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anorexiaEm tempos de rede social, cultura da magreza e modismo de dieta, muitas pessoas ficam mais vulneráveis a desenvolver problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade. Mas há outros riscos ainda pouco discutidos que afetam cerca de 4,7% da população brasileira, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS): os transtornos alimentares – um conjunto de doenças psiquiátricas de origem genética, hereditária, psicológicas e/ou sociais, caracterizados por perturbação persistente na alimentação. Entre os jovens, o índice pode chegar a espantosos 10%.

Os transtornos alimentares mais conhecidos são anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno da compulsão alimentar (TCA). Conhecidos, entenda-se, graças aos depoimentos de celebridades, que revelaram sofrer dos problemas. Entre elas, as cantoras Demi Lovato e Lady Gaga e a atriz e cantora Anahí. No Brasil, atrizes como Débora Nascimento, Cássia Kiss e Débora Evelyn. O caso mais recente é o da atriz e cantora Cléo Pires. Mas há um número muito maior de tipos de transtorno, alguns com nomes inusitados — transtorno de ruminação, restritivo e evitativo, por exemplo. A seguir, a lista completa definida pela Associação Americana de Psiquiatria.

Os transtornos
1. Anorexia Nervosa: caracterizada pela restrição da ingestão calórica mediante o medo de engordar e perturbação na forma como o paciente enxerga o próprio corpo. Geralmente tem início na adolescência ou na idade adulta jovem. Esse é o transtorno alimentar com a maior taxa de mortalidade e apresenta alto risco de suicídio.

2. Bulimia Nervosa: apresenta episódios recorrentes de compulsão alimentar seguidos de práticas compensatórias para evitar o ganho de peso. Esse transtorno é mais comum em mulheres e apresenta altas taxas de suicídio.


3. Transtorno de Compulsão Alimentar: ocorre quando o paciente apresenta episódios recorrentes de compulsão alimentar; ou seja, come demais mesmo sem fome e depois se sente culpado. Apesar de ser menos falado do que a anorexia e bulimia, é o mais comum dos transtornos alimentares.

4. Pica: conhecida também por alotriofagia, esse transtorno é caracterizado pela ingestão de substâncias não alimentares, como pedra, terra ou cabelo, por exemplo. A condição pode causar problemas e/ou perfurações intestinais, infecções, intoxicação e deficiência nutricional.

5. Transtorno de Ruminação: consiste em um quadro de regurgitação repetida de alimento. A comida pode ser remastigada, ingerida novamente ou cuspida.. Entre as consequências mais comuns do transtorno está a restrição alimentar já que o paciente evita comer para não regurgitar.

6. Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo: definido pela falta de interesse em se alimentar devido à textura ou gosto do alimento, por exemplo. Também pode caracterizar quadro da primeira infância de seletividade alimentar extrema, e fobia de comer.. É comum que o paciente sofra com desnutrição e perda de peso.


7. Transtorno de Purgação: caracterizado pelo uso da indução de vômito, uso de laxantes ou medicamentos para perda de peso sem que haja compulsão alimentar.

8. Síndrome do Comer Noturno: consiste em episódios recorrentes de ingestão alimentar durante a noite. Geralmente, o paciente come mais no período noturno do que durante o dia e sofre com problemas para dormir.

Fatores de risco

Os transtornos alimentares podem afetar qualquer pessoa, mas adolescentes e mulheres jovens estão mais predispostos a desenvolvê-las. Entre os fatores de risco estão questões genéticas, histórico familiar, perfeccionismo, baixa autoestima e família altamente apegada a estereótipos de beleza. “Algumas pessoas têm o fator de risco, mas não manifesta a doença. Outros podem ter o problema despertado após situações traumáticas. O gatilho mais comum, no entanto, são dietas restritivas“, explica Marle Alvarenga, do Programa de Transtornos Alimentares (AMBULIM), do Hospital das Clínicas de São Paulo.

 

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Foto: iStockphoto/Getty Images