Cada região do Brasil tem uma fruta típica que é ótima para a saúde. Elas contêm antioxidantes, vitaminas A e C e gorduras do bem, entre outras propriedades.
A Organização Mundial de Saúde recomenda a ingestão diária de pelo menos 400 gramas de frutas e hortaliças, o que equivale a cinco porções.
Veja abaixo as características de cinco frutas regionais do país: açaí, caju, pequi, abacate e maçã:
Açaí
É conhecido como o “ouro negro” da Amazônia, e sua maior riqueza estão nos nutrientes, que fazem dessa frutinha um alimento funcional.
O açaí tem muita antocianina, um pigmento roxo do grupo dos flavonóides, substância química encontrada nas plantas que funciona como antioxidante. Isso significa que a fruta ajuda a combater os radicais livres, retardar o envelhecimento e evitar doenças do coração e células cancerígenas
Os radicais livres são uma espécie de “ferrugem” que se espalha pelas artérias. Já os antioxidantes são substâncias com poder de limpeza, para retirar essa “sujeira” das nossas células.
A gordura contida no açaí traz benefícios comparáveis ao azeite de oliva. Se consumido puro, in natura, pode ser aproveitado até por pessoas diabéticas, pelo alto teor de gordura monoinsaturada. Também ajuda quem tem colesterol alto ou intestino preguiçoso.
Para aumentar o teor de energia antes ou depois da atividade física, o açaí pode ser associado à tapioca, guaraná, banana, morango e outras frutas.
No Pará, o açaí faz parte da refeição principal; no restante do país, vai bem no lanche ou como sobremesa.
Caju
É uma fruta típica do Nordeste, com grande concentração de vitamina C, cuja deficiência está presente em 85% dos brasileiros. Cem gramas de polpa de caju contêm 219,3 mg de vitamina C, muito mais do que a laranja, por exemplo. Nesse quesito, a fruta só perde para a acerola.
Ranking (a cada 100 gramas):
1) Acerola: 941,4 mg
2) Goiaba: 80,6 mg
3) Kiwi: 70,8 mg
4) Laranja: 56,9 mg
5) Manga: 17,4 mg
A vitamina C também é um tipo de antioxidante e um elemento fundamental para alguns mecanismos de funcionamento do corpo, como a absorção de ferro e o sistema imunológico, nossa proteção natural contra doenças. A recomendação é consumir uma unidade por dia.
A polpa do caju não é o fruto, mas um pseudofruto ou fruto falso. A fruta, na verdade, é a castanha, muito usada em chocolate, rapadura ou com sal.
O maior cajueiro do mundo fica em Pirangi do Norte, região metropolitana de Natal (RN). A árvore tem o tamanho de um campo oficial de futebol e produz o equivalente a 80 cajueiros normais.
O pé de caju é tão grande que tem até uma associação para administrar o cajueiro. E quem experimenta a fruta ou o suco do maior cajueiro do mundo só faz elogios.
Receita de torta salgada de caju
O caju é uma fruta versátil que cai bem, inclusive, em pratos salgados. Uma porção da torta tem os valores nutricionais de uma refeição, é prática e fácil de fazer.
No liquidificador, bata dois ovos, duas xícaras de chá de leite de coco, meia xícara de azeite, uma colher de chá de açafrão, uma xícara de jerimum pré-cozido picado, dois dentes de alho picados, uma colher de chá de pimenta-do-reino e uma pitada de sal.
Em seguida, numa tigela, coloque duas xícaras de chá de farinha de trigo, dois tomates picados sem semente, uma cebola picada, uma xícara de coentro picado, uma xícara de jerimum pré-cozido picado, uma xícara de pimentões coloridos cortados em cubinhos, duas colheres de sopa de castanha triturada e duas xícaras de chá de polpa de caju picado sem o suco.
Misture tudo e depois acrescente o creme batido no liquidificador. No forno, em fogo alto, bastam 40 minutos. O sabor, por causa do leite de coco, lembra o do peixe.
