Romildo Bolzan Júnior, presidente do Grêmio desde 2015, concordou com as críticas feitas ao gramado da Arena do Grêmio depois da vitória da Argentina sobre o Catar por 2 a 0 neste domingo, 23, pela Copa América. O dirigente, no entanto, alega que a responsabilidade é da Arena Portalegrense, empresa criada pela construtora OAS para gerir o estádio, e acha que o time argentino deveria “jogar mais antes de ficar reclamando”.
Alguns jogadores, incluindo Lionel Messi, reclamaram dos campos da Copa América. “Os gramados não estavam em bom estado para se jogar”, disse o astro do Barcelona ao jornal Zero Hora. O espanhol Félix Sánchez, técnico do Catar, foi ainda mais enfático e disse que o gramado “estava muito ruim para uma competição desse nível. A Arena do Grêmio será a sede da próxima partida da seleção brasileira, pelas quartas de final. O técnico Tite e o coordenador de seleções, Edu Gaspar, estiveram nesta manhã na Arena do Grêmio para vistoriar o gramado.
Depois do jogo entre Argentina e Catar, tanto o técnico Féliz Sánchez quanto Lionel Messi, criticaram o gramado da Arena do Grêmio. O senhor concorda com isso? Concordo. O Grêmio não é responsável pelo gramado. O estádio é gerido por um terceiro. Toda a responsabilidade pela gestão, gramado, estádio, patrimônio e do jogo é da Arena Portalegrense. Então não temos nada a ver com o gramado, que quando está com situação ruim, nós também reclamamos. Nos últimos dois anos, nessa mesma época de inverno, você vai ver que houve muitas reclamações de nossa parte.
E qual o principal problema no gramado da Arena do Grêmio? Há um problema congênito da Arena do Grêmio de não pegar sol. É um problema seríssimo. É uma Arena fechada, que não toma sol. Então há um problema de se fazer a floração, a fotossíntese, o crescimento da grama, o processo de regeneração do gramado. E isso gera problemas.
Não pega mal para o Grêmio que um dos melhores jogadores de todos os tempos critique o gramado do clube? Em particular, a Argentina tem de jogar mais antes de reclamar. Essa é a posição do Grêmio, não da Arena Portalegrense. Que a Argentina jogue mais e reclame menos do gramado.
Arena do Grêmio
A Arena Porto-Alegrense, empresa responsável por administrar o estádio gremista, divulgou uma nota oficial explicando os problemas do campo. De acordo com os gestores, dois fatores estão retardando a recuperação do gramado: o clima e o excesso de jogos.
“A primeira e mais importante (variável) é relacionada ao clima. A Ryegrass (grama utilizada no inverno) se desenvolve melhor em temperaturas mais baixas, o que não está ocorrendo em Porto Alegre neste período. Aliada ao sombreamento do inverno (metade do campo), as temperaturas estão mais elevadas, retardando o desenvolvimento da mesma e a sua recuperação pós atividades”, explicou a administradora.
Os gestores também citam o volume de atividades no gramado entre 14 e 23 de junho. Segundo a nota, o campo foi utilizado sete vezes neste período: em três jogos – os empates entre Peru e Venezuela (0 a 0) e Uruguai e Japão (2 a 2) e a vitória da Argentina sobre o Catar (2 a 0) – , três aquecimentos pré-jogo e um treino de reconhecimento. “Os treinos exigem muito do gramado e o afetam de forma heterogênea, apresentando mais desgastes em algumas áreas do campo, dependendo das atividades realizadas”, diz outro trecho do documento.
placar veja
Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA/Flickr