,5%. De acordo com Caetano Marchesini, diretor da SBCBM, o aumento de cirurgias bariátricas pela rede pública se dá por dois motivos: com a crise, as pessoas não puderam mais pagar os planos de saúde. O outro seria o aumento expressivo da obesidade e a comunicação entre as pessoas que fazem a cirurgia bariátrica com sucesso.

Entre os Estados que mais realizaram cirurgias bariátricas pelo SUS estão o Paraná (47%), São Paulo (20,2%), Minas Gerais (8,7%) e Espírito Santo (6,8%), somando mais de 80% dos procedimentos pelo país.

Apesar do aumento significativo de cirurgias no sistema público, houve um aumento de quase 6% no setor privado entre 2016 e 2017, segundo o estudo. No total, houve um crescimento de 47% de cirurgias bariátricas no Brasil entre 2012 e 2017.

O estudo ainda mostra que a população elegível – pacientes com índice de massa corporal (IMC) acima de 35 sem resposta ao tratamento clínico, pacientes com obesidade mórbida ou IMC acima de 40, e pacientes de diabetes mellitus tipo dois (DM2) com IMC acima de 30 para controle da doença- soma 5 milhões de pessoas pelo país.

Marchesini ressalta ainda o aumento de 110% da obesidade entre jovens, dado fornecido pela Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2017, do Ministério da Saúde.

“Lutamos para que haja um plano de governo que introduza a educação alimentar como matéria escolar entre os sete e 11 anos. Isso teria um resultado a longo prazo para o governo”, afirma o cirurgião.

Para ele, a educação alimentar é a melhor forma de prevenir que crianças desenvolvam a obesidade.

 

R7

Divulgação