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gravidezriscoEles são lindos. Três, quatro, cinco, seis, sete ou até oito bebezinhos de uma só vez. Mas, por trás dos recém-nascidos múltiplos está uma gestação de grande perigo para a mãe e para os fetos. Todos os riscos normais de uma gestação se intensificam quando a gravidez é gemelar, afirma Sérgio Pereira Gonçalves, especialista em reprodução humana e diretor médico da clínica Monteleone, de São Paulo.

 

"A incidência de aumento da pressão arterial e de diabetes gestacional são maiores em mulheres grávidas de gêmeos", revela o médico. "Essas condições podem levar a insuficiência placentária, com o prejuízo do desenvolvimento do feto ou mesmo quadros de sofrimento fetal por falta de oxigenação do cérebro", explica. Nesses casos, pode até haver a necessidade de se interromper a gravidez.

 

Além disso, as gestações múltiplas apresentam maior risco de rompimento antecipado da bolsa e de trabalho de parto antes da hora. "Os bebês nascidos prematuros podem ter sequelas permanentes, como paralisia cerebral, problemas pulmonares e nos olhos", relata Sérgio.

 

Mas nem toda gravidez gemelar leva a complicações. Há casos de sucesso conhecidos, como os da jornalista Fátima Bernardes, que é mãe dos trigêmeos Laura, Beatriz e Vinícius, e da modelo Isabella Fiorentino, mãe dos trigêmeos Bernardo, Lourenzo e Nicholas. No entanto, na maioria das vezes, a gravidez de múltiplos pode acarretar em algum tipo problema para mãe e para os bebês.

 

Reprodução assistida

O assunto gravidez gemelar é um tema muito discutido no âmbito das técnicas de reprodução assistida, principalmente quando se trata do tratamento de fertilização in vitro (FIV). Isso porque o médico pode implantar mais de um embrião já formado no útero da paciente, o que aumenta as chances de o procedimento gerar uma gestação múltipla.

 

De acordo com as normas éticas do Conselho Federal de Medicina (CFM), é seguro implantar até dois embriões em mulheres de até 35 anos. Nas com idade entre 36 e 39 anos, até três embriões, e quando a mulher passa dos 40 anos, a regulamentação permite que sejam implantados até quatro.

 

Sérgio afirma que por vezes o próprio casal, na ânsia de engravidar, pede para que seja feita a transferência de vários embriões. "A normatização pelo CFM do número máximo de embriões transferidos de acordo com a idade da mulher veio em momento oportuno. É importante que o médico explique ao casal que a determinação tem o objetivo de evitar gestações múltiplas e, por consequência, suas complicações, mas sem reduzir as taxas de gravidez."

 

Casos famosos de fertilizações e múltiplos

Octomãe. Foi assim que a americana Nadya Suleman ficou conhecida depois de engravidar de óctuplos. Os bebês são fruto de uma fertilização in vitro feita em 2008 com sêmen de doador. Nadya já tinha outros seis filhos, que também foram concebidos por meio de outras FIVs, com o mesmo doador de esperma.

 

Nadya convenceu os médicos a implantarem os embriões congelados que haviam "sobrado" das outras gestações. O tratamento ela se consagrou como a octomãe. Surpreendentemente, os bebês nasceram saudáveis e ela passou bem pela gestação e pelo parto. Para Sérgio, casos como este são raros e Nadya teve muita sorte - portanto, sua situação não deve ser tomada como exemplo.

 

Outro caso famoso foi o da brasileira Linda Mar Miranda Alves da Silva, de Brasília. Em 2000, ela decidiu procurar a saúde pública para conseguir engravidar de seu segundo marido. Linda Mar já tinha outros dois filhos de um primeiro relacionamento e havia feito laqueadura, mas o atual companheiro tinha o sonho de ser pai. Na época, a equipe que cuidou do caso implantou cinco embriões em seu útero. Poucas horas após o parto, feito prematuramente aos sete meses de gestação, um dos bebês não resistiu e morreu. Os outros quatro sobreviveram, mas com sequelas graves.

 

 

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