O Partido dos Trabalhadores fica dilacerado com a condenação das principais lideranças nacionais, culpadas pela participação no mais vergonhoso esquema de corrupção, revelado em 2005, popularmente conhecido como “mensalão”, uma espécial de mesada para deputados federais, como pagamento pelo apoio aos projeto do governo.
O Ministério Público apontou que o chefe da quadrilha era José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, e os comparsas seriam o deputado José Genoíno, então presidente nacional do PT; Delúbio Soares, então tesoureiro do PT; Silvio Pereira, então secretário geral do PT; mais o ex-ministro das Comunicações, Luiz Gushiken, os ex-deputados Professor Luizinho, Paulo Rocha e o ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha. Desses indiciados, até agora, somente o ex-ministro das Comunicações, Luiz Gushiken foi considerado inocente.
O PT, quando era de esquerda, condenava toda e qualquer prática de compra de votos. A sua constituição, enquanto partido político foi forjada na luta de classes, com intransigente defesa da moralidade na condução da administração pública. Isso, segundo os fatos, só durou até a conquista da presidência da Republica. O esquema do mensalão mostra a outra face do PT, suposto partido socialista.
O grande líder do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirma que ainda tem dúvidas sobre a existência do mensalão, talvez numa tentativa de desvincular sua imagem desta mazela política. Mas, este fato não exime o seu partido da culpa, como atesta a Justiça.
Agora, a situação do PT é de declínio. A campanha eleitoral mostra isso. Nas principais capitais do Brasil, os candidatos petistas estão submersos na impopularidade e correm riscos de uma performance vergonhosa em outubro. Um exemplo é a situação do senador Wellington Dias, que na disputa para prefeito de Teresina amarga a terceira colocação e as pesquisas atestam sua queda livre.
O julgamento do mensalão coloca o PT na vala comum dos partidos incoerentes, o que mostra a necessidade de uma reforma política profunda no Brasil. Isso para livrar a população dos constantes estelionatos eleitorais, quando as siglas e candidatos afirmam ser honestos e terminam no mesmo “saco de mentiras” dos corruptos.
Jalinson Rodrigues – Jornalista.
Da redação