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varianteinfectadoQualquer vírus sofre mutações espontaneamente, alguns são rápidos e outros, mais lentos. No SARS-CoV-2, as variações acontecem a cada duas semanas e os pesquisadores tentam descobrir onde e como elas acontecem mais facilmente. A principal hipótese é que as novas cepas da covid-19 surgiram a partir de pessoas que ficaram infectadas por muitos dias e com problemas de saúde que afetam o sistema imunológico.

O biólogo e virologista do Instituto de Medicina Tropical, da Faculdade de Medicina da USP (IMT/FMUSP), José Eduardo Levi explica a possibilidade do aparecimento de mutações. “Uma das hipóteses mais prováveis para o surgimento de variantes, não a brasileira necessariamente, é que as novas cepas surgiram em pessoas que ficaram muito tempo infectadas”, afirma.

O vírus teve tempo para se adaptar e evoluir dentro do corpo do paciente antes de ser transmitido a outras pessoas. Segundo Levi, isso acontece normalmente em pessoas com sistema imunológico afetado.

“As pessoas que não conseguiram eliminar o vírus são os imunodeficientes. Existe a hipótese forte de que os imunossuprimidos em geral, como os transplantados ou com outras doenças, fiquem com o vírus mais tempo no corpo, aumentando a chance de acontecerem as mutações”, explica o biólogo.

 

 

R7

Foto: DIEGO VARA/REUTERS