Pesquisadores da GW Pharmaceuticals, no Reino Unido, descobriram dois compostos derivados da folha da cannabis que podem aumentar a queima de energia no organismo e suprimir o apetite, de acordo com informações do jornal The Telegraph.
O estudo, realizado com camundongos, mostrou que os compostos podem ajudar a tratar os dois tipos de diabetes ao mesmo tempo, ajudando a reduzir os níveis de colesterol na corrente sanguínea e a quantidade de gordura em órgãos como o fígado.
"Os resultados em modelos animais têm sido muito encorajadores. Estamos interessados em como estas drogas efetuam a distribuição de gordura e sua utilização no corpo como um tratamento para doenças metabólicas. Os seres humanos utilizam estas plantas há milhares de anos, então temos bastante experiência com os produtos químicos da cannabis", observa Steph Wright, diretor de pesquisa e desenvolvimento da GW Pharmaceuticals.
Embora a maconha seja uma droga ilegal, a empresa tem licença para cultivar a planta em estufas especialmente construídas em uma instalação no sul da Inglaterra. Os pesquisadores produzem plantas de cannabis criados para expressar quantidades diferentes de compostos conhecidos como canabinóides.
Embora a droga seja mais conhecida por induzir a fome nas pessoas que fumam, quando os cientistas examinaram dois compostos, chamados THCV e canabidiol, eles descobriram um efeito supressor do apetite.
O efeito dura apenas um curto período de tempo, no entanto. Quando os cientistas avaliaram mais profundamente eles descobriram que os compostos também tiveram um impacto sobre o nível de gordura no corpo e sua resposta à insulina.
Testes em ratos mostraram que os compostos aumentaram o metabolismo dos animais, levando a níveis mais baixos de gordura no fígado e redução no colesterol.
Segundo os pesquisadores, a descoberta abre portas para a criação de drogas que podem ser desenvolvidas em tratamentos de doenças relacionadas com a obesidade.
Eles estão agora realizando ensaios clínicos em 200 pacientes na esperança de produzir uma droga que pode ser usada para tratar pacientes com "síndrome metabólica", onde diabetes, hipertensão arterial e obesidade se combinam para aumentar o risco de doença cardíaca e enfarte.
R7