A descendência de pais e avós que se reproduziram com idades avançadas poderia resultar em benefícios genéticos que ampliariam a longevidade, apontam novos estudos científicos.
Cientistas da Universidade de Northwestern (Illinois, EUA) consideram que este processo genético representa uma adaptação evolutiva que provocaria o alargamento dos telômeros, a estrutura encontrada nos extremos dos cromossomos e responsável pelo envelhecimento.
"Se o seu pai e avô foram capazes de viver e reproduzir-se em idades tardias, isto poderia indicar que você poderia viver em um ambiente similar", afirmou Dan Eisenberg, coordenador do estudo.
Vários estudos anteriores já haviam demonstrado uma relação entre os telômeros mais curtos que resultam em doenças provocadas pela idade e os telômeros mais longos, que atrasam o envelhecimento, recordam os cientistas que publicaram os trabalhos nos anais da Academia Americana de Ciências (PNAS, na sigla em inglês).
Os homens que retardam a reprodução transmitem aos filhos e netos telômeros mais longos que poderiam fazê-los viver mais tempo e permitiriam dar prosseguimento à reprodução com idades mais avançadas, segundo os estudos.
Os cientistas mediram o comprimento dos telômeros de DNA a partir de amostras de sangue de 1.779 jovens adultos e suas mães nas Filipinas, assim como levaram em consideração as idades de pais e avôs.
Os resultados mostraram que o tamanho dos telômeros aumentava não apenas em função da idade do pai, mas também do avô.
"Assim, uma mulher de 50 anos, da qual se espera que o tamanho dos telômeros seja mais curto que os de uma mulher 10 anos mais jovem, pode contar com telômeros do mesmo tamanho se seu pai tivesse 10 anos a mais que o pai da mulher de 40 anos quando nasceu", explicou Eisenberg.
De todas as formas, o coautor do estudo Christopher Kuzawa destacou que são necessárias mais análises para determinar se os telômeros mais longos herdados reduziriam os problemas de saúde que a velhice acarreta.
AFP