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Tomar antidepressivos no fim da gravidez dobra o risco de dar à luz bebê que sofrem de hipertensão pulmonar persistente, de acordo com um estudo realizado nos países do norte europeu e publicado nesta sexta-feira.

"Antidepressivos do tipo ISRS (Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina) após a 20ª semana de gestação estão associados a um risco dobrado de hipertensão pulmonar persistente no recém-nascido", afirma um estudo realizado pelo prestigiado Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia.

O estudo do Karolinska levou em conta 1,6 milhão de nascimentos entre 1996 e 2007 em cinco países do norte da Europa (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia). É o primeiro estudo representativo desta magnitude, que complementa a pesquisa Chambers, publicada em 2006 no New England Journal of Medicine. Segundo o estudo, 11 mil mulheres que tomaram antidepressivos no final da gravidez deram à luz 33 crianças com hipertensão pulmonar.

"Os médicos que tratam pacientes grávidas contra a depressão devem tentar considerar uma abordagem não medicamentosa", adverte a responsável pelo estudo, Helle Kieler, em um comunicado. De acordo com dados do Instituto Karolinska, o número de recém-nascidos que sofrem da doença, em média, é de 1,2 a cada mil. Entre eles, a taxa de mortalidade é de 15%.

Os antidepressivos ISRS são amplamente utilizados no tratamento da depressão e incluem vários tipos de princípios ativos, como a fluoxetina, vendido sob o nome de Prozac. O estudo constatou que os riscos são os mesmos para todos os princípios ativos estudados, ou seja, a fluoxetina, citalopram, sertralina, paroxetina e escitalopram.


AFP