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marcvelo432013O deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI) travou nesta segunda-feira, 4, um debate acalorado com Alessandro Molon (PT-RJ) (fotoa a direita) sobre o veto ao projeto de partilha dos royalties do petróleo. No confronto transmitido pela Rádio Câmara, o piauiense chegou a desafiar o colega, prometendo abdicar de seu salário se o mesmo provasse que o petróleo está em território do Rio de Janeiro ao invés do mar, cujas riquezas pertencem ao Governo Federal.

 

O Congresso Nacional vai se reunir nessa terça-feira, 5, às 19:00h, para votar os vetos da presidente Dilma Rousseff à Lei dos Royalties. A queda do veto é aguardada e deve garantir a partilha dos recursos do petróleo de forma igualitária.

 

Durante o debate na Rádio Câmara, Marcelo Castro citou que o Rio de Janeiro fica com 82% do petróleo extraído no Brasil. Molon retrucou e disse que o deputado, "se quiser reclamar com alguém, tem que reclamar com Deus". "Não dá para instalar a Petrobras no Piauí se o petróleo está no Rio de Janeiro", declarou o fluminense, reclamando ainda das consequências e riscos ambientais que a indústria petroleira apresenta.molon432013

 

Marcelo Castro reagiu afirmando que os argumentos dos estados produtores são "mesquinhos". "Renuncio ao meu salário de deputado federal se você me provar que o Rio de Janeiro tem um palmo de mar no território brasileiro. Só o egoísmo e a insaciabilidade do ser humano justificam essa postura do Rio de Janeiro", declarou o pmdebista.

 

O deputado piauiense acrescentou que o Piauí está lutando para receber uma "migalha" de 3% dos royalties, equivalente a R$ 300 milhões, enquanto o Rio de Janeiro deve receber R$ 10 bilhões. "Você chama 3% de valores vultosos?", questionou o parlamentar, afirmando que os municípios produtores ganham somas elevadas, mas contam com índices sociais ruins. "Estão pegando a dinheirama e tocando fogo nela e não revertendo para a sociedade", reclamou.

 

Castro ainda rebateu o argumento dos impactos negativos e disse que os riscos ambientais são previstos por outra legislação. "Eu gostaria muito que esses efeitos colaterais para a exploração de petróleo fosse para o Piauí. São todos efeitos positivos. É a indústria do petróleo, a industrialização das cidades, são as pessoas que ganham bem e vão gastar o dinheiro naquelas cidades. Gera uma economia fantástica!"

 

Molon voltou a rebater os argumentos e, tentando baixar o tom do debate, limitou a dizer que os argumentos dos não produtores estão "no mínimo equivocados". "Eu respeito a sua luta, respeito o desejo do Piauí crescer, mas eu não respeito os métodos que os estados não produtores estão adotando para desenvolver seus estados". O deputado fluminense comparou a partilha à retirada do salário de um trabalhador, que perderia 3% para o Piauí e mais para outras unidades federativas. "E se você tentar resistir a isso vão dizer que você é mesquinho, é egoísta".

 

Para Alessandro Molon, a "lógica perversa" da tentativa de repartilhar os royalties vai provocar uma guerra federativa sem precedentes. O petista admite, nas entrelinhas, que Rio de Janeiro e Espírito Santo serão vencidos e o veto será derrubado no Congresso Nacional, mas acredita que o Supremo Tribunal Federal (STF) não só vai rever a decisão e garantir a partilha atual, como ainda reafirmará que os vetos presidenciais anteriores precisariam ser votados antes do caso do petróleo.

 

 

cidadeverde com informações da Agência Câmara

Foto: Agência Câmara