A parcela de famílias com dívidas em atraso ou não cresceu no país em abril deste ano para 67,5%. Em março, o percentual era de 67,3%. Os dados foram divulgados hoje (4) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O resultado de abril deste ano é o mais alto desde agosto de 2020, quando também registrou-se um percentual de 67,5%.
Já o percentual de inadimplentes, isto é, aqueles que têm dívidas ou contas em atraso, caiu de abril do ano passado de 25,3% e março deste ano, de 24,4%, para 24,2% em abril deste ano. Essa é a menor taxa desde fevereiro do ano passado, portanto, período pré-pandemia, de 24,1%.
A parcela de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas ficou em 10,4% em abril deste ano, abaixo dos 10,5% de março deste ano mas acima dos 9,9% de abril do ano passado.
O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias foi de 6,8 meses em abril. O tempo médio de atraso na quitação das dívidas pelos inadimplentes está em queda desde dezembro e atingiu 61,4 dias em abril, o menor prazo desde julho de 2020.
O percentual das famílias que utilizam o cartão de crédito como principal modalidade de dívida voltou a crescer e chegou a um novo recorde de 80,9% do total de famílias, segundo a CNC.
Pessoas que tiveram Covid-19 grave apresentam anticorpos neutralizantes um ano após se recuperarem da doença. De acordo com um estudo preliminar publicado recentemente na plataforma medRxiv, nos Estados Unidos, a presença de anticorpos no longo prazo está associada à gravidade da doença e à idade do paciente.
Até o sexto mês, todos os voluntários foram acompanhados. Depois desse período, os pesquisadores acompanharam apenas oito pessoas do grupo que havia contraído Covid-19 grave e onze dos que apresentaram sintomas moderados. Os resultados mostraram que seis meses após a infecção, todos os pacientes que foram hospitalizados e 50% daqueles com sintomas moderados ainda apresentavam anticorpos neutralizantes. Mas um ano após a doença, essa taxa caiu para apenas 18% naqueles que não foram hospitalizados e se manteve estável entre os pacientes que precisaram ser internados.
A presença de anticorpos neutralizantes é importante porque são eles que impedem a entrada do vírus na célula. Entretanto, essa não é a única forma de defesa do corpo. As células T e B desempenham um papel importante na proteção de longo prazo contra a doença.
A idade também pareceu desempenhar um papel importante na duração da resposta imunológica. Os participantes com mais de 65 anos que foram hospitalizados apresentaram maior duração de anticorpos neutralizantes, quando comparados a pacientes mais jovens. No entanto, os pesquisadores ressaltam que pacientes mais velhos correspondiam à maior parte deste grupo, o que também pode afetar os resultados.
Diante destes resultados, os pesquisadores concluem que a imunidade humoral, que inclui os anticorpos, após a infecção natural pelo SARS-CoV-2 "é de longa duração, incluindo até um ano após a infecção". No entanto, alertam para a menor durabilidade e maior variabilidade em pessoas jovens que experimentam sintomas mais brandos e para a importância de vacinar quem já teve a doença. "Seria prudente porque a imunidade induzida pela vacina ao SARS-CoV-2 provavelmente terá vida mais longa do que a que provocou Covid-19 leve", afirmam.
Vale ressaltar que este é um estudo preliminar, o que significa que ele ainda precisa ser revisado por especialistas independentes.
Setor planeja recuperação após diminuição de viagens e hospedagens em todo o mundo
A pandemia do novo coronavírus impactou diversos setores da economia, um deles, foi o turismo. Desde que foi preciso adotar o isolamento social para prevenir a transmissão da Covid-19e conter o avanço de mortes em todo o mundo, a diminuição de viagens e hospedagens preocupa o trade turístico. O impacto do novo coronavírus é tão grande que a recuperação do segmento pode levar entre cinco e sete anos, é o que aponta a Organização Mundial do Turismo (OMT).
A pesquisa “Turismo Sustentável: Impactos da crise no setor do turismo cultural” mostra que, dos diversos tipos de turismos existentes, o segmento cultural foi o mais impactado na pandemia. O levantamento realizado pela Embaixada da França no Brasil, em parceria com o Consulado da França em Recife e as Alianças Francesas de Salvador, Recife e Fortaleza apontou que 70% dos profissionais e das empresas que trabalham com turismo não se sentem preparados para atravessar o momento desafiador. “Estamos em um mundo globalizado. Pelo menos, o inglês, é fundamental. Isso é um ponto de carência do turismo de massa”, afirma Marc Ellul, diretor da Aliança Francesa de Fortaleza.
Como possíveis soluções, gestores de turismo ouvidos pela pesquisa apontaram: criação de editais específicos para o segmento com apoio do poder público; créditos para adequação das condições do setor para os novos protocolos de segurança e maior capacitação dos profissionais do trade turístico.
“Os profissionais que trabalham com turismo falam na recuperação ao longo de 2021, mas quase 22% acham que será ao longo de 2022. Com esse novo contexto, algumas atividades modificaram o setor de turismo e as vendas on-line vieram como estratégia de reconfiguração”, explica o professor Adriano Sampaio, coordenador do Grupo LOGOS - Comunicação Estratégica, Marca e Cultura, responsável pelo levantamento.
A aposta para o reaquecimento do setor turístico no Brasil é o turismo interno. Em 2019, 96% das viagens foram feitas no próprio país e sua continuidade é bem-vista pelos profissionais do ramo. Nesse cenário, o turismo sustentável, que se destaca muito no Brasil, é a aposta do segmento para o pós-pandemia. “A ideia do turismo sustentável é desenvolvê-lo respeitando as pessoas, o meio ambiente e a cultura local”, explica o professor Sampaio.
Evento on-line debate Turismo pós-pandemia
Para debater o Turismo Sustentável no pós-pandemia, representantes do Brasil e da França estarão reunidos, simultaneamente, em palestras transmitidas virtualmente nos dias 05, 06 e 07 de maio. A programação inclui temas como "Para um turismo mais respeitoso ao meio ambiente e às populações locais", "Como o turismo pode valorizar a cultura nas dimensões simbólicas e financeiras" e "Preparar os profissionais para as novas evoluções do setor do turismo - Formação contínua e inicial". A inscrição para o evento é gratuita e pode ser feita no site projetoturismosustentavel.com.br. Quem participar dos três dias de palestras terá direito a certificado.