A Universidade de Oxford espera apresentar os resultados dos testes em estágio final (fase 3) de sua vacina contra a Covid-19 antes do final do ano. O anúncio foi feito pelo diretor do Grupo de Vacinas de Oxford Andrew Pollard nesta quarta-feira (4).
Questionado sobre se a vacina poderá estar pronta para o Natal, Pollard disse que "há uma pequena chance de isso ser possível, mas simplesmente não sei".
A vacina de Oxford é uma das quatro que passam por testes de fase 3 no Brasil – a última etapa antes que possa ser liberada para uso geral.
Resposta imune
Em outubro, a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca anunciaram que a vacina que estão desenvolvendo contra a Covid-19 induziu "uma forte resposta imune" em idosos durante testes de fase 2 feitos no Reino Unido.
Em julho, a universidade já havia divulgado resultados em voluntários mais novos, com idades de 18 a 55 anos de idade.
A fase 2 dos testes de uma vacina verifica a segurança e a capacidade dela de gerar uma resposta do sistema de defesa. Normalmente, ela é feita com centenas de voluntários. Já a fase 1 é feita em dezenas de pessoas, e a 3, em milhares (veja detalhes mais abaixo nesta reportagem).
Divisor de águas
Uma vacina que funcione é vista como um divisor de águas na batalha contra o coronavírus, que matou mais de 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo, fechou partes da economia global e virou a vida normal de cabeça para baixo para bilhões de pessoas.
Espera-se que a vacina Oxford/AstraZeneca seja uma das primeiras de grandes empresas farmacêuticas a ser submetida à aprovação regulatória, junto com a candidata da Pfizer e da BioNTech.
Como funcionam as 3 fases da vacina
Nos testes de uma vacina – normalmente divididos em fase 1, 2, e 3 – os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a imunização foi capaz de induzir uma resposta imune, ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo.
Os testes de fase 1 costumam envolver dezenas de voluntários; os de fase 2, centenas; e os de fase 3, milhares. Essas fases costumam ser conduzidas separadamente, mas, por causa da urgência em achar uma imunização da Covid-19, várias empresas têm realizado mais de uma etapa ao mesmo tempo.
Antes de começar os testes em humanos, as vacinas são testadas em animais – normalmente em camundongos e, depois, em macacos.
Reuters
Foto: John Cairns, University of Oxford via AP