As entidades que representam os policiais militares do Piauí organizam para os próximos dias uma manifestação em defesa da anistia dos mais de 150 policiais denunciados pela Auditoria Militar e que respondem a Inquérito Policial Militar (IPM) por indisciplina e insubordinação. O ato também será um manifesto de apoio à PM da Bahia, que está em greve há uma semana, num movimento que tem chamado a atenção do país pelo impacto causado na segurança daquele estado e pela reação do governo federal, que mandou o Exército para o estado.
Organizado pelas associações de Oficiais, de Cabos e Soldados e Subtenentes e Sargentos, o movimento da PM-PI deve acontecer na quarta-feira da próxima semana. O movimento no Piauí ocorre na sequência da paralisação da PM da Bahia. Os líderes do movimento baiano repassaram orientações para os policiais militares paralisarem as atividades em outros estados. Já houve manifestação atendendo a esta orientação em seis estados: Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Alagoas, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
No Piauí, houve um movimento em agosto passado em prol de melhores salários, tíquete alimentação e mudanças nas escalas de serviço. O movimento acabou depois de um acordo mediado pelo Tribunal de Justiça do Piauí. O presidente da Associação de Cabos e Soldados, soldado Jarbas Cavalcante, confirmou a manifestação em Teresina, com a intervenção do Exército na Bahia e prisão de militares. "Nós apoiamos o movimento deles e vamos nos manifestar contra a prisão dos militares aqui no Piauí, pedindo a anistia. Isso está parecendo o tempo da ditadura, colocar o Exército armado contra a PM. Isso leva a um grande risco", comentou.
Segundo Jarbas Cavalcante, a manifestação vai ser feita pelos militares que estiverem de folga, porque a manifestação por melhorias na PM/PI já foi feita. Ele confirmou que houve melhorias no soldo, com um aumento parcelado no auxilio alimentação, que passou de R$ 120,00 para R$ 145,00, e na escala de trabalho, passando de 24 horas trabalhadas por 48 horas de folga para 24 trabalhadas por 72 horas de folga. Ele comentou que conseguiram ainda a anistia administrativa para quem participou da paralisação, mas, mesmo assim, alguns militares estão respondendo IPM ajuizado pela Auditoria Militar.
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