O deputado Gustavo Neiva (PSB) promete cobrar do Governo Federal explicações sobre uma declaração dada pelo governador Wellington Dias a respeito de uma negociação da equipe econômica do Piauí com o Tesouro Nacional e com o Ministério da Economia para que seja obtido o empréstimo de R$ 2,7 bilhões pedidos ao Banco Brasil Plural. Segundo ele, a declaração foi dada em uma entrevista a uma emissora de televisão na semana passada.
“O Governo Federal tem que se pronunciar sobre isso. Como é que indica um banco falido e que pertence ao presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães? O governo não pode legislar em causa própria para ajudar a salvar um banco que ninguém conhece. De onde vem o dinheiro? Certamente vai pedir a outra pessoa para emprestar ao Piauí com um juro bem mais alto. E não estou falando de centavos, mais de bilhões”, denunciou.
Gustavo Neiva disse que o histórico do Piauí com empréstimos é lamentável e que apenas este ano o governo já pediu R$ 5 bilhões emprestados, comprometendo muito as finanças públicas, quando sequer paga os salários dos servidores terceirizados em dia, não investe em infraestrutura e nem cuida da saúde pública e da educação. Neiva disse que o governador Wellington Dias já responde a uma ação do Ministério Público Federal devido ao empréstimo do Finisa e que o Tribunal de Contas do Estado já instaurou cinco tomadas de conta especial devido à má gestão do Finisa.
“O deputado Evaldo Gomes (Solidariedade) sugeriu que a oposição procure a Polícia Federal, mas não vamos fazer isso agora. Vamos aguardar as explicações do Governo Federal, porque a situação está parecendo muito mais grave do que imaginamos. Temos que saber o que há por trás dessa operação. Como é que um banco que não tem ativos e nem patrimônio pode emprestar a juros mais baixos do que os bancos oficiais ou mesmo os grandes bancos privados que tem lastro financeiro?”, indagou.
O deputado lamentou também o posicionamento do governo contra o requerimento da oposição pedindo a presença do secretário de Fazenda, Rafael Fonteles, para explicar na Assembleia Legislativa as condições do empréstimo solicitado.
“Só queríamos saber como o governo chegou até esse Banco Brasil Plural. Não sei porque tanto medo ao ponto do nosso requerimento ter sido rejeitado. Esse banco foi citado na operação Lava Jato e o secretário disse apenas que o BNDES também foi citado e continua emprestando dinheiro. A diferença é que o Brasil Plural foi envolvido no desfalque ao Funcef e o BNDES foi vítima porque emprestou dinheiro a Cuba, a Venezuela e a Angola, países que não tem condição de pagar", lembrou.
Alepi