Faltam seis dias para o amistoso da seleção brasileira contra o Catar e, pouco a pouco, com o grupo se completando, Tite começa a encaminhar estratégias e escalação da equipe. A ausência de Neymar é um entrave e tanto nos planos.
Não ter seu protagonista disponível, aquele que não perderá a posição e possui características únicas de movimentação que interferem no fluxo de jogo dos companheiros, significa trabalhar sobre um cenário que, provavelmente, não vai se repetir após sua volta.
Não é a primeira vez que Tite precisa encarar esse problema. Em 2018, nos amistosos de março contra Rússia e Alemanha, quando sua ideia era ajustar definitivamente a Seleção para a Copa do Mundo, Neymar estava recém-operado do pé direito.
Douglas Costa foi seu substituto e teve bom desempenho. Carimbou, inclusive, sua vaga para o Mundial. Mas o funcionamento coletivo foi afetado. Enquanto Neymar costuma ampliar sua área de atuação por todo o campo de ataque, Douglas tinha movimentos mais verticais pelo lado esquerdo.
O camisa 10 só voltou no segundo tempo do penúltimo amistoso antes da Copa do Mundo. Marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 0 sobre a Croácia, que viria a ser vice-campeã.
Em 2019, a fase de má sorte de Neymar voltou a atrapalhar os planos de Tite. A nova lesão no pé direito, sofrida em janeiro, contribuiu para que a comissão técnica da Seleção mudasse os planos e utilizasse os amistosos contra Panamá e República Tcheca, em março, para ampliar o leque de experiências.
A ideia inicial era levar um grupo já bastante similar àquele que disputaria a Copa América.
Melhor para David Neres, que aproveitou treinamentos e seus 33 minutos em campo da melhor maneira, e atletas como Militão, Allan e Everton se firmaram de vez na lista.
Tite tem a ideia de alterar o sistema de jogo da Seleção do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1, e já tem esboçado o time com esse desenho em alguns treinamentos. A presença de Neymar é importante porque, como já foi dito, sua influência no jogo mexe com a dos demais jogadores, principalmente no setor ofensivo.
O Brasil terá mais seis treinos antes de enfrentar o Catar, na próxima quarta, em Brasília. Quanto antes Neymar puder voltar, maior a chance de as ideias serem colocadas em prática.
GE
Foto: Lucas Figueiredo/CBF