O fígado é um dos órgãos mais importantes do corpo, responsável por filtrar toxinas, produzir proteínas essenciais e ajudar na digestão. No entanto, ele é silencioso e na maioria das vezes, problemas no órgão podem ser tratados com mudanças de hábitos, medicamentos ou acompanhamento médico. Mas, em alguns casos, a cirurgia se torna inevitável.

Alguns sintomas merecem atenção imediata e podem indicar que uma cirurgia hepática se tornou necessária:
Icterícia progressiva: pele e olhos amarelados de forma persistente. Esse sinal pode indicar obstrução das vias biliares ou tumores que precisam ser removidos.
Dor abdominal intensa e constante: localizada no lado direito superior do abdômen, diferente de desconfortos passageiros, e que não melhora com medicamentos comuns. Pode vir acompanhada de inchaço abdominal.
Aumento do volume abdominal e perda de peso inexplicável: sinais que merecem investigação urgente.
Sangramento digestivo: vômitos com sangue ou fezes escuras podem indicar complicações graves, como varizes esofágicas relacionadas à cirrose avançada, e em alguns casos exigem cirurgia para controlar a causa.
Quando os exames apontam para a cirurgia?
Nem sempre os sintomas são claros. Muitas vezes, a necessidade de cirurgia surge durante exames de rotina. Nódulos hepáticos maiores que 3 cm, tumores que crescem rapidamente ou lesões suspeitas com características malignas são indicações claras para avaliação cirúrgica.
A detecção precoce de tumores hepáticos, especialmente em pessoas com hepatite B, hepatite C ou cirrose, aumenta significativamente as chances de cura. Por isso, o acompanhamento regular com ultrassom e exames de sangue é fundamental para esses grupos de risco.
A cirurgia é sempre a última opção?
Nem sempre. Em casos de câncer de fígado em estágio inicial, a cirurgia é muitas vezes o tratamento de escolha, oferecendo as melhores taxas de cura. O mesmo vale para algumas metástases hepáticas, como de tumores colorretais, onde a remoção cirúrgica pode ser curativa.
Situações benignas também podem exigir cirurgia, como cistos hepáticos muito grandes que causam sintomas ou adenomas hepáticos com risco de ruptura e sangramento. Nessas situações, a cirurgia não é apenas inevitável, mas também preventiva.
Como é a recuperação?
Com técnicas minimamente invasivas, como laparoscopia e cirurgia robótica, muitas ressecções hepáticas podem ser realizadas com menor trauma. Isso significa incisões menores, menos dor e recuperação mais rápida. O fígado tem uma capacidade incrível de regeneração e, mesmo após a remoção de uma parte significativa, pode recuperar seu tamanho normal em alguns meses.
A mensagem mais importante é: não ignore os sinais do seu corpo. Se você tem fatores de risco para doenças hepáticas ou apresenta algum dos sintomas mencionados, procure um especialista. O diagnóstico precoce pode transformar uma cirurgia complexa em um procedimento mais simples, com melhores resultados e recuperação mais tranquila.
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