A Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada), por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (Adapi), realizou investigação e descartou a ocorrência de febre aftosa, em um bovino de uma propriedade localizada na cidade de Nazaré do Piauí. O trabalho ocorreu após a Agência ser notificada por um médico veterinário autônomo, ao realizar o atendimento do animal.
Conforme Cecília Guimarães, coordenadora do Programa Estadual de Vigilância Epidemiológica da Adapi, no relato, o profissional suspeitava de uma enfermidade considerada doença vesicular, que faz parte da lista de doenças de notificação obrigatória ao Serviço Veterinário Oficial (SVO), conforme legislação em vigor. Após receber a notificação, o profissional da Adapi foi até a propriedade e comprovou a suspeita.
“A Adapi realiza a investigação de doenças que são de notificação obrigatória, estabelecidas na Instrução Normativa número 50 do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). No dia 14 de fevereiro, foi registrada uma notificação que informava que um bovino tinha salivação intensa e presença de vesículas, sintomas que enquadram a suspeita em doença vesicular ou síndrome vesicular. Um médico veterinário da Adapi se deslocou até a propriedade no dia 15 de fevereiro e constatou que a suspeita era fundamentada. Após avaliação do animal, ele verificou a presença de uma lesão podal na pata e também de uma vesícula, já rompida na língua, ao realizar o exame da boca (oral). Em seguida, ele coletou uma amostra de soro, epitélio oral e podal. As amostras foram encaminhadas, no dia 16 de fevereiro, para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais, no município de Pedro Leopoldo, que é o laboratório de referência do MAPA para o diagnóstico de doenças vesiculares. Recebemos, no dia 17 de fevereiro, o resultado, descartando a possibilidade de febre aftosa e confirmando o diagnóstico de estomatite vesicular pelo vírus Alagoas Vesiculovírus”, explica a coordenadora.
De acordo com a Ficha Técnica para investigação de Febre Aftosa, publicada pelo MAPA, no caso de estomatite vesicular, não há nenhuma medida sanitária prevista, então a propriedade não precisa permanecer interditada, desde que seja descartada a suspeita de febre aftosa, como o que aconteceu com esse caso.
“Com o descarte da suspeita de febre aftosa, vamos proceder com uma investigação complementar, para fazer a desinterdição da propriedade e dar algumas orientações para o responsável”, diz Cecília Guimarães, que ainda explicou que essa é uma das doenças que são confundíveis com febre aftosa, por apresentar sintomas como vesículas e salivação intensa.
O secretário da Sada, Fábio Abreu, destacou a eficiência da Agência quanto ao atendimento, e chamou a atenção para a importância da notificação de suspeitas à Adapi.
“Essa foi uma demonstração do compromisso da Secretaria e da Agência com a proteção da pecuária do Estado, e a Adapi continuará realizando vigilância epidemiológica de forma efetiva e eficiente. Esse trabalho também vem comprovar que o Estado está apto e preparado para a retirada da vacina, que é nossa meta. Além disso, é necessário ressaltar a importância de se realizar a notificação das doenças para que a Agência de Defesa Agropecuária possa fazer a investigação necessária, só isso vai assegurar um pronto atendimento e uma resposta eficaz, no caso do aparecimento de doenças que são importantes para a proteção da nossa pecuária, e de doenças que podem gerar impactos tanto econômicos, quanto na saúde. Felizmente não foi o caso dessa investigação, mas é válido ressaltar a importância dos criadores, médicos veterinários autônomos, os profissionais de saúde animal, que tem contato com os produtores para que realizem essas notificações de doenças, a fim de colaborar para que a Adapi possa fazer a investigação da ocorrência, e garantir a saúde do nosso rebanho”, finaliza.
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