Desde que deu sua palavra à presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, de que se endireitaria para voltar a jogar profissionalmente, Adriano já faltou a dois treinos, sempre com desculpas que não comoveu a diretoria do clube. A última falta ocorreu nesta segunda-feira e ela provocou um desabafo de Zinho, diretor do Flamengo e responsável em recuperar o atleta. Em entrevista ao jornal carioca Extra, Zinho lamentou o comportamento de Adriano, e condenou que 'algumas cervejinhas' sejam capazes de tirar a concentração do jogador.
Zinho, no entanto, garantiu que o Flamengo ainda não pretende desistir de Adriano, mas que os limites do clube serão informados novamente a ele. "Na conversa particular que tive com o Adriano, nem ele soube explicar direito o que acontece. Percebi que o problema dele é uma cervejinha aqui, outra ali, um cansaço. É uma coisa da cabeça dele. Do nada, vem uma tristeza e ele se abate."
Na segunda-feira, Adriano deixou de aparecer ao treino do Flamengo porque foi à favela da Vila Cruzeiro. Zinho também foi muito corajoso ao contar como vê o problema de Adriano. "Bate uma tristeza, ele vai lá, toma uma cervejinha e aí não tem limite." Zinho espera uma reação imediata do jogador. E sabe que isso só depende dele. "Estou tentando deixá-lo motivado. Não quero deixá-lo sozinho. Ele precisa estar com boas pessoas. Às vezes, ele acaba buscando essas pessoas no lugar errado. Aí, já viu, né? Bebe um pouquinho a mais e, no dia seguinte, está cansado, triste."
O contrato assinado com o Flamengo deixa claro que o clube não vai tolerar atos de indisciplinas, com o direito, se isso acontecer, de romper o acordo sem qualquer ônus. "Estipulou-se um número limite de indisciplinas. O que não quer dizer que a gente vai rescindir o contrato de imediato. Polemizou-se muito, mas meu objetivo era deixar o Flamengo protegido de forma que não houvesse nenhuma dúvida. Para que pressioná-lo? Tenho a amizade dele, tenho o jogador do meu lado, tenho a avó do cara, a mãe do cara, o empresário do cara."
Estadão