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Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificaram uma nova espécie de “barbeiro”. A descoberta desses “novos” indivíduos da família de insetos triatomíneos contou com o auxílio de pesquisadores vindos do Uruguai e Bolívia e foi publicada na revista ZooKeys, plataforma científica com o propósito de descrever novas espécies e análises taxonômicas.

barbeiro

O chamado barbeiro é conhecido por ser um dos principais responsáveis pela transmissão do Trypanosoma cruzi, protozoário que causa a doença de Chagas nas Américas Central e do Sul. De acordo com a CNN Brasil, em território brasileiro, o Ministério da Saúde estima que 1,9 a 4,6 milhões de pessoas estão infectadas atualmente no país, ou seja 1 a 2,4% da população.

Essa nova espécie foi batizada como Panstrongylus noireaui. Segundo matéria do veículo brasileiro, tal nome surgiu em homenagem ao pesquisador francês François Noireau, falecido no ano de 2011, que trabalhou como professor do Institut de Recherche Pour Le Développement, na França, e fez grande colaboração na área de entomologia no IOC.

Através de estudo da Universidade da República do Uruguai, os especialistas conseguiram notar algumas diferenças nas análises de DNA e também nas moléculas ao comparar dois espécimes.

Cleber Galvão, autor do artigo e chefe do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do IOC, falou que: “A percepção por meio de análises cromossômicas e moleculares foi fundamental, visto que as diferenças externas entre a P. noireaui e a P. rufo-tuberculatus são mínimas”.
O pesquisador, por outro lado, afirma que no DNA existem diversas características importantes que podem não só serem responsáveis por diferenciar espécies, mas fazer da P. noireaui singular em seu gênero.

O que reforçou a hipótese de que trata-se de uma nova espécie foi uma pequena diferença nas genitálias dos indivíduos machos da P. noireaui. Foi por intermédio do esforço de cientistas em fazer um estudo morfológico mais detalhado que chegaram a essa informação.

Segundo Galvão, essas espécies são como irmãs que, em determinado momento, tiveram um ancestral comum. “A única diferença morfológica observável está nos dentículos do endosoma, uma membrana presente dentro da genitália dos machos. Como não é uma característica de fácil visualização, foi preciso fazer uma dissecção desses espécimes”, afirmou o pesquisador.

lorena r7

Foto:Reprodução/Portal T5.