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O grupo técnico da área de saúde da equipe de transição informou, nesta sexta-feira (25), que vai pedir ao atual governo a inclusão das vacinas bivalentes contra a Covid-19 no Programa Nacional de Imunizações (PNI). O grupo se reuniu nesta sexta e concedeu entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição, em Brasília.

"Nós entendemos que seria fundamental ampliar a cobertura vacinal [com doses] de reforço. Nós tivemos informações que há um contrato em vigência de 100 milhões de doses, com possibilidade de ampliação para 150 milhões, que abarca todas as vacinas adequadas para todas as faixas etárias, inclusive com a bivalente. Segundo estudos, ela se mostra eficaz e importante quando se trata de pessoas que já foram vacinadas com a dose de reforço", afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE). "Significa que poderíamos adotar um processo de começar com os mais velhos, com [as pessoas que têm] comorbidades e indo progressivamente. Nós vamos solicitar ao governo que imediatamente reforce a vacinação em todas as faixas etárias, inclusive com a vacina bivalente", completou. Para o membro da transição, não há necessidade de fazer uma compra desse tipo de vacina. "Está prevista no contrato. Se trata de uma decisão de incorporação [ao programa] e para qual grupo [da população] vai."

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, recentemente, o uso temporário e emergencial de duas vacinas bivalentes contra a Covid-19 da Pfizer. Os imunizantes aprovados, que oferecem proteção contra mais de uma cepa do vírus (BA1 e BA4/BA5), são para uso como dose de reforço na população a partir de 12 anos.

Política industrial da saúde

De acordo com José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde que integra o grupo, a equipe avalia a necessidade de conceder incentivos tributários para que a cadeia industrial do setor seja fortalecida. Uma das medidas analisadas é a compra do Estado para garantir estoques, tanto de medicamentos quanto de insumos.

"O Brasil passou por um processo de desindustrialização nos últimos anos que também atingiu o complexo industrial da saúde, o que deixou o Brasil em situação vulnerável durante a pandemia. Vamos retomar a política industrial da saúde como política de Estado, também por questão de soberania nacional", afirmou Temporão. A política industrial para a saúde, segundo Temporão, deve envolver vários ministérios, como Economia e Ciência e Tecnologia. "As indústrias bélica e de saúde estão na vanguarda da inovação em todo o mundo. E a saúde cria empregos na média mais qualificados do que outros setores industriais", acrescentou.

Covid em alta

Um levantamento da Fiocruz alerta para o aumento da disseminação do coronavírus no Brasil. Segundo a pesquisa, os diagnósticos da doença já correspondem a quase metade dos casos de doenças respiratórias no país nas últimas quatro semanas. O boletim mostra ainda que, em outubro, as mortes por Covid-19 representaram mais de 80% dos óbitos provocados por síndromes gripais.

Durante coletiva de imprensa, os integrantes do grupo da saúde alertaram para a cobertura vacinal no país, bem como para prazo de validade dos imunizantes. "É uma desorganização total. O ministério distribui as doses e não sabe onde estão nem o prazo de validade. O que nós temos é milhões de doses, e nós queremos comprovar, para Covid-19 com prazo de validade para vencer no final do ano e nas primeiras semanas do ano que vem. É grave a situação", explicou o ex-ministro da Saúde e integrante da transição Arthur Chioro.

A equipe disse, ainda, que não identificou a compra formal de doses da vacina para a campanha de 2023. "O que temos de informação é que o contrato de entrega de vacinas está vigente, mas o ministério não fez solicitação de quantidades suficientes para o ano que vem", afirmou Chioro.

Procurado, o Ministério da Saúde ainda não se pronunciou. O espaço está aberto para manifestação.

R7