Nessa quinta-feira, 6, um conselheiro tutelar da cidade de Capitão de Campos - PI foi preso em flagrante por manter uma adolescente de 14 anos em cárcere privado. A vítima afirmou à polícia que sofreu tentativa de estupro enquanto estava presa.
De acordo com a delegada Anamelka Albuquerque, que responde pelo município de Capitão de Campos, o acusado, que ainda não teve seu nome divulgado, tirou a menor de casa na última quarta-feira, 5, alegando que estava cumprindo ordens judiciais que determinava a internação da menor.
"Ele tirou a menor da casa dos pais e a colocou no carro, fretado por ele mesmo. O motorista contratado achou que ele estivesse levando a menor para a casa de outra conselheira, por isso não desconfiou de nada", explicou a delegada.
A casa em que a menor ficou presa estava vazia. A polícia ainda não sabe se a casa foi alugada pelo conselheiro ou se estava abandonada. Segundo a delegada, a vítima contou que o agressor tocou em seus seios e avisou que iria sair, mas quando voltasse faria "uma coisa com ela".
"A sorte é que ela conseguiu fugir e procurou a Polícia Militar. Ela ainda chegou à delegacia com as mãos presas com cordas e correntes. Foi uma grande surpresa para todos porque o acusado é bastante conhecido e jamais deu sinais de que poderia fazer uma coisa dessas", considerou Anamelka.
O acusado tem 29 anos e, em depoimento ao Ministério Público, confessou o crime de cárcere privado. "Ao promotor ele assumiu toda a responsabilidade, disse que foi um momento de loucura, que não sabe como fez aquilo. Já na delegacia, ele preferiu permanecer calado", acrescentou a delegada.
A polícia tem 10 dias para finalizar o inquérito. "O crime de cárcere privado foi comprovado, mas o de tentativa de estupro ainda estamos investigando, porque só temos como prova o depoimento da menor", explicou Anamelka.
A família da adolescente não questionou a existência da determinação judicial porque a menor era "problemática", mas, segundo a delegada, este não é motivo suficiente para uma internação. "A internação é uma medida extrema, que só deve ser aplicada caso o menor já tenha cometido várias infrações. Mas, até hoje eu nunca tinha registrado sequer uma ocorrência contra essa moça", pontuou.
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