Cláudio Taffarel já venceu duas Copas Américas e uma Copa do Mundo como goleiro da Seleção Brasileira. Também passou por frustrações marcantes, como no Mundial de 1990. Experiência não lhe falta, principalmente tratando-se da amarelinha.
Prestes a iniciar mais uma competição continental, agora como preparador de goleiros da comissão técnica de Tite, Taffarel expôs sua opinião sem medir as palavras em entrevista coletiva na Granja Comary, nessa quinta-feira. E diferente do discurso adotado pelo treinador, o herói da final de 1994 não quer saber de desempenho, e sim de título.
“O futebol no Brasil não pode ficar tanto tempo sem vencer. Acontece, se não me engano a Argentina acho que está há mais tempo sem vencer, mas temos de olhar para a gente. Eu vejo nos jogadores essa vontade de vencer”, comentou, ciente da controvérsia com Tite.
“Vai dar bronca lá em cima, então”, brincou, antes de explicar sua posição.
“Sou muito na emoção do negócio. O Tite é na razão mesmo, vejo quando ele dá palestra, ele fala com uma clareza impressionante. Lógico que não temos controle do resultado, muitas vezes a gente joga bem e não ganha. Eu falo ‘temos que ganhar’ porque vejo um momento importante, estamos em casa, temos de botar na cabeça ‘vamos ganhar’”.
A experiência entre a dramática Eliminatória para a Copa dos Estados Unidos para a consagração na América do Norte há 25 anos sustenta a argumentação de Taffarel às vésperas da Copa América no Brasil.
“Em 94 foi assim. Se tu visse as Eliminatórias tu não diria que iríamos ganhar nada, mas houve um movimento, e começou a crescer. E quero que esse movimento comece a crescer aqui, antes mesmo de dar o chute na bola”, opinou.
“Esses dias encontrei o Casemiro, batemos um papo, tomamos um cafezinho, e ele veio com as mesmas palavras: ‘temos de ganhar’. Estou sentido que eles estão se falando, buscando essa força coletiva, porque não adianta um ou dois pensar assim, tem de ser coletivo”.
O fracasso na Rússia, ano passado, serve de lição, na visão do preparador de goleiros de Alison, Ederson e Cássio.
“Não vi na Copa do Mundo alguém que estava jogando melhor que o Brasil. A gente não estacionou, a gente só deixou de ganhar. Se tivesse ganho, ninguém estava falando que o Brasil estava estacionado. Essa tecla que eu bato: a vitória. Isso que vai dar se você é bom ou não é bom”, concluiu.
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Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press