A Kamaz, principal marca de caminhões da Rússia, quer o Brasil como base de atuação na América Latina e o Piauí é a principal opção para instalar sua unidade industrial brasileira. O interesse da Kamaz foi comunicado na reunião do governador Wilson Martins com dois diretores da empresa, em Moscou. A marca russa tem ampla atuação nos segmentos de caminhão (leves e pesados), tratores agrícolas e equipamentos militares. Hoje, a Kamaz tem uma presença mais forte na Ásia e na África. Na Ásia, conta com unidades industriais no Kazaquistão, Paquistão, Índia, Vietnã e Irã. E na África é a marca líder em diversos países, como em Angola. A presença na América Latina ainda é pequena, apesar de já atuar com parceiros da região.
Um desses parceiros é a brasileira Marcopolo, com quem tem uma joint venture para a fabricação de ônibus na própria Rússia. Mas a Kamaz deseja ter presença direta na América Latina, e o Piauí aparece como a alternativa para a instalação de uma montadora de caminhões leves ou de tratores agrícolas. O governador Wilson Martins já mantinha contato com diretores da Kamaz há alguns meses, e essa relação se reafirmou em Moscou, quando esteve com dois diretores da empresa.
Rafail Gafeev, diretor de exportação da Kamaz, ficou gratamente surpreso com a exposição que o governador fez do Piauí. “É gratificante saber que o Piauí não é só o setor agrário e que investe em educação e infraestrutura”, disse ele, após exposição de Wilson sobre o Piauí e particularmente sobre as ligações de Teresina com os portos de Pecém e Itaqui, bem como o suporte educacional e de saúde que a capital dispõe como polo regional nesses setores. Disse que saiu muito feliz do encontro, pelas perspectivas positivas que se abrem na relação entre a Kamaz e o estado do Piauí.
O governador destacou as possibilidades de cooperação com o estado, inclusive com incentivos estabelecidos em lei que podem chegar até a 15 anos de benefícios, dependendo o número de emprego a ser gerado pela empresa. Também destacou o diferencial do Estado, seja para quem deseja atuar no mercado interno brasileiro, seja para aqueles que buscam ter uma base para exportação.
Wilson observou que o Piauí está na ligação entre as regiões Norte e Nordeste, o que coloca o estado como centro de uma área de influência que soma 40 milhões de consumidores. Quanto ao mercado externo, tem ligação direta com dois portos já consolidados (Pecém e Itaqui) e logo terá seu próprio porto, o que facilita a ligação com os mercados da Europa, Estados Unidos e Ásia, pela proximidade do canal do Panamá.
“Estamos mostrando o Piauí como um estado diferenciado, com grandes potenciais, uma gente trabalhadora e com alto nível educacional, além de estar numa posição estratégica. Os contatos que estamos fazendo com empresários têm sido muito positivo. Estou confiante que vamos atrair bons investimentos para nosso estado”, disse Wilson Martins.
Piaui