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O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que 52 mil mulheres serão diagnosticadas com câncer de mama em 2012. E a Sociedade Brasileira de Mastologia estima que ao menos 20 mil delas precisarão fazer uma cirurgia de retirada das mamas, sendo que apenas cerca de 10% sairão do centro cirúrgico com a mama já reconstruída.

Ministério da Saúde afirma ainda que o SUS vai trocar as próteses de silicone das marcas PIP e Rofil das mulheres que apresentarem ruptura, aumentando ainda mais as filas para a reconstrução mamária. Isso tem preocupado entidades como a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) e o Instituto Oncoguia, que lidam diretamente com mulheres em tratamento de câncer.

Para Luciana Holtz, psico-oncologista e presidente do Oncoguia, o governo precisa deixar claro como vai organizar as filas das mulheres que precisam fazer mastectomia, das mulheres que precisam fazer a reconstrução e das que possuem próteses da PIP ou Rofil com problemas.

“Nós entendemos que o centro cirúrgico é um só. E existem centenas de mulheres com câncer esperando de três a seis meses só para fazer a mastectomia. Para fazer a reconstrução, demora uns dois anos. Qual a urgência de trocar a prótese dessas outras mulheres? A fila será única ou separada?”, pergunta Luciana.

Para a mastologista Maira Caleffi, o governo está correto em garantir a assistência para as mulheres que tiverem problemas com as próteses PIP ou Rofil, mas ela também frisa que a fila de espera para uma mastectomia e para a reconstrução das mamas ainda é muito grande.

“O SUS poderia fazer as duas cirurgias ao mesmo tempo: a retirada e a reconstrução. Mas, em geral, os centros não fazem isso porque aumentaria o tempo de cirurgia. Nesse tempo, eles poderiam fazer outra cirurgia e tirar uma mulher da fila. E agora, como vai ficar?”, diz Maira.


Fonte: Estadão