A solidão está associada a problemas de saúde graves e a um maior risco de morte entre idosos. É o que revelam pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
O estudo, publicado na revista Archives of Internal Medicine, sugere que a solidão não se correlaciona necessariamente com viver sozinho. O estudo concluiu que 43% dos adultos mais velhos pesquisados se sentiram sozinhos, mas apenas 18% moravam sozinhos.
Para o trabalho, os pesquisadores estudaram 1.604 adultos mais velhos entre os anos de 2002 e 2008.
"Em nosso modelo médico padrão não pensamos em como os sentimentos subjetivos afetam a saúde. É intrigante descobrir que a solidão está independentemente associada com um aumento da taxa de morte e do declínio funcional", afirma a líder da pesquisa Carla Perissinotto.
Segundo os pesquisadores, o trabalho ajuda a identificar os diferentes fatores que fazem com que os adultos se tornem funcionalmente comprometidos e, finalmente, em risco para internação em asilos.
"O envelhecimento da nossa população torna importante para nós pensar em todos os fatores que estão colocando os idosos em perigo, incluindo os riscos sociais e ambientais", observa Perissinotto.
Os investigadores focaram na morte e na diminuição da capacidade de realizar atividades diárias como subir escadas e caminhar.
As pessoas que se identificaram como sozinhas tinham 59% maior risco de declínio cognitivo e 45% maior risco de morte.
"Este é um daqueles resultados nos quais você não quer acreditar porque é terrível descobrir que isso é realmente verdade. Começamos a análise pensando que havia um risco de não encontrarmos nada, mas realmente descobrimos uma forte correlação", destaca Perissinotto.
A equipe espera que a pesquisa possa incentivar a integração entre os serviços sociais e médicos para os pacientes idosos de forma mais abrangente.
"Perguntar sobre doenças crônicas não é suficiente. Há muito mais acontecendo nas casas das pessoas que está afetando sua saúde. Se não perguntarmos sobre isso, estaremos perdendo um fator de risco muito importante e independente. Não acreditamos que podemos mudar a genética, mas podemos intervir quando alguém está sozinho e ajudar a evitar o declínio funcional", afirma a pesquisadora.
R7