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Um medicamento usado no tratamento artrite gotosa, ou gota, apresentou resultados animadores contra a covid-19, em um estudo conduzido pelo Instituto do Coração de Montreal, no Canadá. O artigo, ainda não revisado por pares, mostra que a droga colchicina foi capaz de reduzir em 21% o risco de hospitalizações ou mortes entre pessoas infectadas.

As conclusões foram publicadas no servidor de pré-impressão de trabalhos acadêmicos medRxiv na semana passada.
Foram analisados dados de 4.159 pacientes com diagnóstico positivo de covid-19 entre março e dezembro de 2020 nos Estados Unidos, Canadá, Espanha, África do Sul, Brasil e Grécia.

Eles foram separados em dois grupos, sendo que cerca da metade recebeu 0,5 mg de colchicina duas vezes ao dia por três dias e uma vez ao dia por um mês.

Os demais foram submetidos ao mesmo esquema de dosagem, mas com placebo (um comprimido sem efeito). Nenhum paciente sabia em qual braço do estudo estava.

Nos pacientes que tomaram a colchicina, houve redução de 25% das hospitalizações. Dentre os que foram hospitalizados, 50% não precisaram de ventilação mecânica. E a redução de mortes foi de 44%, quando comparados ao grupo placebo.

Como qualquer medicamento, a colchicina oferece risco de efeitos adversos que precisam ser considerados — e por isso, só deve ser tomada por prescrição médica.

Um quarto dos que receberam a droga teve reações relacionadas a ela, enquanto no grupo placebo, foram 15,5%.Os efeitos colaterais mais frequentes em quem tomou a colchicina foram diarreia e náuseas, segundo o artigo.

Embora ainda precise passar pela revisão de cientistas independentes, o pesquisador principal do estudo, Jean-Claude Tardif, comemorou os resultados em um comunicado divulgado pelo Instituto do Coração de Montreal.

“Nossa pesquisa mostra a eficácia do tratamento com colchicina na prevenção do fenômeno da 'tempestade de citocinas' e na redução das complicações associadas à covid-19. [...] Temos o prazer de oferecer o primeiro medicamento oral do mundo cujo uso pode ter um impacto significativo na saúde pública e potencialmente prevenir complicações da covid-19 para milhões de pacientes", disse o médico, que é diretor do Centro de Pesquisa do Instituto do Coração de Montreal e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Montreal.

R7