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Não é apenas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que os estudantes cometem erros absurdos de ortografia. No Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), alunos que estão se formando no ensino superior cometem desvios tão ou mais graves como “egnorancia”, “precarea” e “bule” (bullying).

 

Esses e outros exemplos foram repassados por uma corretora do Enade 2012, que avaliou concluintes de cursos como Direito, Comunicação Social, Administração, Ciências Econômicas, Relações Internacionais e Psicologia. A professora entregou o material pessoalmente ao GLOBO, mas, por ter assinado contrato de sigilo com o Ministério da Educação (MEC), não pode ser identificada. A docente procurou o jornal depois de ler, também no GLOBO, a reportagem, publicada no dia 18 de março, mostrando que redações que receberam nota 1.000 no Enem tinham erros como “trousse”, “enchergar” e “rasoável”.

 

Em dez respostas à segunda questão discursiva, há erros, sobretudo, de estrutura frasal, imprecisão vocabular e fragmentação de sentido. Segundo a professora, mesmo corrigidos equívocos de pontuação, regência, ortografia e concordância, esses textos continuariam errados. A questão pedia que, a partir da análise de charges e da definição de violência formulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o candidato redigisse um texto sobre a violência atual, contemplando três aspectos: tecnologia e violência (3 pontos); causas e consequências da violência na escola (3 pontos); proposta de solução para a violência na escola (4 pontos).

 

Um formando escreveu: “A violencia e causada muitas vezes pela falta de cultura e pela egnorancia dos seres humanos, cuja a tecnologia sao duas grandes preocupação para a sociedade, causando violencia nas escolas”. Outro estudante respondeu: “Hoje o sistema de segurança publica a inda e muito precarea no Brasil precisa ater mais infraestrutura para a segurança da sociedade em geral”.

 

Um terceiro redigiu: “As escolas tem que orienta e ajuda estas crianças que são violêntas e pratica o bule por enquanto são crianças por que só assim elas terão chacer de melhora e ser uma pessoa melhor e mas calma”. Em outra resposta, constava: “Esperamos que com a oportunidade de farias formação academica possa futuramente acabar ou diminuir este comportamnento do sr humano”.

 

— Os critérios são benevolentes, mandam não pesar a mão para manter média 5. Precisa se dar à opinião pública a ideia de que o ensino está melhorando. Mas não está. As faculdades formam profissionais analfabetos funcionais. Esse é o final do filme — diz a corretora.

 

Em nota, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (Inep) rebate com veemência as críticas, afirmando que “são completamente infundadas as suspeições levantadas pela suposta corretora de que ocorreu orientação para ‘aliviar’ nas correções”. De acordo com o órgão, responsável pela aplicação da prova, “isso não acontece, nem aconteceu, no Enade, Enem, ou em qualquer outro exame sob responsabilidade do Inep/MEC”. O comunicado esclarece ainda quaisquer erros tão grosseiros como os citados nesta reportagem certamente teriam “baixíssima avaliação”.

 

Segundo o Inep, as correções do Enade 2012 são feitas por bancas constituídas de um professor doutor como presidente e membros com titulação de doutorado ou mestrado, vinculados há, pelo menos, cinco anos a instituições de ensino superior. “São cerca de 500 profissionais do mais alto nível que podem atestar a seriedade do exame e das correções”, diz a nota.

 

De acordo com o órgão, “o rigor das avaliações do Enade se expressa nas medidas de supervisão e regulação adotadas pelo MEC, com base nos indicadores de qualidade como o índice geral de cursos (IGC) e o conceito preliminar de curso (CPC). Na nota do CPC, o desempenho dos estudantes representa 55% do total”. O resultado do Enade não impossibilita que os estudantes se formem, a menos que eles não compareçam à prova.

 

Pós-doutor em Linguística Aplicada e professor da UFRJ e da Uerj, Jerônimo Rodrigues de Moraes Neto considera gravíssimo o exercício de qualquer profissão sem o conhecimento da língua portuguesa:

 

— As profissões nas quais esses alunos se formam não geram à sociedade os resultados a que se destinam. Advogado que não entende cliente não consegue, na petição, se fazer entender pelo juiz. Não tem condições de interpor recursos.

 

Este ano, apenas 10,3% dos 114.763 participantes que prestaram o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram aprovados. É o pior resultado desde que passou a ser aplicado no formato unificado, em 2010. E, como mostrou pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios, erros de português são o principal motivo de reprovação em processos seletivos de estágio. No estudo, que avaliou 7.219 alunos de níveis superior e médio, 28,8% perderam oportunidades por isso. Para corrigir as deficiências, universidades oferecem cursos de reforço. Na opinião de Moraes Neto, esse tipo de curso é excelente, mas o cerne da questão é a formação do professor de Português:

 

— O ponto crucial reside na formação do professor de Português, que deverá ensinar o aluno a falar, escrever e ler, mediante conhecimento do sistema linguístico da língua portuguesa.

 

Para a professora Cibele Yahn de Andrade, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp, nivelar o ensino superior é necessário. Mas, para ela, o centro do problema está nos ensinos fundamental e médio.

 

— Não é possível superar essas deficiências acumuladas, de modo satisfatório, em curto prazo. São habilidades que deveriam ser adquiridas ao longo da vida escolar, na sequência de atividades de leitura e escrita diversificadas e com desafios crescentes.

 

O globo

circo1442013Após denúncias, a Polícia Rodoviária Federal realizou a operação Querubim por volta das 20:30h desta sexta, 12, e encontrou um circo às margens da BR 316, na altura do povoado Baixa Grande, na cidade de Monsenhor Gil, no qual crianças estavam sendo utilizadas em números eróticos e perigosos. Segundo relatos, meninas se apresentavam com roupas sensuais e eram orientadas a tocar em suas partes íntimas em frente aos homens que estavam na plateia.

