Uma audiência foi realizada na manhã dessa terça-feira, 17, na Câmara Municipal de Floriano e envolveu representantes das 23 famílias que foram obrigadas pela Força Federal (Polícia Federal) a deixarem as casas invadidas do ‘Programa Minha Casa Minha Vida’ no Conjunto Zé Pereira, área do bairro Meladão em Floriano-PI. Estavam presentes o Ministério Público por meio do promotor Arimatéia Dourado, o prefeito Gilberto Junior (PSB), o presidente do poder Legislativo vereador Manoel Simplício (PV), outros parlamentares, membros do Conselho de Habitação e ainda representantes da Caixa Econômica Federal.
As famílias que tinham invadidos as casas foram levadas para o Centro Social Urbano (CSU), bairro Sambaíba, e algumas pessoas se queixam das péssimas condições do local. A reunião na Câmara durou mais de duas horas.
O gerente de negócios da Caixa Econômica Federal (CEF), Francisco Eleomar, após ouvir todos os questionamentos durante a audiência disse que não tem de imediato uma solução para o problema e que a Prefeitura vai estudar a situação de um possível terreno público na região do bairro Taboca, e a partir daí, pode ser feito um estudo com a possibilidade de viabilizar um empreendimento, mas não é uma situação fácil, concluiu.
Ainda segundo o agente da CEF o projeto depende de recursos públicos e ainda da legislação poder atender essas famílias que utilizaram da força para ocupar as unidades habitacionais já mencionados. Ele disse ainda que regras foram quebradas com a invasão, fator que dificulta um novo processo e disse mais, “a ocupação é um crime e nenhuma família deve andar na criminalidade”.
Francisco Eleomar aconselhou as famílias voltarem para onde elas estavam morando antes da ocupação e procurar fazer um cadastro junto a Secretaria Municipal de Desenvolvimento de Ação Social (Semdas) para que possam participar do programa habitacional. Ele lembra que qualquer família que responder inquérito federal devido a invasão de casas, fica impedido automáticamente de participar do programa, mas foi enfático em afirmar que não é o caso dessas 23 famílias de Floriano, pois elas não resistiram a desocupação e, no entanto, não houve a abertura de processo judicial. Algumas famílias continuam em casas que não foram desocupadas e essas pessoas estarão impedidas de serem beneficiadas num programa habitacional.
O prefeito Gilberto que estava na reunião se manifestou sobre o resultado da audiência e afirmou, “por conta da ilegalidade originada pela ilegalidade agente fica de mãos atadas e limitados a procurar uma solução legal. Infelizmente isso está ocorrendo, mas surgiram algumas ideias e vamos procurar solucionar esse problema”.
Ainda na reunião surgiu a ideia de que no Conjunto Gabriel Kalume existe um espaço e lá pode ser feito o programa habitacional para abrigar as famílias, explicou ainda o gestor do Executivo. As famílias devem permanecer no Centro Social Urbano, bairro Sambaíba, no período natalino e de Ano Novo e devem deixar o local até dia 10 de janeiro de 2014.
O vereador Antonio Reis, da Comissão de Habitação da Câmara, afirmou que só resta um entendimento entre a Prefeitura e Caixa para resolver os problemas das famílias. Uma das pessoas que estava na audiência e representava as famílias invasoras era a Louriene Paz que afirmou, “as propostas foram poucas satisfatórias, mas todas as pessoas estarão aguardando uma melhor solução para o problema”. Os vereadores Maurício Bezerra (PTB) e Fábio Braga (PP) tambem estavam na audiência,
Da redação
IMAGENS: piauinoticias.com