“Bota aí que agora é que o Furacão vai ser furacão mesmo”, avisa a ex-assessora parlamentar do Senado Denise Leitão Rocha, três meses após ter um vídeo íntimo seu divulgado na internet e ser visto por parlamentares durante a CPI do Cachoeira, o que lhe rendeu o apelido de Furacão da CPI. “Quem queria me ver no buraco se frustrou. Me reergui”, comemora a brasiliense de 29 anos.
A nova fase, descrita por Denise como “uma mudança total”, começou com a decisão de encarar os fatos e aceitar o convite da revista “Playboy” para posar nua, após ser demitida do Senado. “Fiquei conhecida por causa de uma sacanagem. Ia ‘morrer’ ali, difamada, como uma garota de programa de Brasília”, reclama. “Mas tenho contas para pagar. Não é porque apareci pelada que não tenho dignidade”.
Com a autoestima resgatada pelos elogios ao ensaio nu e o apoio do namorado – o empresário Bernardo Pietro, que recentemente a pediu em noivado -, ela decidiu aproveitar a maré. Se antes ganhava cerca de R$ 10 mil por mês (como assessora e com trabalhos como advogada freelancer), agora cobra até R$ 5 mil para fazer uma presença em festas. “Para presença VIP, pode falar com a minha assessoria”, diz ela, que agora anda com o assessor a tiracolo.
Denise não revela quanto faturou com a “Playboy”. “Fiz para pagar os custos do processo”, justifica, referindo-se à batalha judicial contra o ex-namorado que tornou o vídeo público. “E quero ajudar a minha mãe. Ela tem enfisema pulmonar e gasta três mil reais por mês em remédio”, conta, sem querer dar detalhes sobre a família. “Eles estão muito tristes”.
A ex-assessora também ainda chora quando lembra o que aconteceu, mas não depende mais de remédios para dormir. As sessões de terapia continuam, entre uma viagem e outra a trabalho. Denise não quer mais saber de política – “me fez muito mal” -, e diz que se quisesse de fato aparecer, teria aceitado as várias propostas que recebeu de deputados e senadores para sair – alguns chegaram a oferecer dinheiro. “Já pensou um vídeo com um deles? Aí sim seria um escândalo”, alfineta. “Não faltam senadores e deputados dando em cima. Mas nunca namorei um político, e nunca namoraria”.
Desde o escândalo do vídeo Denise perdeu 11 quilos – ela mede 1,70m e está com 57kg. “Foi estresse”, acredita. Negou o convite para fazer um filme pornô, foi sondada para atuar em uma novela e gravou um piloto como repórter de um programa de TV. Por enquanto, está certo apenas a participação no carnaval carioca, quando desfilará como musa na Mocidade. “Se não ficar no entretenimento, volto para a advocacia”, planeja. “Tenho apoio da classe advocatícia. Eles sabem o que aconteceu. Não é porque trabalhava com política que sou corrupta. A sociedade ficou com raiva de mim”, lamenta. “Mas quem jogou pedra, vai se arrepender”.
Ego