 

De acordo com o inspetor Welendal Tenório, que participou da operação, também foi constatada a falta de autorização para o funcionamento do circo tanto da prefeitura da cidade, quanto da Vigilância Sanitária, Secretaria de Meio Ambiente e DNIT (por estar em área próximo à rodovia). O circo, que está sob o comando do maranhense Manuel Siqueira de Souza, foi embargado.

 

“Encontramos oito crianças no local. O responsável pelo circo diz que todos são netos, dos dezoito que ele tem. Vamos checar a veracidade da documentação, já que os documentos e o fato de todos serem criados pelo avô é algo suspeito”, diz o inspetor.

 

Welendal diz que as crianças encontradas no local tinham entre 6 e 14 anos e faziam parte de números perigosos envolvendo fogo, lançamento de facas e trapézio. “Temos gravações das meninas fazendo apresentações com atos libidinosos na coreografia, vestuário muito sensual e realizando movimentos de apelo erótico. Elas eram indicadas pelo avô a fazer só para homens da plateia. As crianças não estavam estudando. Além disso, as acomodações sanitárias eram péssimas, as instalações elétricas eram gambiarras e passavam sobre a lona que não era anti-chamas e não havia extintores. Os lugares da plateia não tinham segurança e maior parte do público era de crianças e adolescentes”, narra o policial. Foram recolhidos também dois macacos-prego e dois papagaios.

 

A operação foi acompanhada pelo conselho tutelar de Monsenhor Gil. De acordo com a conselheira Conceição Santos, as crianças não puderam ser recolhidas por não haver um abrigo na cidade, por isso tiveram de ficar no circo. “Na segunda-feira, vamos novamente até lá e vamos encaminhar o caso à juíza da comarca que poderá pedir a prisão dos envolvidos”, relatou a reportagem.

 

 

Cidadeverde

A Polícia Militar de Corrente informou que seis jovens morreram em um acidente na BR-135, entre Gilbués e São Gonçalo do Gurguéia, no extremo sul do Piauí. As vítimas, que possuem entre 17 e 24 anos, estavam em uma Hillux que teria colidido frontalmente com uma carreta que transportava milho, por volta das 4:00h deste domingo, 14.

 

Uma das vítimas, identificada como Idácio Filho, é filho do apostador da loteria que se tornou milionário em agosto no ano passado. Os outros corpos ainda não foram identificados, mas segundo a polícia, as vítimas são moradoras do município de Barreiras do Piauí.

 

O acidente teria acontecido em uma curva. De acordo com o médico Raimundo Santana, de Corrente, no mesmo trecho três pessoas teriam morrido na semana passada. "Mas não estão nas estatísticas da Polícia Rodoviária Federal, o que é um absurdo", ressaltou.

 

O motorista João Wellington, que passou pelo local duas horas depois do acidente, disse que a Hillux ficou completamente destruída e que os corpos já haviam sido retirados. "O que eu soube é que eram seis jovens que voltavam dos festejos do povoado Macacos e perderam o controle da direção e bateram de frente com a carreta", afirmou João Wellington, que disse que o motorista da carreta teria saído com vida.

 

Policiais Rodoviários Federais do posto de Floriano se deslocaram até a rodovia no intuito de apurar dados sobre o acidente, que aconteceu a cerca de 600 quilômetros do posto.

 

 

Cidadeverde

Uma comitiva formada por aprovados excedentes do concurso público realizado pelo Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), no ano de 2009, acionou a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí (OAB-PI), para intermediar junto à presidente do TJ-PI, a desembargadora Eulália Pinheiro nomeação dos mesmos.

 

Os candidatos aprovados alegam que o TJ-PI vem cometendo possíveis irregularidades na contratação de novos servidores, desobedecendo à lista do concurso, que já expira em janeiro de 2014. Dados da Corregedoria Geral do Estado apontam que o Tribunal de Justiça do Piauí necessita de pelo menos novos mil servidores para suprir a demanda da instituição.

 

De acordo com Ana Cristina Roque, representante da comitiva dos concursados, o TJ-PI argumenta falta de orçamento para contratação de novos servidores, no entanto, é constante a presença de nomeações de servidores para cargos comissionados para o referido órgão no Diário Oficial. “Isso cai por terra o argumento utilizado. Calculamos que existam mais de 200 servidores comissionados do que é permitido em lei”, destaca Ana Cristina.

 

A comitiva foi recebida pelas Comissões de Defesa e Valorização do Concurso público, presidida pelo advogado Berto Igor Caballero, e de Relacionamento com o Poder Judiciário, presidida pelo advogado Sigifroi Moreno, além da Promotora de Justiça Lêda Diniz e demais representantes do Ministério Público do Piauí (MP-PI).

 

A comitiva é formada por aprovados no concurso para vários cargos, como Analista e Oficial de Justiça. “Estamos aqui buscando apoio da Ordem dos Advogados do Brasil e também do Ministério Público para que haja pelo menos transparência neste processo, já que o prazo para as nomeações acaba daqui a nove meses”, completa Ana Cristina.

 

Para tentar solucionar o problema, a OAB-PI orientou a comitiva a preparar um dossiê para instruir um Pedido de Providência que será enviado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

 

“O objetivo deste Pedido de Providência é fazer com que o Conselho Nacional de Justiça vire os olhos para a situação de diversas irregularidades que assolam o Tribunal de Justiça do Piauí. O preenchimento dos seus cargos com servidores que passaram pelas provas do concurso público é essencial para a melhoria na prestação do serviço jurisdicional, e é esse o principal objetivo do pedido: fazer com que estes candidatos aprovados sejam nomeados”, finaliza Berto Igor Caballero.

 

cidadeverde