Pequi
O pequi é um fruto originário do Cerrado brasileiro, muito usado pelos goianos para temperar a comida. Também pode ser aproveitados em conserva, licores, como ingrediente de doces (como brigadeiro) ou salgados (no arroz ou frango) e até na indústria cosmética.
O pequi é rico em retinol, uma vitamina A sintetizada, que produz a elasticidade da pele, ajuda na visão, no intestino, nos ossos e no sistema imunológico.
Outra parte do fruto que pode ser consumida é a castanha, que fica no interior, protegida por uma camada de espinhos. Deve-se cortar o caroço com uma faca afiada ou um martelo de cozinha ajuda. A castanha pode ser comida crua, cozida ou adicionada a receitas.
Ela é fonte de nutrientes, principalmente zinco, que é um elemento mineral que, associado à vitamina C, quebra os radicais livres no organismo.
A casca é usada na preparação de tintas de escrever e na tintura de tecidos.
Abacate
Pode ser encontrado em supermercados e feiras livres. É macio, carnudo, tem uma polpa bem cremosa e consistente, com menos água que as outras frutas.
Algumas pessoas têm preconceito com o abacate, porque pensam que é uma fruta gordurosa, mas a gordura dele faz bem à saúde, pois aumenta o colesterol bom. Essa mesma gordura é encontrada no azeite de oliva, em castanhas e óleos, como o de canola.
Além disso, o abacate é uma fruta rica em vitaminas do complexo B e minerais como o ferro, cálcio e fósforo. Muitos também usam a polpa para fazer máscara de beleza no rosto.
O abacate é vasto em regiões colonizadas pelos espanhóis (México, Guatemala e Antilhas) e se espalhou pela América do Sul por causa do solo fértil e do calor. No Brasil, o cultivo começou só no início do século XIX.
As plantações no interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais são responsáveis por quase dois terços de toda a produção nacional.
Receita de guacamole
Para quem não conhece, o guacamole é uma receita mexicana feita com abacate, pimentão e temperos. A pasta deve ser servida com torradas ou cascas de queijo nacho.
Ingredientes:
1 abacate
1 tomate sem sementes picado
1 pimenta dedo-de-moça picada
1/2 xícara (chá) de coentro picado
Suco de 1 limão
Sal a gosto
Modo de preparo
- Com uma faca, corte o abacate ao meio e retire o caroço. Com a ajuda de uma colher, retire a polpa e coloque numa tigela.
- Adicione à tigela todos os ingredientes picados com o abacate e misture bem. Tempere com o suco de limão e sal. Sirva a seguir.
Maçã
A Região Sul é a maior produtora da fruta, que se concentra mais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina – regiões naturalmente mais frias. Ela é leve, saborosa e magrinha: tem em média 80 calorias.
Além disso, é prática e perfeita para o lanche do dia a dia, pois cabe na bolsa.
A substância responsável pela saciedade da maçã é a pectina, uma fibra que se expande dentro do intestino. Além disso, associada ao açúcar da fruta (frutose), dá menos fome.
Por isso, a maçã é uma dica saudável para quem está e olho na balança e com a agenda apertada. Também é rica em antioxidantes que combatem doenças cardiovasculares.
Outra enorme vantagem dessa fruta é que ela hidrata bastante: 90% são água. Mas não deixe a maçã na gaveta por mais de três dias, para não ficar ressecada e perder suas propriedades.
Procure comprar a maçã que esteja inteira, sem amassados. Se ela tiver um buraquinho, houve a penetração de micro-organismos que podem contaminar a fruta.
O cultivo da macieira é uma atividade relativamente recente no Brasil. No início da década de 70, a produção anual era de mil toneladas. Com incentivos fiscais e apoio à pesquisa e extensão rural, o Sul aumentou a produção em quantidade e qualidade, fazendo com que o país passasse de importador a exportador de até 20 % do total.
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