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Aos poucos, histórias de coragem e sofrimento surgem do massacre na escola primária Sandy Hooks, em Newtown, Connecticut. Uma delas é a de uma menina, de 6 anos, que se fingiu de morta para sobreviver aos disparos do atirador Adam Lanza e foi a única sobrevivente de sua sala. Nesta tarde, duas das crianças mortas na sexta-feira vão ser enterradas.

 

Segundo a ABC News, a mãe da menina teria contado a história a Jim Solomon, um pastor local. Ela teria se escondido entre os colegas mortos e só abriu os olhos quando percebeu que estava salva e que o tiroteio tinha acabado. Coberta de sangue, ela então fugiu correndo da escola. Foi a primeira criança a conseguir sair de Sandy Hooks.

 

Quando conseguiu falar com sua mãe, teria dito:

- Mãe, estou bem, mas todos meus amigos morreram.

 

Segundo o pastor Solomon, a família da criança está lidando "da melhor maneira possível" com a tragédia, mas se sente aliviada por sua filha ter sobrevivido.

 

Na sexta-feira, Adam Lanza, de 20 anos, invadiu uma escola primária de Connecticut e matou 20 crianças, de 6 e 7 anos, além de seis adultos. Antes de cometer a chacina, ele assassinou a própria mãe com vários disparos em casa.

 

Outro caso revelado nesta manhã foi o de um grupo de crianças que, em desespero, tentou fugir de Adam e acabou morto. A professora ouviu os tiros em outra sala e percebeu que havia um atirador na escola. Victoria Soto, de 27 anos, mandou seus alunos se esconderem e disse ao atirador que não havia ninguém na sala, que a turma fora para um auditório, contou o tabloide “New York Post”. Antes de Adam sair da sala, no entanto, seis crianças saíram de seus esconderijos e começaram a correr. Todas foram mortas, assim como Victoria e a professora auxiliar que trabalhava com ela.

 

Corpos começam a ser enterrados

Duas das 20 crianças mortas na sexta-feira vão ser enterradas nesta segunda-feira. Noah Pozner e Jack Pinto devem ser sepultados à tarde. Noah, que fez 6 anos no mês passado, é a vítima mais nova da tragédia. Ele tinha outros quatro irmãos e era considerado muito maduro para a sua idade. Já Jack, também de 6 anos, adorava esportes.

 

Na noite de domingo, uma nova cerimônia homenageou as vítimas da chacina - a segunda maior em institutos de ensino da História dos EUA, atrás só de Vigírnia Tech, onde morreram 32 pessoas. O presidente Barack Obama participou do evento e criticou a forma do país de proteger seus "filhos". Sem citar diretamente o controle de armas, o democrata pediu a mudança da postura da população.

 

- Estamos fazendo o suficiente para manter nossas crianças longe do perigo? Tenho refletido nestes últimos dias e a resposta é não. Nós teremos que mudar - afirmou Obama, que continuou: - Nós temos a obrigação de tentar e prevenir tragédias como esta. Não podemos aceitar eventos como este como rotina.

 

O Globo