Bebê gordinho e bochechudo é lindo, não? Para muitos, esses são indícios de uma criança sadia, mas há tempos essas características não são mais vistas com bons olhos por médicos e especialistas. De acordo com estudo da Unifesp, a Universidade Federal de São Paulo, 56% dos bebês brasileiros bebem refrigerante frequentemente antes do primeiro ano de vida. Esse hábito é apenas um entre inúmeros que podem indicar que seu filho está caminhando para aumentar uma triste estatística: 33,5% das crianças entre 9 e 5 anos no Brasil têm sobrepeso e, 14,3%, são obesas. Confira na lista abaixo cinco sinais de alerta contra a obesidade.
Um problema multifatorial, a obesidade na infância tem algumas explicações que começam ainda com a mãe. "Desde a saúde da gestante, como ganho de peso durante a gestação, certas doenças associadas, tipo de alimentação e prática de atividade física regular, por exemplo, passando pelo período perinatal. Ou seja, crianças muito pequenas e muito grandes têm maior risco de desenvolvimento de obesidade no futuro", explica Fabíola Suano, médica nutróloga da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia). Ela ainda lista outros fatores: "Atenção à alimentação nos dois primeiros anos de vida porque o aleitamento materno exclusivo por 6 meses e manutenção até 2 anos, ou mais, com outros alimentos, reduz o risco de obesidade em 20%, e introdução correta de alimentos complementares. Também estão envolvidos fatores genéticos e ambientais. Pais obesos influenciam no risco de obesidade do filho", afirma.
1- Aleitamento materno insuficiente
Cada período de 3,7 meses no tempo total de aleitamento materno reduz em 6% o risco de desenvolvimento de obesidade. A afirmação do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) reforça a importância do aleitamento na briga contra a obesidade infantil. "A prática do aleitamento materno é um dos fatores mais importantes para proteção contra obesidade futura. O leite materno tem uma série de substâncias, como a leptina: ela controla o centro da saciedade, possui composição ideal e variável ajustada às necessidades nutricionais da criança em cada fase, e ainda tem sabores diferentes ao longo do período de amamentação, estimulando o paladar", explica Fabíola Suano.
2- Introdução incorreta de alimentos na dieta da criança
A criança deve começar a receber novos alimentos complementares ao leite materno a partir dos 6 meses de vida. "Esses alimentos, até os 10 meses, devem ser especialmente preparados para a criança com variação de alimentos para evitar a monotonia. A criança pode comer a mesma alimentação da família, mas com o cuidado de garantir que tenha uma alimentação saudável", afirma a médica nutróloga. "Os hábitos alimentares inadequados, quando são introduzidos em uma criança de 1 ano, já são um indício de que ela terá dificuldade em aceitar os alimentos saudáveis. Vale ressaltar que quando uma família faz pelo menos uma refeição com todos juntos à mesa, com a oferta de alimentos saudáveis, está contribuindo para uma melhor nutrição, além do aspecto interativo da família", reforça Eliana Louzada, nutricionista e professora de pós-graduação da Universidade Gama Filho.
3-Hábito familiar de se alimentar mal
É praticamente impossível uma criança fugir da obesidade ou do sobrepeso quando tem pais que ingerem alimentos gordurosos, sucos artificiais e esquecem a existência de frutas, verduras e legumes. Os pais não são os únicos responsáveis pela alimentação equivocada das crianças, mas são os personagens principais. "Quando a família tem o hábito de se alimentar adequadamente, a criança tende a imitar. Quanto mais variedades de frutas for ofertada para ela, mais chances existem de descobrir o que mais lhe agrada", afirma Eliana Louzada. E não se esqueça, de acordo com a SBP, deve-se evitar o hábito de comer assistindo televisão.
4-Despensa com grande oferta de guloseimas artificiais
O importante é não ter na despensa guloseimas de fácil acesso para as crianças e estipular algumas regras quanto aos salgados e doces, além de alimentos e bebidas artificiais. "Deve-se ter muito cuidado com proibições e com dietas rígidas. Isso só aumenta a vontade e a curiosidade da criança. Estipule horários e dias para o consumo de certos alimentos de uma maneira que a criança não perceba que o alimento é um inimigo", explica a nutricionista.
5-Prática tardia de exercícios
A atividade física é importante em todas as faixas etárias, em especial para as crianças, uma vez que é nessa fase que despertará o interesse por algum exercício. "As atividades físicas, de uma maneira geral, desenvolvem habilidades como coordenação e proporcionam integração em grupo, a socialização. É importante expor a criança a diversas modalidades, só assim ela terá a oportunidade de escolher algo que lhe agrade. As atividade recreativas lúdicas em grupo podem fazer com que a criança despenda energia, e também é um caminho para esportes de um modo em geral", afirma Fabíola Suano.
Gnt