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A cena é comum: na pressa do dia a dia, o consumidor passa pela seção de hortifruti e vê aquela bandeja de melancia vermelhinha, já cortada em cubos, um mamão picadinho ou uma manga e abacaxi descascados prontos para o consumo. A praticidade é inegável, mas especialistas em segurança alimentar alertam: frutas pré-cortadas são um dos vetores mais frequentes de intoxicação alimentar.

Ao remover a casca, removemos a "embalagem" mais tecnológica e eficiente que existe: a proteção natural da fruta. Sem ela, o alimento torna-se um terreno fértil para bactérias como Salmonella, E. coli e Listeria.

Segundo microbiologistas, a casca da fruta atua como um selo hermético que protege a polpa (rica em água e açúcar) do ambiente externo. "A partir do momento em que a faca rompe a casca, você expõe o interior estéril da fruta a qualquer contaminante que esteja na superfície da casca, na lâmina da faca ou nas mãos do manipulador," explica Keith Schneider, professor de segurança alimentar da Universidade da Flórida.

Um estudo publicado no Journal of Food Safety demonstrou que frutas como melões e melancias são particularmente perigosas. Como crescem em contato direto com o solo, suas cascas rugosas podem reter patógenos mesmo após a lavagem. Ao passar a faca, as bactérias são arrastadas da casca para a polpa, onde encontram um ambiente úmido e rico em nutrientes para se multiplicar rapidamente.

Além disso, há o risco de contaminação cruzada. Como saber se o supermercado onde você compra tem a esterilização adequada, com a frequência necessária, na área de corte de frutas? A mesma tábua ou faca usada para cortar um mamão contaminado pode ser usada em seguida para fatiar um abacaxi, espalhando bactérias por lotes inteiros.

Sem contar que há a perda nutricional. Nutricionistas alertam que o contato da polpa com o oxigênio e a luz (oxidação) degrada vitaminas sensíveis. A C e as do complexo B, por exemplo, começam a se degradar assim que a fruta é cortada. Um estudo comparativo mostrou que frutas cortadas e armazenadas em potes plásticos transparentes podem perder até 25% de seus nutrientes em poucos dias, comparadas à fruta íntegra mantida na fruteira.

Os principais riscos invisíveis

Salmonella: Frequentemente associada a surtos envolvendo melões cantaloupe e melancias pré-cortadas. Nos EUA, o Center for Disease Control and Prevention (CDC) já rastreou dezenas de surtos graves ligados especificamente a saladas de frutas prontas.

Listeria Monocytogenes: Esta é uma das maiores preocupações em ambientes refrigerados. Diferente de outras bactérias, a Listeria sobrevive e se multiplica mesmo dentro da geladeira do supermercado.

Como se Proteger

Para quem não abre mão da praticidade ou precisa comprar frutas fracionadas por questões econômicas, os especialistas recomendam:

  • Observe a refrigeração: Nunca compre frutas cortadas que estejam expostas em prateleiras sem refrigeração. Elas devem estar geladas ao toque.
  • Verifique a data de corte: dê preferência a frutas cortadas e embaladas no mesmo dia.
  • Aparência: Evite frutas com excesso de líquido no fundo do pote ou com a cor alterada (oxidadas), pois isso indica que estão cortadas há muito tempo.

Revista Fórum